Brasil – Há 82 anos, com o objetivo de defender, integrar e controlar a nação, a Força Aérea Brasileira (FAB) realiza ajuda humanitária ao atender e contribuir para preservar povos tradicionais de todo o país.
Evacuação aeromédica, atuação de profissionais de saúde, transporte de vacinas e de cestas básicas, criação e proteção de aeródromos, entre outras ações e operações, são parte das missões da Força Aérea Brasileira (FAB) em comunidades indígenas do Brasil.
Evacuação aeromédica
Evacuação Aeromédica (EVAM) é a ação que consiste em empregar meios de Força Aérea para remover pessoas feridas ou doentes para locais onde possam receber assistência médica adequada.
Em outubro de 2020, um indígena da etnia Jamamadi, morador da comunidade Imbaúba, da região do Médio Purus, próximo à Lábrea (AM), necessitou de atendimento médico especializado ao ser picado por uma cobra jararaca. Ele foi atendido por um médico do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), que estava a bordo do helicóptero H-60L Black Hawk do Esquadrão Harpia (7º/8º GAV) da FAB, sediado em Manaus (AM).
Transporte de profissionais de saúde
Em situações de calamidade pública, como a mais recente envolvendo o povo Yanomami em condição de desnutrição, a FAB também realiza condução de profissionais de saúde para comunidades indígenas.
A mais recente foi o transporte de Brasília (DF) para Boa Vista (RR), na aeronave C-97, com uma comitiva composta por 12 profissionais de saúde da Força Nacional do SUS, que acompanha de perto a situação da população da região Yanomami. São 11 voluntários assistenciais e um da equipe de gestão central. Além dos profissionais, foram enviados equipamentos de atendimento de emergência, como pranchas rígidas e Desfibriladores Externos Automáticos (DEA).
As missões de apoio às comunidades indígenas evitam a necessidade de deslocamento destes povos às cidades em busca de assistência médica. Em 2020, por exemplo, a Instituição transportou 26 profissionais de saúde das Forças Armadas e uma enfermeira do Ministério da Saúde para cumprimento da Missão Alto Solimões, que teve como objetivo atender cinco aldeias indígenas: Umariaçu I e II, Campo Alegre, Vila Betânia e São Sebastião.
Estima-se que 16.860 pessoas foram beneficiadas com a ação. Além de levar profissionais de saúde, a FAB também transportou três toneladas de materiais, entre equipamentos de Proteção Individual (EPI) e medicamentos.
Transporte de vacinas e medicamentos
A FAB também realiza transporte de vacinas e medicamentos e atua em campanhas de vacinação. Como parte da missão na região yanomami, a aeronave C-105, operada pelo Esquadrão Onça (1°/15° GAV), realizou o lançamento múltiplo de 2 toneladas de medicamentos e produtos médicos básicos de primeira necessidade, tais como soro, gases, seringas, dentre outros.
Na Operação COVID-19, por sua vez, militares do Esquadrão Harpia realizaram em 2021 uma missão de apoio à vacinação contra a COVID-19 da população indígena na região do Médio Solimões. Ao todo, doses de vacinas foram aplicadas em 27 aldeias indígenas.
Operando o H-60L Black Hawk, a tripulação decolou de Manaus (AM) com destino a Eirunepé. Na região, ao longo de dez dias de envolvimento, o Esquadrão levou a equipe do DSEI do Médio Solimões para realizar a aplicação de mais de 800 doses contra a COVID-19, atendendo aldeias, com as mais diversas etnias, dentre elas: Deni, Kulina, Kanamari e Mawetek.
Transporte de alimentos
A FAB realiza também a missão de transporte de alimentos. No caso dos povos Yanomamis, a FAB transportou cerca de 1.922 cestas básicas, totalizando cerca de 32,6 toneladas entre alimentos e medicamentos.
Essa não é a primeira vez que a Instituição atua em comunidades indígenas Yanomamis situadas em Roraima. Em 2021, foram transportadas cerca de 13 toneladas de alimentos a bordo do H-60 Black Hawk e do C-105 Amazonas. Foram atendidas as comunidades Kaynaú, Homoxi, Parafuri, Parima, Xitei, Hakoma e Haxiu na operação junto ao 4º Pelotão Especial de Fronteira (PEF) de Surucucu e outras sete comunidades na região de Alto Alegre (RR).
Construção e manutenção de aeródromos
Além de atuar na criação de aeródromos, a FAB também atua na recuperação de pistas – como foi o caso da obra do aeroporto de Surucucu, e na proteção de aeródromos. No caso de Surucucu, foi a reforma que, hoje, possibilita a circulação de aeronaves na região, de forma a apoiar o transporte de suprimentos no local.
O Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA) visitou as aldeias indígenas de Bona e Pedra da Onça, no estado do Pará, localizadas a 700 km de Belém com o objetivo de elaborar o Plano Básico de Zona de Proteção de Aeródromo (PBZPA), que é um levantamento de superfícies de proteção pré-estabelecidas para garantir a segurança de voo na operação de um aeródromo.
No total, cinco aldeias tiveram a possibilidade de possuir o plano. Na segunda fase, outras três comunidades indígenas no estado de Roraima foram contempladas: Paraná, Salvador e Área Única.