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Segurança de voo

Batalhão de Aviação da Brigada Militar promove seminário de segurança do voo em Porto Alegre, RS

Rio Grande do Sul – No dia 27 de junho, em Porto Alegre, no auditório da Academia de Polícia Militar (APM), o Batalhão de Aviação da Brigada Militar (BAvBM) realizou o primeiro seminário de segurança do voo, que contou com a participação de oficiais e praças da Brigada Militar e também de integrantes do Comando de Aviação de Estado da Polícia Militar de Minas Gerais (COMAVE/MG).

O seminário buscou desenvolver novas habilidades e novas práticas a partir do conhecimento adquirido pelo COMAVE, dada a experiência e diversidade de operações aéreas desenvolvidas por esta unidade. O COMAVE/MG desenvolve suas atividades em um estado com extensa área territorial e populacional, figurando dentre as unidades aéreas com maior número de operações e horas de voo em atividade de segurança pública.

Na oportunidade, o comandante da BavBM, tenente-coronel Leandro Brandão dos Santos, agradeceu a presença da comitiva composta pelo comando do COMAVE/MG, os quais se propuseram a compartilhar suas experiências e aprendizados, construídos ao longo de anos de expertise na atividade aeropolicial.

Participaram da abertura o subcomandante-geral da Brigada Militar, coronel Douglas da Rosa Soares, o diretor do Departamento de Ensino da Brigada Militar, coronel Luigi Gustavo Soares Pereira, o comandante do COMAVE/MG, coronel Marcos Vander Ramos, o comandante do BAvBM tenente-coronel Leandro Brandão dos Santos e o comandante da APM, tenente-coronel Tales Américo Osório.

Bombeiros militares participam de instrução com helicóptero da CIOPAER no Aeroporto de Fortaleza

Ceará – Na manhã de quarta-feira (27), ocorreu no Aeroporto de Fortaleza uma instrução para profissionais do Corpo de Bombeiros Militares do Ceará (CBMCE) com uma das aeronaves da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (CIOPAER).

No local, profissionais da 6ª Companhia do 1º Batalhão de Bombeiros Militar (6ª Cia/1º BBM), que são responsáveis pela proteção, salvamento e combate a incêndio no aeroporto, participaram de palestra sobre a história da CIOPAER, serviços executados nas bases e aeronaves da frota. O helicóptero Airbus H135 foi utilizado na instrução.

Os bombeiros receberam instruções sobre procedimentos de desligamento da aeronave em caso de emergência, localização de extintores, capacidade de combustível, autonomia de voo, segurança de aproximação, embarque, desembarque e abordagem em caso de incêndio.

O objetivo da instrução foi familiarizar os bombeiros militares de aeródromo com as aeronaves da CIOPAER, preparando-os para emergências. Desde 2018, o Estado possui parceria público-privada com a Fraport Airport, responsável pela operação do aeroporto internacional de Fortaleza, para manter uma unidade de bombeiros nas dependências do sítio aeroportuário.

SAMU de João Pessoa realiza treinamento aeromédico para profissionais de saúde

Paraíba – O Núcleo de Educação Permanente (NEP) do SAMU de João Pessoa realizou treinamento aeromédico para 32 profissionais, sendo 16 médicos e 16 enfermeiros. O objetivo desse treinamento de educação continuada foi aperfeiçoar as habilidades técnicas dos profissionais que embarcam em missões aeromédicas, para que o atendimento aos pacientes seja cada vez mais seguro e qualificado.

As atividades foram divididas em quatro modalidades: atendimento inicial ao paciente politraumatizado (seguindo o protocolo do PHTLS), operações em altura, noções de sobrevivência aquática e noções de segurança de voo, em embarque e desembarque de pacientes na aeronave.

Participaram como instrutores desse treinamento profissionais do Grupamento Tático Aéreo da Paraíba e também do próprio NEP do SAMU. A carga horária total foi de 20 horas de aulas e as instruções ocorreram entre os dias 4 a 18 deste mês, com direito a cerimônia de encerramento na própria sede do SAMU.

Equipes do SAERFRON e do SARA participam de treinamento sobre segurança de voo em Chapecó, SC

Santa Catarina – Na manhã e tarde de sábado (28), policiais do Serviço Aeropolicial de Fronteira (SAERFRON) e equipes de saúde do Serviço de Atendimento e Resgate Aeromédico (SARA) participaram de atividades sobre segurança de voo.

O evento contou com palestra do Comandante Jackson Lauffer Lima, piloto e mestre em segurança de voo pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Segundo o Coordenador do SAERFRON, delegado Albert Silveira, “o evento é de grande importância para pilotos, operadores aerotáticos e equipes de operadores suporte médico reforçarem o nível de alerta em prol da segurança de voo nas operações realizadas pelo SAERFRON/SARA”, comentou o delegado Albert.

Desde o início das operações da Unidade Aérea Pública em 2014, já foram realizadas mais de 3.700 missões, em mais de 2.200 horas de voo, sem qualquer acidente ou incidente de voo.

A segurança de mão em mão…

NÁDIA TEBICHERANE

Segurança

A palavra vem do latim e significa pessoa livre de perigos, danos; sem preocupações. Mas, o sentido de segurança é muito amplo.

A segurança tem um caso de amor com a confiança. Para sentir-se seguro você precisa confiar no seu irmão, no seu parceiro, na sua família, na sua equipe de trabalho.

Equipe…

Grupo de pessoas que se dedica a um trabalho comum.

Mas quando um grupo pode realmente ser chamado de equipe?

Ah…Isso exige a presença de um certo Espírito…Forte, honesto, desinteressado e sem vaidades, esse Espírito chama-se solidariedade.

Para que um grupo possa estar livre dos perigos e levar a sua missão ao final, é necessário algo muito especial: dedicação, envolvimento e união total. Cada um na sua especialidade planejando, prevendo e trabalhando para o todo.

Logo, num voo, por exemplo, cada tripulante de fato decola, voa, resgata, e realiza o pouso de sua aeronave.

E na vida…Vamos delirar que a humanidade é uma equipe e que cada ser humano tem responsabilidades com a vida do outro…

Assim, caro leitor, parte da minha vida está em segurança entre suas mãos; parte da sua vida, bem guardada nas minhas.

Secretaria de Segurança Pública do Tocantins orienta sobre os riscos que as pipas apresentam para aeronaves

Tocantins – Uma preocupação que aumenta na época das férias é com as pipas. Além de machucar, a brincadeira de criança pode até causar acidentes aéreos sérios e fatais ou comprometer peças importantes para as aeronaves.

Os incidentes, apesar de parecerem pequenos, podem deixar uma aeronave indisponível para uso e gerar manutenções preventivas ou corretivas, que geram altos custos para o Estado.

Linha de pipa enrolada no rotor de cauda do helicóptero.

Uma linha de pipa, ao se enroscar no rotor do helicóptero, prejudica a segurança do voo, colocando a tripulação em risco conforme explicou o Major Gustavo Bolentini, supervisor de segurança operacional do Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPAER), unidade da Superintendência de Segurança Integrada da Secretaria de Segurança Publica – SSP.

“Temos uma preocupação muito grande nesse período de férias ou feriados prolongados, sempre procuramos orientar os pilotos de vôos para que evitem áreas de grande concentração de pipas, normalmente nas áreas mais periféricas da cidade e em regiões de praias. Recomendamos o voo acima de 500 pés (150 metros de altura) e atentarem para o posicionamento dos tripulantes que trabalham nas missões policiais e de salvamento para que tenham o cuidado de não deixarem pernas para fora, por exemplo, pois as linhas com cerol ou linha chilena podem causar cortes e lesões, além de todo o problema no próprio helicóptero”, disse Bolentini.

Segundo o supervisor, o momento crítico para o voo é quando a equipe precisa fazer alguma manobra que exija que o helicóptero desça em caso de operação ou no momento da decolagem e pouso. “Há poucos dias, em uma operação que estávamos realizado a procura de um idosos que havia desaparecido, deslocamos para o local das buscas, em um dado momento não havíamos percebido a pipa e nos deparamos com ela bem próximo da aeronave, os dois tripulantes também não perceberam,foi um susto para nós e isso é uma situação de alerta”.

Legislação

De acordo com a lei, as limitações feitas à brincadeira são necessárias devido ao risco que ela traz à integridade física e à vida das pessoas. A legislação restringe a prática da brincadeira para aqueles que utilizarem o cerol ou linha chilena. A venda da linha chilena também entrou na proibição.

“Apesar de ser uma cultura, a brincadeira da pipa é perigosa. Soltar pipa não é crime, todavia, utilizar equipamentos que podem lesionar uma pessoa ou causar um acidente aeronáutico é crime, então cabe aos pais, aos professores e à comunidade em geral, orientar as crianças. Existe uma serie de crimes que podem ser enquadrados com uso de cerol ou linha chilena” pontuou o Major Gustavo Bolentini.

CIOPAER 

O Centro Integrado de Operações Aéreas (CIOPAER) da SSP tem como missão o controle, a operação e a manutenção dos meios aéreos disponíveis no Sistema de Segurança Pública do Estado do Tocantins, em apoio às atividades da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros Militar e da Polícia Civil, bem como às entidades Governamentais e de Defesa Civil.

As operações aéreas compreendem as atividades como policiamento ostensivo e investigativo; ações de inteligência; transporte de enfermos e órgãos humanos e resgate; busca, salvamento terrestre e aquático; prevenção e combate a incêndios, etc.

Unimed Aeromédica é pioneira na utilização de prontuário digital no transporte aéreo de pacientes

Minas Gerais – A utilização da tecnologia em saúde traz diversos recursos, possibilidades e benefícios para o dia a dia das instituições e dos pacientes. A Unimed Aeromédica desenvolveu com a Makem uma solução tecnológica inédita no transporte aeromédico no Brasil, o Prontuário Digital Open, que promete mais eficiência no atendimento médico e mais segurança e agilidade na gestão das informações.

Trata-se do prontuário digital de bordo, que por meio de papel e caneta especiais é capaz de reconhecer os dados escritos manualmente no prontuário e realizar a conversão do conteúdo para a plataforma digital, permitindo acesso dos profissionais de saúde por meio da internet, de forma rápida e integral. Desde que foi lançada, a iniciativa já foi utilizada em 515 missões.

Prontuário digital inteligente é usado pela primeira vez em transportes aeromédicos no Brasil. Foto: Unimed Aeromédica.

Normalmente, os prontuários dos pacientes, durante as remoções, são preenchidos manualmente e tem os dados posteriormente transferidos para as planilhas nos computadores.

“Essa nova tecnologia nos proporciona um tempo precioso, permitindo que a situação do paciente seja de conhecimento de todos os atores do processo quase que em tempo real. E as informações ainda podem ser atualizadas e corrigidas”, explica Flávio Lopes, gestor médico da Unimed Aeromédica. Ele conta que a caneta tem uma capacidade de acerto próxima a 100% para letra de fôrma e de 80% a 90% para letra cursiva.

Lopes informa que em 2017 foi iniciado o projeto piloto e as equipes da Unimed Aeromédica, que é uma empresa da Unimed Federação Minas, testaram o prontuário digital de bordo em cem missões. “Depois que os profissionais aprovaram a ferramenta, passamos a adotá-la de forma definitiva e abolimos o prontuário de papel comum. Hoje, cada enfermeiro e médico é responsável pelas informações de seu prontuário digital”, diz.

Prontuário digital inteligente é usado pela primeira vez em transportes aeromédicos no Brasil. Foro: Unimed Aeromédica.

A solução desenvolvida

Essa solução utiliza uma caneta digital fabricada pela empresa sueca Anoto e um software desenvolvido no Brasil pela empresa Makem. Essa caneta faz o reconhecimento inteligente de caracteres (ICR), que permite que fontes e estilos diferentes de manuscritos sejam aprendidos por um computador durante o processamento.

Segundo Ronicarlos Pereira, Engenheiro de Desenvolvimento da Makem, “desenvolvemos soluções customizáveis às necessidades do cliente. A caneta digital pode ser comprada ou alugada e o software é um serviço (SaaS) que oferecemos.”

“Você consegue integrar a caneta digital com smartphone e tablet e potencializar o uso do equipamento, como leitura de QRCode, biometria, foto, GPS, vídeo e reconhecimento facial”, complementou.

Além disso, por ser uma solução de inteligência artificial, se uma pessoa utilizar a caneta sem autorização, pode ser identificada a inconsistência através de auditoria, pois ela não lê apenas caracteres e traços, mas também velocidade e pressão.

Obedecendo a legislação

A tecnologia da Unimed Aeromédica vem ao encontro da nova legislação de guarda de prontuários, já que facilita o processo de armazenagem. “Hoje, os prontuários dos pacientes devem ser guardados por 15 anos. Em caso de crianças, são 15 anos após atingirem a maioridade. Por isso, o volume de papel é muito grande. Com o prontuário digital, o armazenamento acontece em ambiente nuvem com informações criptografadas”, esclarece Flávio Lopes.

Prontuário digital inteligente é usado pela primeira vez em transportes aeromédicos no Brasil. Foto: Unimed Aeromédica.

A caneta digital, que tem funcionamento de 18 horas (se devidamente carregada), possui um GPS embarcado, o que garante, ainda mais, a segurança do processo. Em caso de furto ou adulteração, por exemplo, o equipamento é capaz de fornecer dados como a data da inserção da informação e a localização geográfica.

Eficiência em primeiro lugar

Com 23 anos de atuação na prestação de serviços de transporte aeromédico, a Unimed Aeromédica é uma empresa da Unimed Federação Minas que busca na tecnologia o auxílio para se manter à frente do mercado. “Somos uma instituição com o DNA inovador. Surgimos há mais de duas décadas em um mercado completamente desconhecido para a época e ajudamos a criar uma realidade que hoje beneficia milhares de pessoas em todo o país”, afirma o assessor da Unimed Aeromédica, Délio Pereira dos Santos.

A empresa é referência em transporte aeromédico de urgência no Brasil e expandiu seu atendimento a clientes que não estejam ligados ao Sistema Unimed, com a possibilidade de contratação de voos particulares, plano anual de remoção aeromédica e atendimento a auto-gestões. Atualmente a instituição conta com mais de 3,5 milhões de clientes, mais de 21.200 transportes realizados e mais de 93% de clientes satisfeitos.

Conselho de Ministros de Portugal aprovou proposta de regulação do uso de drones

Gov. de Portugal e Diário de Notícias

Portugal – O Conselho de Ministros aprovou a proposta de lei que regula a utilização de aeronaves não tripuladas (drones) e estabelece as regras de operação e de autorização quanto à sua utilização civil no espaço aéreo nacional. A proposta será enviada à Assembleia da República.

Perante o fácil acesso a estas aeronaves e o potencial de risco a ele associado, impunha-se a criação de um quadro normativo de fácil entendimento que determinasse as regras de operação no espaço público, sem inibir o potencial desenvolvimento de atividades econômicas, de inovação e de atração de investimento.

Governo aprovou proposta de regulação do uso de drones. Foto: © Ivan del Val / Global Imagens

Nesse sentido, além de definir regras claras de operação, esta proposta de lei consagra a adoção de mecanismos de prevenção que mitiguem o risco associado ao uso destes equipamentos, assim como a capacitação das entidades com competência de fiscalização.

O objetivo é garantir um controlo eficaz sempre que a operação de drones possa constituir uma ameaça para a segurança pública ou para o patrimônio.

Em 5 de julho, o Conselho de Ministros já tinha aprovado um decreto-lei que estabeleceu o sistema obrigatório de registo e de seguro de responsabilidade civil obrigatório para os drones.

A aviação civil reportou, entre janeiro e setembro de 2018, 43 incidentes com drones, segundo a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), 27 dos quais no verão, o que representa mais de 60% das ocorrências naquele período.

Em 2017, a ANAC registou 37 incidentes com drones – 36 pela aviação civil e um por um avião militar – e instaurou 17 processos e apresentou nove denúncias junto do Ministério Público.

Em 2013 e 2014 o regulador do setor da aviação não teve relatos deste tipo de incidentes, enquanto em 2015 a ANAC recebeu reportes de cinco ocorrências, número que mais do que triplicou para 17 em 2016.

O regulamento da ANAC, em vigor desde 13 de janeiro de 2017, proíbe o voo de drones (veículo aéreo não tripulado) a mais de 120 metros de altura e nas áreas de aproximação e de descolagem dos aeroportos.

Em 28 de julho passado entrou em vigor o decreto-lei n.º 58/2018, que torna obrigatórios o registo destes aparelhos com mais de 250 gramas, a contratação de um seguro de responsabilidade civil para drones acima dos 900 gramas e estipula “um quadro sancionatório aplicável a quem violar estas obrigações, de forma a dissuadir e censurar adequada e proporcionalmente condutas de risco que podem colocar em causa a segurança de todos”.

O documento estabelece que a violação das regras no uso dos drones pode ser punida com multa entre 300,00 e 7.500,00 euros, além da suspensão temporária ou apreensão dos aparelhos.

O regulador nacional da aviação salienta que o diploma do Governo “vem complementar” o regulamento da ANAC n.º 1093/2016, “dado que este regulamento estabelece apenas as condições de utilização do espaço aéreo (regra do ar para pilotos de drones)”.

Relatório Final de investigação aponta “falta de preparação” do piloto instrutor que se acidentou em praia de Portugal

Público PT

Portugal – Falhas na gestão da emergência e quebra de procedimentos pelo piloto instrutor levaram ao pouso do Cessna 152 na praia de São João da Caparica, Almada, em Agosto de 2017, causando a morte a duas pessoas, concluiu uma investigação.

No dia 02 de Agosto de 2017 um avião Cessna 152 descolou do Aeródromo de Cascais com destino a Évora, para um voo de instrução, mas depois de reportar uma falha de motor, cerca de cinco minutos após a descolagem, fez um pouso de emergência na areia da praia de São João, durante a qual atingiu mortalmente uma menina de 8 anos e um homem de 56.

Acidente com Cessna que matou duas pessoas na praia: relatório aponta “falta de preparação” do piloto instrutor. Foto: Miguel Manso.

“Após a falha de motor, ficou claro que o piloto instrutor não efetuou uma gestão apropriada da emergência, onde deveria ter seguido os procedimentos básicos de emergência, e não procurado apenas uma solução para o problema da falha do motor”, diz o relatório final do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), a que a agência Lusa teve acesso.

Apesar das horas de voo e experiência (mais de 5.000 horas de voo, das quais 3.930 em Cessna 152), ficou claro para os investigadores “a falta de preparação” e “falhas na formação aeronáutica” do piloto instrutor, à data com 67 anos, “tendo a escola um papel chave, não criando as devidas barreiras para evitar o acidente”.

A falha do motor em voo, gerida “de forma inadequada pelo piloto instrutor”, culminou na perda de controlo da aeronave, por perda aerodinâmica, admitindo o GPIAAF “que a perda de potência do motor” tenha tido origem numa falha detectada no carburador, que impediu o fornecimento de combustível suficiente ao motor.

Acidente com Cessna que matou duas pessoas na praia: relatório aponta “falta de preparação” do piloto instrutor. Foto: Miguel Manso.

A investigação efetuou três voos de simulação com uma aeronave semelhante e em condições atmosféricas também “muito semelhantes”, partindo sempre do ponto estimado da falha de motor.

“No terceiro voo, foi seguida a opção tomada pelo piloto instrutor de voar em frente, atravessando o rio, e mostrou-se viável ao nível operacional, tendo o vento de cauda empurrado a aeronave, sem problemas no cruzamento do rio Tejo, onde foram visualizadas pelo menos três opções para um eventual pouso de emergência”, relata o GPIAAF.

A aeronave, propriedade do Aeroclube de Torres Vedras, estava sendo operada pela Escola de Aviação Aerocondor (GAir).

As escolas, através dos pilotos instrutores, devem garantir que as aeronaves que sobrevoem zonas de água, possam ter condições para fazerem uma amaragem forçada. “Não foi recebido [da escola] qualquer documento que comprovasse que tenha sido realizado pelos instrutores da escola o treino para adquirir competências na manobra de amaragem (amerissagem). Não foi demonstrado que o piloto instrutor tenha participado no treino de amaragem de emergência. A não existência a bordo de dispositivos de flutuação, associado à falta de treino da tripulação na manobra, poderá ter levado a que a opção de amarar o avião não tenha sido considerada”, frisa o GPIAAF.

O relatório salienta que, decorrente da falha na gestão de emergência pelo piloto instrutor, o aluno, com 27 anos, “teve um papel passivo e apenas reativo”, voando a aeronave em frente, conforme lhe ordenou o instrutor.

.Acidente com Cessna que matou duas pessoas na praia: relatório aponta “falta de preparação” do piloto instrutor Foto: EPA/ANDRE KOSTERS

“Inúmeras tentativas de reiniciar o funcionamento do motor foram feitas até pouco antes de a aeronave colidir com a areia da praia. Segundo o aluno piloto, durante todas essas tentativas, o piloto instrutor não usou a lista de verificação conforme definido no manual de operações de voo da escola, realizando todos os procedimentos de memória”, indica o relatório.

O piloto instrutor assumiu ter voado em frente, pois, “no procedimento da falha do motor, que afirmou ter de memória, deveria escolher um lugar que estivesse dentro do ângulo de 30 graus para cada lado da rota”.

“No entanto, esse procedimento é previsto para as falhas após a descolagem, onde se deve procurar um lugar para aterrar dentro dessa margem que compreende 60 graus, sendo 30 para cada lado. No caso de falha em voo cruzeiro, essa regra não é aplicável, não existindo angulação predefinida para se procurar um lugar para aterrar em emergência”, esclarece o GPIAAF.

.Acidente com Cessna que matou duas pessoas na praia: relatório aponta “falta de preparação” do piloto instrutor Foto: EPA/ANDRE KOSTERS

Apenas quando o Cessna 152 voava entre os 120 e os 150 metros de altitude, empurrado pelo “forte vento de cauda” que o ajudou a atravessar o rio Tejo, é que o piloto instrutor decidiu procurar um lugar para aterrar, “deixando pouco tempo para análise do risco, e fez diminuir drasticamente as suas opções na escolha do local da aterragem”.

