Alex Mena Barreto
Entre os dias 4 e 6 de setembro, foi realizado na cidade de San Diego, California/EUA o Western Region Safety Seminar, da ALEA – Airborne Law Enforcement Association, e tendo como unidades anfitriãs San Diego Police Department Air Unit (ABLE) e San Diego Sheriff’s Department (ASTREA).
O evento foi realizado no Town and Country Resort e contou com a participação de cerca de 100 pessoas das mais diversas agências e unidades policiais da costa leste americana e canadense.
Durante o primeiro dia do evento (04/Set), houve um Workshop voltado para comandantes e supervisores de unidades aéreas com os seguintes temas:
1) Implementing SMS, palestra ministrada por Bryan Smith, Safety Program Manager da ALEA;
2) Standards and Acreditation: You can’t afford not to…, palestra ministrada por Don Roby, Training Program Manager da ALEA;
3) Atitude, Crew Performance and Communication, palestra ministrada por Jack H. Schonely, LAPD.
Ao término das palestras, houve uma recepção patrocinada pela ALEA e a abertura de uma feira de exposição de equipamentos e fabricantes aeronáuticos.
No segundo dia do evento, houve a cerimônia oficial de abertura, conduzida por Stephen Roussell, ALEA Western Regional Director, e posteriormente as seguintes palestras:
1) Aviation Safety Update: Lead indicators to the next accident, por Bryan Smith, Safety Program Manager da ALEA
2)General Aviation Smuggling Trends, por Heather Sulliva, Intelligence Research Especialist, do US Customs and Border Protection;
3) Anatomy of an Aciddent: New Mexico State Police, por Glenn Daley, Lt NYPD retired;
4) Normalized Deviation: The Elements of Human Error, por Rick Bookbinder, Chief Airplane Pilot, do California Highway Patrol;
5) Just Culture in Law Enforcement Aviation, por Bob Trevelyan, da empresa Sextant Readings.
No último dia do evento, houve as seguintes palestras:
1) Aircraft Positioning for Patrol Support, por Kevin Means, Officer e piloto de helicóptero do San Diego Police Department;
2) Saving your Air Unit: The importance of good marketing and public relationship, por Bryan Smith, piloto de da unidade aérea de Lee County Sheriff’s Office;
3) Public Aircraft Operations Law, por Don Roby, Baltimore County Police Department.
Posteriomente houve encerramento do evento e entrega de certificados de participação. Há de destacar-se o elevado nível de organização e profissionalismo demonstrado pela ALEA na organização do evento.
No aspecto de segurança de voo, a ALEA está comprometida ao máximo em prover auxílio e assessoria as unidades aéreas para implementaçao do SMS (SGSO aqui no Brasil), conceito de erro e violação e cultura justa, muito parecido com o atual estágio de conhecimento disponível aqui no Brasil.
O diferencial notado foi a criação de uma comissão para elaborar e atestar um tipo de certificação de qualidade e segurança à unidade aérea, chamada ALEAC – Airborne Law Enforcement Accreditation Commission. Através dessa comissão, existe um ALEAC Air Unit Accreditation Program, que irá prover toda a assessoria à unidade aérea, que inclui implantação, auto-avaliação,avaliação pela comissão in loco,comissão de análise e avaliação de padrões e procedimentos, Manutenção da conformidade e por final o processo de reavaliação contínua como forma de recertificaçao. Todo esse processo é provido pela ALEA mediante um custo para a unidade aérea.
Um dos aspectos observados é a constante discussão de melhorias de táticas e técnicas da operação aérea, com a utilização de recursos tecnológicos e de treinamento, focados na segurança e na melhoria da qualidade e dos resultados operacionais. O Officer Kevin Means, do San Diego Police Department, simplesmente deu uma aula como nunca tinha visto antes sobre posicionamento tático da aeronave para uma melhor operação com o sistema FLIR e como forma de proteção da aeronave e tripulação contra disparos de armas de fogo.
Só para se ter uma idéia do nível técnico da palestra, um dos dados apresentados, após um levantamento, aproximadamente 26 ocorrências nos EUA onde a aeronave foi atingida, chegou a conclusão que a altura média dessas aeronaves no momento do impacto era de 355 pés AGL. Algo a se pensar.
Alguns outros pontos observados:
– Eles também tem problemas sérios de regulamentação junto ao FAA, citando somente um dos casos, o FAA regulamentou que aeronaves sem certificação civil não poderiam ser utilizadas na atividade de treinamento, somente em atividade de segurança pública, e aí causou um tremendo embaraço na operação dessas aeronaves, pois os pilotos não tinham como comprovar o treinamento e a experiência necessária para efetuar o check de modelo. Tal regulamentação foi alterada recentemente pela FAA por pressão dos operadores e associações.
– Preocupação de auxílio em aspectos extra aviação, como por exemplo a palestra sobre a necessidade de um plano de marketing da unidade aérea, envolvendo público interno e externo, relacionamento com a imprensa, mídias sociais e tomadores de decisões.
Por final, o site Piloto Policial gostaria de agradecer a receptividade de todos, em especial aos integrantes da ALEA Don Roby, Bryan Smith e Steve Roussell.
Confira as fotos: