Poucos minutos de voo, mas que podiam valer anos de vida. Tudo ia depender da rapidez de dois médicos e tripulantes do helicóptero Águia da Polícia Militar, que na tarde de quinta-feira (02/06) transportaram um órgão até o Hospital das Clínicas (HC), em São Paulo (SP), e também da aceitação do organismo do paciente, que já estava preparado para receber o pulmão captado no Hospital dos Fornecedores de Cana (HFC), em Piracicaba.
Foi uma verdadeira corrida contra o tempo, pois lá na Capital alguém mantinha acesa a chama da esperança de uma melhor qualidade de vida. A aeronave decolou por volta das 16h30, da Base de Radiopatrulha Aérea em Piracicaba, interior de São Paulo, e a previsão era que em 45 minutos, no máximo, estivesse pousando no HC.
Até o embarque na aeronave, tudo funcionou conforme planejado. À frente da ambulância, que trazia a caixa térmica com o pulmão, no trajeto entre o HFC e a Base Aérea, que fica no último hangar, no bairro Monte Alegre, o trânsito foi sendo liberado pelos policiais militares da Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas).
O sargento Camolesi, o cabo Souza e o soldado Martins foram abrindo caminho. Em menos de cinco minutos, as equipes do transporte já estavam na pista de decolagem do Águia.
A ambulância, que passou pelas avenidas Barão de Serra Negra, Armando de Salles Oliveira, Torquato da Silva Leitão e Centenário, também foi acompanhada por uma viatura de escolta da Polícia Militar, tendo a bordo o cabo Valdivieso, cabo Da Silva e soldado Cabreira.
Se fosse transporte por terra, segundo o comandante da Base Aérea local, major Marcelo Cesar Cancian, a viagem duraria, no mínimo, três horas. Ainda mais por ser quase um final de tarde, quando o trânsito em São Paulo costuma ficar caótico.
“O que também nos facilita é que vários hospitais de São Paulo possuem heliponto. A aeronave pousa e os médicos já entram com o órgão a ser transplantado direto no hospital. Se é em algum (hospital) que não tem, sempre há um campo de futebol ou outra área próxima que nos permite agilizar”, explicou o oficial.
Outra situação que demoraria para chegar ao destino este pulmão, segundo Cancian, seria o transporte de avião. “Teríamos que ir até Cumbica ou Congonhas, por exemplo, e de lá enfrentarmos o trânsito. Por isso, o helicóptero tem essa versatilidade”, acrescentou.
O que mais dá satisfação aos PMs da Base Aérea, de acordo com o major, é que, neste sistema de transporte de órgãos, um departamento depende do outro para que tudo dê certo.
Como em outros casos, não foi informado o nome do doador. O que se esperava mesmo, pelo que se ouvia pelo hangar, era que o transplante desse certo.
Fonte: Gazeta de Piracicaba, por Ana Cristina Andrade.
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