Falta de preparação

“As ações do piloto instrutor não foram realizadas de acordo com os procedimentos de emergência e lista de verificação aplicáveis. As ações do piloto instrutor e as declarações no pós-evento indicaram inadequado conhecimento e compreensão da emergência. O desempenho inadequado do piloto instrutor evidencia falta de preparação adequada para a emergência”, sublinham os investigadores.

Departamento do Interior dos EUA define padrões para capacetes de voo de helicóptero de uso civil

DOI / Rotor&Wing

Embora as forças armadas norte-americanas tenham há muito tempo padrões de capacete para helicópteros, a aviação civil, a avião aeromédica e a policial só agora está no processo de considerar essas regulamentações, já que o FAA tradicionalmente se concentra na regulamentação de itens anexados à aeronave, não de pessoal.

Embora o FAA exija que os pilotos de aviões agrícolas usem capacetes, não há outro regulamento federal ou requisito para que os pilotos de helicópteros civis usem capacetes e que os capacetes atendam a certos padrões.

Setor comercial passa a adotar padrões de capacete de helicóptero do Departamentodos EUA. Foto: Divulgação
Setor comercial passa a adotar padrões de capacete de helicóptero do Departamento do Interior dos EUA. Foto: Divulgação

Isso pode estar mudando. As agências de credenciamento de operadores de transporte aeromédico, polícia, busca e resgate e helicópteros de combate a incêndios estão recomendando que adotem os novos padrões do U.S. Department of the Interior’s Office of Aviation Services (DOI/OAS).

A Public Safety Aviation Accreditation Commission (PSAAC) “está atualmente revisando os padrões de capacete de voo do DOI para inclusão de nossos padrões de aviação, combate a incêndios florestais e busca e salvamento aéreo”, disse Don Roby, presidente da PSAAC / Airborne Law Enforcement Association. “A comissão está se reunindo em março de 2019 e assumirá este tópico.”

O atual padrão do PSAAC recomenda que uma tripulação de helicóptero use um “capacete de voo aprovado pelos militares dos EUA ou por uma autoridade internacional similar específico para tripulações de helicópteros”.

“A recomendação atual não fornece muitas orientações às agências para aconselhá-las sobre qual tipo de capacete é aprovado para operações com helicópteros”, disse Roby à R&WI. “Os padrões do DOI (US Department of the Interior) fornecerão às agências muito mais orientação na seleção de capacetes e servirão como um documento de referência para a PSAAC, como uma entidade desenvolvedora de padrões”.

Em julho, a Comissão de Credenciamento de Sistemas de Transporte Médico (CAMTS) ratificou a 11ª edição de suas normas, que devem entrar em vigor em 1º de janeiro. As novas normas fazem referência aos padrões do DOI, exigem capacetes para operações de asa rotativa e “os capacetes dos tripulantes devem ser projetados para operações de aviação, adequadamente instalados e mantidos de acordo com os critérios do fabricante ou a política do programa.”

O DOI disse que a falta de padrões de capacetes de aviação, além dos militares dos EUA, é um problema significativo. O National Transportation Safety Board (NTSB) também não coleta rotineiramente dados de capacete em investigações de acidentes, embora alguns investigadores do NTSB estejam incluindo informações sobre o capacete em seus relatórios de acidentes.

“As agências reguladoras do governo (como a OSHA) não forneceram nenhuma orientação e os fabricantes de capacetes não se esforçaram para estabelecer os padrões do setor”, disse o DOI no documento de normas. “Capacetes de aviação fornecem vários níveis de proteção e precisam ser avaliados para muitas propriedades, incluindo (mas não limitadas a) impacto lateral e de topo, atenuação de som, retenção e peso”.

“Embora capacetes militares aprovados permaneçam autorizados, simplesmente adotando especificações militares como nosso próprio padrão foi eliminado, já que algumas dessas especificações incluem áreas que não são aplicáveis ao DOI”, disse a agência.

Capacete Gentex HGU-56/P
Capacete Gentex HGU-56/P

“Algumas dessas áreas incluem o processo de compra do Departamento de Defesa dos EUA, elementos de design envolvendo proteção balística e embalagem / entrega. Além disso, alguns modelos de capacetes militares foram construídos para um padrão ANSI (ANSI Z90.1), que não são mais suportados pelo ANSI, portanto, esses padrões obsoletos não podem ser usados em laboratórios de testes com certificação ISO 9001 ou certificados pela ISO 17025. ”

O manual do Equipamento de Suporte à Vida em Aviação (ALSE) da DOI lista quatro capacetes de helicóptero aprovados, todos fabricados pela Gentex, incluindo o HGU-56/P, SPH-5, SPH-4B e HGU-84/P. O DOI aprovou esses capacetes porque passaram em testes militares e foram fabricados em instalações com certificação ISO-9001.

No ano passado, o DOI contratou o Southwest Research Institute para desenvolver padrões de desempenho de capacetes e metodologias de teste. A Gentex planeja que o instituto teste seu capacete HGU-56/P para o novo padrão DOI até o final do ano.

A Gentex tem capacidade para pagar por esses testes, pois os capacetes da Gentex não são apenas aprovados pelo DOI, mas amplamente utilizados por militares dos EUA e por clientes estrangeiros.

As empresas menores podem não ter tanta sorte. Dudley Crosson, fundador da empresa de segurança aeromédica Delta P, sediada na Flórida, disse que pode custar US$ 75.000 para testar um capacete de helicóptero e US$ 50.000 para instituir um programa de garantia de qualidade para o capacete. No entanto, as empresas de capacetes podem se beneficiar de parcerias com fornecedores maiores de serviços aéreos, e essas empresas podem ajudar a pagar pelo teste.

“O importante é que, se você não puder se dar ao luxo de fazer um capacete seguro, não deveria estar fazendo capacetes”, disse Crosson.

“Os padrões do DOI são justos”, disse ele. “Não há nada que tenha saído do Instituto de Pesquisa da Southwest que seja irracional. Pela primeira vez temos um padrão razoável de capacete para helicópteros. Esses são os padrões comerciais que as pessoas seguirão”.

Para o Brasil, essa norma poderá ser utilizada referencialmente nas licitações públicas para aquisição de capacetes de voo. Usava-se referencialmente as normas militares americanas e agora um novo cenário surge, tornando mais específicos e claros os requisitos, melhorando o convencimento para o uso e obrigatoriedade para alguns setores, como operações aeromédicas, de salvamento e policiais.

Semana SAFETY ANAC – Encontro de Segurança Operacional em Goiânia

Goiás – No dia 21 de agosto de 2018, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) abre, em Goiânia, a quarta edição da “Semana Safety” que faz parte da Ação Nacional de Aviação Civil, iniciativa instituída em 2011 pela ANAC. Inscrições abertas até: 15/08/2018.

O objetivo é disseminar informações e conhecimentos sobre o transporte aéreo e de aumentar a proximidade da ANAC com seus principais públicos, entre eles profissionais, empresários, estudantes, pesquisadores ligados à aviação civil e demais interessados.

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Esse evento pretende atingir a maior quantidade de regulados que for possível e apresentar diversos assuntos, conforme indicado na Programação, para fomentar a discussão, tratar e receber as críticas e sugestões, por partes dos seus usuários.

No dia 21 de agosto a programação será voltada à “Segurança Operacional” e terá como objetivo concentrar os esforços na disseminação da cultura, dos conceitos e das melhores práticas de implementação dos Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional (SGSO) junto aos provedores de serviço da aviação civil.

As palestras têm como público-alvo Gestores responsáveis, Executivos Responsáveis, Gestores, Gerentes e Diretores de Segurança Operacional e demais profissionais envolvidos com a segurança operacional em operadores da aviação geral, dentre eles, empresas de transporte aéreo regular, operadores aéreos de táxi aéreo, de serviços aéreos especializados, aviação geral, aviação agrícola, aviação de Segurança Pública, além de profissionais e alunos das escolas de aviação, aeroclubes e centro de treinamento.

Semana Safety – Inscrições gratuitas:

Datas: 21 de agosto de 2018
Horário: das 08h30 às 17h20min
Local: Auditório da Faculdade SENAI Ítalo Bologna, localizado na rua  R. Armogaste José da Silveira, 612 – St. Centro Oeste, Goiânia – GO.
Inscrição: até 15/08/2018, pelo endereço eletrônico:
https://sistemas.anac.gov.br/capacitacao/enrol/index.php?id=2409

Operadores de helicópteros aeromédicos nos EUA são pressionados para melhorar a segurança

EUA – Os transportes aeromédicos podem ser mais perigosos do que outros voos normais de helicóptero, devido à urgência de responder às emergências, como acidentes de carro, ataques cardíacos ou partos prematuros.

Os operadores aeromédicos com fins lucrativos têm indicadores de segurança piores do que os operadores aeromédicos sem fins lucrativos ou de segurança pública, mostram pesquisas.

Um helicóptero aeromédico caiu no dia 2 de janeiro de 2013, no centro-norte do estado americano de Iowa, matando o piloto e dois tripulantes do Mercy Medical Center-North Iowa. Os investigadores federais apontaram como fator contribuinte as pás do helicóptero, alegando que a aeronave não estava equipada para voar no inverno.

Um helicóptero Air Care voa perto do Kinnick Stadium quando ele chega para uma aterrissagem na Universidade de Iowa Hospitals & Clinics em Iowa City, Iowa, no sábado, 16 de setembro de 2017. (Jim Slosiarek / The Gazette)
Um helicóptero Air Care voa perto do Kinnick Stadium quando ele chega para um pouso na Universidade de Iowa Hospitals & Clinics em Iowa City, Iowa. (Jim Slosiarek / The Gazette)

Esse helicóptero era de propriedade e operado pela empresa Med-Trans, subsidiária da Air Medical Group Holdings, com sede no Texas/EUA.

A Air Methods, uma empresa com sede no Colorado/EUA, que possui 10 dos 16 helicópteros médicos registrados no estado americano de Iowa, teve três acidentes fatais matando um total de 10 pessoas no último ano em todo o país, segundo o banco de dados de acidentes aéreos do National Transportation Safety Board – NTSB americano.

O acidente mais recente foi em 26 de abril, quando um helicóptero da Air Methods caiu em uma área arborizada perto da cidade de Hazelhurst, Wisconsin/EUA, depois de desembarcar um paciente no hospital. O piloto e dois membros da tripulação médica morreram.

Uma investigação da Consumer Reports de 2017 mostrou que as quatro maiores operadoras aeromédicas americana – incluindo Air Methods, Air Medical Group Holdings, Metro Aviation e PHI Air Medical – estavam ligadas a 68% dos acidentes do setor entre 2010 e 2016, embora representassem apenas 51 por cento do mercado aeromédico americano.

Um estudo de 2014 no Journal of Trauma e Acute Care Surgery relatou 85 por cento dos 139 acidentes envolvendo aeronaves em missão aeromédica de 1998 a 2012 foram ligados a operadores comerciais. Os demais acidentes foram associados a helicópteros sem fins lucrativos ou de segurança pública.

Pesquisadores disseram que “deficiências em treinamento, redução da disponibilidade de equipamentos e recursos, bem como seleção questionável de vôos parecem desempenhar um papel fundamental” em acidentes de empresas com fins lucrativos. Em 2016 a Air Methods transportou mais de 70.000 pacientes, por isso os acidentes são raros.

A Administração Federal da Aviação americana (Federal Aviation Administration – FAA) em 2014 divulgou novas regras que exigem que os operadores aeromédicos sigam regras de voo mais rigorosas, melhorem a comunicação e o treinamento e adicionem mais equipamentos de segurança a bordo.

A Air Methods disse que algumas das regras de 2014 incorporavam coisas que a Air Methods já estava fazendo, como o uso de óculos de visão noturna e sistemas de conscientização do terreno. A empresa investiu mais de US $ 100 milhões em segurança nos últimos cinco anos e está investindo outros US $ 100 milhões em simuladores de última geração que permitem que os pilotos se preparem para situações de emergência, disse a Air Methods.

Fonte: The Gazette, por Erin Jordan.

Safran implementa melhorias no motor Arriel 2D que equipa os helicópteros H125 e H130

A empresa Safran anunciou em 27 de junho a implementação de melhorias no motor Arriel 2D, que equipa a linha de helicópteros H125 e H130. As melhorias de manutenção estendem o tempo entre a revisão (TBO) para 5.000 horas para novos helicópteros e para os atualmente em serviço.

Ela também aumentou a garantia dos atuais dois anos / 1.000 horas por uma nova garantia de três anos / 2.000 horas para todos os helicópteros H125 e H130 entregues em 2018.

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Os clientes H125 e H130 também se beneficiarão da remoção da limitação calendárica, que atualmente exigia uma inspeção do motor em um centro de reparos a cada 15 anos, independentemente do número de horas registradas.

O motor Arriel 2D agora elimina a necessidade de um limite de calendário nos módulos 1, 2, 4 e 5; enquanto que para o módulo 3, a condição do motor pode ser restaurada durante uma visita periódica realizada em um centro de manutenção.

Nicolas Billecocq, vice-presidente do programa de motores de helicópteros leves da Safran Helicopter Engines, declarou: “A Safran trabalha continuamente para tornar seus motores mais robustos e fáceis de usar. Testes de resistência extensivos realizados no motor Arriel 2D e análise de dados da frota de motores nos permitiram validar ainda mais a sua força e simplicidade. Graças a essas novas melhorias, o Arriel 2D apresentará um dos menores custos diretos de manutenção de sua classe.

Fonte: Shephardmedia

Riscos da Fadiga na Aviação

Safety News Nº 26 – LÍDER Aviação
Brazilian Helicopter Safety Team (BHEST)

O que é fadiga humana?

A fadiga humana diz respeito ao estado fisiológico de redução da capacidade de desempenho mental ou físico, causada por fatores como, falta de sono, vigília estendida e/ou atividade física, que pode prejudicar o estado de alerta, a habilidade de operar uma aeronave de forma segura e o desempenho de tarefas relativas à segurança (ICAO).

Foto: ECA - European Cockpit Association
Foto: ECA – European Cockpit Association

Existem ainda, associados a este problema, os chamados ritmos circadianos que dizem respeito à duração de um dia e se baseiam no ciclo biológico do ser vivo, influenciado pela luz, temperatura entre dia e noite, entre outros fatores. Atento a esses aspectos, órgãos e entidades do setor de aviação estão realizando estudos para saber como esses
fatores afetam o cotidiano dos profissionais da aviação.

Como a Fadiga pode afetar a atividade aérea?

Para avaliar a real situação dos pilotos brasileiros em relação à fadiga durante as operações de voo, um recente estudo foi conduzido pela Associação Brasileira de Pilotos da Aviação Civil.

O documento avaliou a fadiga desses profissionais durante a jornada de trabalho. No total, 301 comandantes e copilotos responderam a um questionário sobre as sensações de fadiga durante as operações aéreas. Os dados foram comparados à uma análise biomatemática, utilizada com o software FAST (Fatigue Avoidance Scheduling Tool), que analisa a efetividade de reação dos pilotos, baseada na duração e no tempo de sono.

O estudo mostra que a falta de um descanso apropriado pode causar sérios prejuízos à operação aérea. Segundo Paulo Licati, consultor de Sistema de Gerenciamento de Riscos de Fadiga Humana para Aviação, 79% dos eventos FOQA (Flight Operations Quality Assurance) estão relacionados à pilotos com menos de 77% de efetividade, fato que é preocupante.

Por exemplo: quando uma pessoa atinge 75% de efetividade, é o equivalente a ela ter
0,05 mg/l de álcool no sangue, o limite máximo permitido pelo Conselho Nacional de Trânsito. Ao atingir 70% de efetividade, esse valor sobe para o equivalente a 0,08 mg/l.

Ciclo do sono

Uma das principais causas para o aumento da fadiga entre os pilotos está, justamente, na mudança do ciclo do sono. A pesquisa aponta um aumento de quase 50 % do risco nas operações entre meia noite e seis horas da manhã. Segundo os dados divulgados, 70% dos pilotos relataram ocorrência de fadiga entre duas e quatro horas da madrugada.

Entre os principais sintomas fisiológicos reportados pelos pilotos como sinal da fadiga estão: o bocejo, a dificuldade de manter os olhos abertos, a vontade de esfregar os olhos e a cabeça balançando ou caindo.

Fato que gera consequências e que podem prejudicar a segurança de voo, por meio dos sintomas cognitivos como, atenção prejudicada (mais de 80%), comunicação reduzida (mais de 60%), consciência situacional prejudicada (mais de 50%), memória abalada, mau humor e tomada de decisão prejudicada(os últimos acima de 30%).

O estudo mostra que o sono é um fator fundamental para prevenir a fadiga dos pilotos e aumentar a segurança das operações aéreas. Cerca de 50% desses profissionais manifestaram fadiga com tempo médio de vigília de sete horas. Resultado decorrente, muito provavelmente, do sono deficitário nas últimas 24horas (média de 5 horas) ou do débito crônico de sono nas últimas 72 horas (média de 7, 4horas).

Acidente causado por fadiga da tripulação: voo Continental Airlines 3407

Por motivos de fadiga, a tripulação do voo 3407 da Continental Airlines se distraiu e não percebeu o acionamento do Stick Shaker (conjunto de sensores e motores elétricos, ligados à coluna de comando, que emite barulho e gera grandes vibrações, avisando aos pilotos da eminência do Estol).

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O piloto interpretou o aviso errado e, em vez de fazer uma manobra para ganhar velocidade (empurrar o manche para frente com potência no máximo), ele puxou o manche, perdendo velocidade e fazendo o avião estolar.

A copiloto, tentando ajudar, recolheu os flaps perdendo sustentação em uma ocasião que se necessitava muito deles. O avião que transportava 44 passageiros e 4 tripulantes caiu sobre uma casa matando todos a bordo e mais uma pessoa em solo.

Como podemos gerenciar o risco da fadiga?

Quando deixamos de cuidar dos fatores que envolvem ou que estão ligados a questão da fadiga, estamos aumentando as consequências e as probabilidades para que algo afete a segurança das operações de voo, levando a uma situação de perigo.

Uma outra preocupação no meio aeronáutico diz respeito aos principais efeitos que a fadiga pode causar no aeronauta durante suas atividades. Uma dessas pesquisas, menciona efeitos que são preocupantes e que merecem cuidados. São eles:

• Falta de motivação;
• Fraco desempenho nas tarefas;
• Esquecimento;
• Pobre julgamento;
• Diminuição nas habilidades de tomada de decisão, incluindo as que são precipitadas e não tomandas

Como fazer o gerenciamento da fadiga

• Procure dormir antes de assumir uma atividade.
• Chegando em casa, procure relaxar, “vá desacelerando”.
• Evite o uso de café, chá, álcool, fumo, alguns medicamentos e outros estimulantes antes de dormir.
• Se você estiver com sono e a situação permitir, durma.
• Pratique atividade física regularmente, se possível, evitando o horário da noite.
• Crie um ambiente confortável para o sono, com o mínimo de incidência luminosa e ruídos.
• Procure ter uma alimentação balanceada durante o dia e leve ao anoitecer. Não esqueça a hidratação!

Fonte: Artigos sobre FADIGA – Piloto Policial, Voo continental airlines 3407 e A fadiga e a jornada aeronáutica

Julgamento e Cultura

Safety News Nº 25 – LÍDER Aviação
Brazilian Helicopter Safety Team (BHEST)

As características psíquicas de tripulantes têm sido estudadas com mais afinco nos últimos anos, devido ao aumento de acidentes com evidências relacionadas à capacidade de reação, afetadas por fatores externos não ligados diretamente à atividade aérea.

Exemplos disso são os erros de julgamento durante panes críticas, que podem ser afetados por causas como cansaço, estresse, problemas pessoais, entre outros. Ou, no pior dos casos, atitudes deliberadas de tripulantes para acabar com a própria vida durante o cumprimento do voo.

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Nestes últimos anos o cenário da aviação global vivenciou tragédias como o voo 9525, da empresa Germanwings, em que o copiloto propositalmente projetou a aeronave contra os Alpes Franceses.

Após evidências levantadas, descobriu-se planos efetuados anteriormente para a consumação do fato. Vivenciamos, também, o sumiço do voo 370 da empresa Malaysian Airlines ao sul do mar da China, com indícios de que podem ser resultado de uma ação proposital de um dos tripulantes que passava por problemas em sua vida pessoal.

No cenário de julgamentos tomados por tripulantes sem a intenção de causar os acidentes, podemos citar o acidente do voo 235 com o ATR 72 da empresa Transasia em Taipei (Taiwan), em que o comandante desligou o motor que não estava em pane sem perceber, voando entre os prédios e derrubando a aeronave em um rio.

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Podemos citar, ainda, o acidente em Rotterdam (Holanda), cujo processo de degelo não foi realizado corretamente, devido à preocupação da tripulação em cumprir o horário do voo, o que derrubou a aeronave durante a sua decolagem.

Em todos os exemplos, podemos efetuar análises de fatores externos que abalam o lado cognitivo dos tripulantes. Os levantamentos destas análises ainda são muito precários no Brasil, que está muito atrasado em relação ao bem-estar emocional e mental da tripulação.

Um vídeo muito difundido que “viralizou” nas redes sociais no Brasil, apresenta como ocorre a formação do julgamento de um tripulante sob estresse. O vídeo mostra um aluno realizando seu primeiro voo solo. Ele tomou a decisão de não acatar a dois pedidos diferentes do controlador de voo daquele aeródromo, em prol da segurança e por entender que essa era a melhor decisão, permanecendo na sua intenção de voo inicialmente planejada.

Visivelmente, pode-se perceber o nervosismo em suas atitudes e sua tomada de decisão gerou polêmica quanto ao que é certo ou errado. Talvez, comparada com outras situações conhecidas na aviação, este evento não tenha muita relevância quanto à sua gravidade.

O intuito não é determinar qual seria o julgamento mais apropriado e, sim, considerar se o julgamento preveniu um acidente, por mais improvável que ele possa ter sido, independente de fatores externos que possam comprometer o julgamento.

Fatores

Os julgamentos de tripulantes em situações de anormalidade têm sido fruto de diversos estudos ligados a fatores humanos na aviação e desenvolvimento do CRM. Existe a tendência de se correlacionar a atividade aérea ao domínio pleno psicomotor, desconsiderando ou subestimando a influência do domínio cognitivo.

Fatores como o aumento da crise econômica aliada ao receio de perda do emprego; o nível de conhecimento sobre a situação anormal e ainda outras, como diminuição da consciência situacional, falha de comunicação e ainda a falha na implementação do CRM na corporação, são os tipos de fatores cognitivos que contribuem diretamente na formação do julgamento.

Os seres humanos tomam decisões o dia todo, desde o momento que acorda. Nós decidimos como vamos nos vestir, o que vamos comer, planejamos ações para um dia inteiro. Estas atitudes não causam grandes impactos quando relacionadas ao risco que possuem, que determina se aquele julgamento resultará em somente uma pessoa se molhar na chuva por não ter levado o guarda-chuva ou se envolver em um  acidente grave, que pode levar a sua morte e a de outras pessoas.

A questão do julgamento não se trata somente de critérios de conforto e eficácia e, sim, da sua própria segurança e integridade física. O mau julgamento está na origem da maioria dos acidentes aeronáuticos.

Analisando o gráfico do CENIPA, observa-se que a supervisão gerencial está em segundo lugar como fator contribuinte de acidentes. Muitas vezes a própria organização é complacente aos riscos adotados em suas operações, sem efetivamente ponderar as consequências finais se caso um evento indesejado ocorra.

Toda esta análise já é levantada em estudos clássicos de fatores contribuintes na aviação, como o efeito dominó, concebida por Heinrich, e o modelo causal de James Reason, conhecido popularmente como queijo suíço.

A especulação e a disseminação do vídeo do voo solo do piloto aluno demonstram a cultura em nosso país sobre o assunto. As posições antagônicas observadas nas redes sociais, enquanto uns defendem veementemente a atitude do aluno e outras o repudiam por isso, são o retrato de como o julgamento pode ser afetado devido a fatores externos.

Isto desencadeia a preocupação de como o público reagirá às ações (e concebidas através do julgamento) que serão escolhidas e realizadas no momento em que devem ser executadas. Enquanto houver um forte antagonismo sobre o assunto, o tema não poderá avançar em sua essência preventiva.

Acidentes aeronáuticos quando ocorrem, costumam chocar a opinião pública, principalmente se envolverem fatalidades. Desta forma, qualquer esforço no sentido de se prevenir à ocorrência deles sempre agregará valor.

Por meio da conscientização, do debate, da difusão da cultura e do apoio organizacional, espera-se a diminuição do mal entendimento e aprimoramento dos estudos dos fatores psicológicos contribuintes de acidentes aeronáuticos, abrindo novos horizontes no campo da prevenção, com a certeza de que todo acidente pode e deve ser evitado.

Fontes:

  • JACOB, Fábio A. – Os recentes casos de acidentes na aviação levantam especulações sobre suas possíveis causas.
  • Julgamento e decisões ao voar.
  • CRM – O divisor de águas no processo de tomada de decisão.
  • Panorama Estatístico da Aviação Brasileira.
  • SANTOS, Vini. Chuvas orográficas ou de relevo Hidrogeográfia ( Hidrologia).
  • BERTO, Mario César. Conhecimento Cognitivo de Pilotos: fator de aumento na segurança de voo.

Artigo produzido por Líder Aviação.
Saiba mais: Brazilian Helicopter Safety Team (BHEST)

Ameaça ao voo – Condições Meteorológicas Adversas

Safety News Nº 19 – LÍDER Aviação
Brazilian Helicopter Safety Team (BHEST)

Condições meteorológicas adversas forçam a aeronave a desviar-se da trajetória de voo original e podem provocar acidente aeronáutico (principalmente o CFIT – Controlled Flight Into Terrain). Siga as ações mitigadoras abaixo para evitar ocorrências aeronáuticas em que o fator contribuinte “meteorologia” esteja presente:

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Política em caso de tempo desfavorável:

Quando as condições meteorológicas puderem influenciar negativamente nas operações da aeronave, ou na capacidade de resgate e resposta, deve ser desenvolvida uma política para que as operações de voo sejam restringidas ou temporariamente interrompidas.

Treinamento de tesoura de vento:

As tripulações devem ter treinamentos constantes que englobem as medidas associadas de identificação e recuperação durante fenômenos de microrrajadas e tesouras de vento (windshear).

Mínimos VFR:

Aeronaves que operam sob condições VFR devem ser operadas de acordo com os mínimos definidos pelos requisitos regulatórios locais. Operações em áreas montanhosas, onde rápidas mudanças das condições climáticas podem ocorrer, Procedimentos Operacionais Padrão devem ser desenvolvidos, de modo a deixar claro os mínimos operacionais.

Treinamento em clima frio:

A tripulação que opera aeronaves em clima frio (neve e gelo) deve ser submetida a treinamento anual antes do início do inverno e tal treinamento deverá abranger:

1. Inspeções pré-decolagem
2. Antigelo e degelo, incluindo a utilização de tabelas de tempo de espera de degelo
3. Formação de gelo em voo e perigos associados
4. Decolagem, aproximação e aterrissagem operacionais em clima frio
5. Visibilidade, contaminação e desempenho de pista

Há cursos gratuitos on-line relacionados aos itens acima, inclusive oferecidos pela NASA: http://aircrafticing.grc.nasa.gov/.

Fuga de tempestades:

Operações da aeronave devem ter as técnicas de evasão de tempestades descritas no manual de operações.

Radar meteorológico:

Todas as aeronaves com capacidade de operar sob IFR ou à noite devem ser equipadas com radar meteorológico operacional. Caso o radar encontre-se inoperante, a aeronave poderá voar somente em condições meteorológicas visuais (VMC) e não deve voar IMC ou à noite, à exceção de quando as previsões meteorológicas indicarem que não há risco de temporais, raios, turbulência ou gelo.

Planeje seu voo através do uso da REDEMET:

A Rede de Meteorologia do Comando da Aeronáutica (REDEMET) tem como objetivo integrar os produtos meteorológicos voltados à aviação civil e militar, visando tornar o acesso a essas informações mais rápido, eficiente e seguro.

REDEMET
Utilize as frequências VOLMET durante o voo:

A palavra VOLMET é derivada das palavras francesas “vol” (voo) e “météo” (tempo). O objetivo de uma transmissão VOLMET é fornecer informações meteorológicas para aeronaves em voo.

VOLMET

Notas:

A linha que liga os pontos 26°35’36’’S/053°45’54’’W e 26°45’00’’S/043°45’00’’W delimita os setores VOLMET Norte e Sul. O Serviço VOLMET em todo o Espaço Aéreo Brasileiro é operado 24 horas.

4504956198_069de33b52_bO Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), organização subordinada ao Comando da Aeronáutica (Comaer), já disponibiliza um serviço de informações meteorológicas em tempo real. Denominado D-Volmet, o sistema permite o acesso direto às informações sobre as condições do tempo em rota e nos aeroportos, por meio de comunicações por enlace de dados (datalink). Essas informações são disponibilizadas para tripulações de aeronaves equipadas com datalink e Unidade Multifuncional de Visualização de Dados (MCDU- Multifunction Control Display Unit), que é uma interface tripulante-sistema localizada nos painéis.

As informações meteorológicas compartilhadas com as aeronaves são constantemente atualizadas no banco de dados do DECEA e podem ser visualizadas nas telas das MCDU. O acesso às informações meteorológicas em tempo real permite maior coordenação de navegação durante os voos diante de intercorrências como grandes áreas de turbulências e de instabilidades (CBs), ou condições de tempo ruim sobre os aeroportos, o que frequentemente leva a atrasos nas saídas e chegadas dos voos.

Artigo produzido por Líder Aviação.
Saiba mais: Brazilian Helicopter Safety Team (BHEST)
Fontes: Aero Magazine | ANAC | REDEMET | Skybrary | Flight Safety Foundation.

CENIPA – Manual de Gerenciamento de Risco de Fauna

Brasil – Colisões entre aeronaves e fauna, principalmente aves, conhecido no Brasil como risco de fauna, são o tipo de incidente mais repetitivo na aviação mundial e representa hoje uma das maiores preocupações para o setor aéreo. Eventos desta natureza já vitimaram mais de 470 pessoas e custam aproximadamente US$ 3 bilhões anualmente.

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No Brasil, estima-se que o prejuízo financeiro anual, entre 2011 e 2016, tenha sido superior a US$ 65 milhões. Uma das grandes dificuldades para atuar na mitigação deste problema é a baixa porcentagem de colisões reportadas. Segundo o Tenente-coronel da Reserva Henrique Rubens Balta de Oliveira, “apenas 31,71% das colisões são reportadas ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), órgão responsável por gerenciar o banco de dados nacional de eventos envolvendo aeronaves e fauna”.

Informação proveniente dos reportes de colisão é um dos pilares para o gerenciamento do risco de fauna. O conjunto de dados oriundos dos reportes fornece as espécies envolvidas nas colisões, a época do ano e o horário do dia com maior ocorrência de colisões, o local onde o evento aconteceu (dentro ou fora do aeródromo), custos e tempo de indisponibilidade de aeronaves provocados por colisões com fauna, dentre outros aspectos.

A coleta de dados no aeródromo e seu entorno, realizada por equipe capacitada em gerenciamento de risco de fauna, é outra ferramenta chave no processo de mitigação deste risco. É por meio da coleta de dados padronizada e continua que são identificadas as espécies-problema, bem como os fatores contribuintes para o uso e permanência na área do aeródromo e entorno.

De posse desse conjunto de informações é possível elaborar o Programa de Gerenciamento de Risco de Fauna (PGRF). O PGRF é o documento que estabelece procedimentos incorporados à rotina operacional do aeródromo, cuja finalidade é reduzir progressivamente o risco de colisão entre aeronaves e animais.

Diante da complexidade do tema e das dificuldades enfrentadas, principalmente pelos aeródromos militares, na elaboração e execução de PGRF, a Assessoria de Gerenciamento de Risco de Fauna (AGRF) do CENIPA elaborou o Manual de Gerenciamento de Risco de Fauna (MCA 3-8, Portaria CENIPA nº 111/DOP-AGRF, de 4 de dezembro de 2017).

Imagem: shutterstock.com
Imagem: shutterstock.com

A finalidade do Manual de Gerenciamento de Risco de Fauna é orientar a prática de processos fundamentais para reduzir colisões com maior severidade, principalmente, aquelas que possam causar acidentes aeronáuticos.

Manual define metodologias e procedimentos de mitigação, integrados às organizações em operação no aeródromo, preferencialmente, dentro do escopo de um PGRF. Além disso, orienta operadores de aeródromos, de aeronaves (tripulantes e mantenedores) e de controle de tráfego aéreo na realização de ações mitigadoras integradas de gerenciamento de risco de fauna, conforme realidade organizacional e melhor custo-benefício.

Segundo o 2º Tenente Biólogo Weber Galvão Novaes, chefe da AGRF, “o Manual passa a ser valiosa ferramenta para o gerenciamento de risco de fauna no Brasil, fornecendo informações fundamentais aos diferentes atores responsáveis pela implementação de medidas que reduzam o conflito entre aviação e fauna”.

O Manual traz ainda ferramentas inéditas que contribuirão para a redução de exposição de aeronaves militares à colisões com aves”, afirma o Tenente-coronel da Reserva Rubens Balta de Oliveira. “Trata-se do uso de informações relativas à presença de fauna integradas ao planejamento das missões, que permitirá à tripulação adotar medidas que reduzam a probabilidade de colisões, principalmente aquelas com maior severidade”.

CENIPA

Conector do capacete de voo pode dificultar o escape da aeronave em uma emergência

Em caso de acidente ou emergência em que um ocupante que usa um capacete de voo precisa sair rapidamente da aeronave (como impacto na água ou fogo), uma saída rápida e sem obstáculos é essencial para a sobrevivência da tripulação.

As setas verdes mostra a direção necessária para facilmente liberar os cabos ICS e as setas amarelas mostram a direção de saída dos ocupantes. Fone de um AS-350 B2 Foto: NTSB
As setas verdes mostram a direção para facilmente liberar os cabos ICS e as setas amarelas mostram a direção de saída dos ocupantes. Fone de um AS-350 B2 Foto: NTSB

A conexão direta do conector do capacete de voo com o sistema de intercomunicação interna (ICS) da aeronave pode impedir a saída durante um acidente ou emergência.

O cabo que liga o capacete de voo ao ICS da aeronave pode não se soltar rapidamente da conexão da aeronave se a direção de saída for contrária à direção necessária para soltar facilmente o conector.

Por exemplo, se o cabo precisa ser puxado para baixo para liberação e um ocupante da aeronave está tentando efetuar uma saída lateral, a conexão pode não se soltar prontamente, o que pode causar atrasos excessivos em uma saída de emergência.

O National Transportation Safety Board (NTSB) e o Transportation Safety Board of Canada (TSB) investigaram dois acidentes em que as conexões do capacete de voo com o ICS da aeronave afetaram diretamente a saída. Embora os ocupantes tenham sido capazes de sair da aeronave, em ambos os casos houve o potencial de resultados adversos.

Piper PA-18 fone

O piloto de um MD (anteriormente Hughes) MD-369E perdeu o controle da aeronave em uma operação noturna de abastecimento de bambi bucket em um lago.

Depois do impacto do helicóptero na água, o mesmo girou e começou a afundar, mas o piloto conseguiu sair da cabine.

Ele relatou que, quando saiu do cockpit debaixo d’água, sentiu o seu capacete de voo puxar para trás; o cabo do mesmo ainda estava conectado à porta ICS da aeronave.

O piloto conseguiu retirar o seu capacete de voo, veio a superfície e nadou até um local seguro sem maiores incidentes; ele sofreu apenas ferimentos leves. (Relatório NTSB GAA15LA217)

Um Airbus Helicopters (anteriormente Messerschmitt-Bölkow-Blohm) MBB BO105 impactou com a água enquanto voava em baixa altitude sobre uma baía em condições de neve e falta de visibilidade no Canadá.

O helicóptero afundou, mas o piloto e o passageiro conseguiram sair do helicóptero. Após a saída, o piloto morreu de hipotermia, e o passageiro se afogou. Um exame pós-acidente do capacete de voo do piloto revelou que o encaixe do cabo ICS foi fraturado onde ele estava preso ao conector.

Os materiais remanescentes de metal mostraram que o cabo estava sendo puxado lateralmente em direção à porta do piloto (em direção oposta para liberação) quando a fratura ocorreu; um teste pós-acidente de um acessório similar exigiu uma tração de 70 libras antes do cabo romper. (Relatório TSB A05A0155)

O que você pode fazer?

● Certifique-se de que você e seus passageiros foram instruídos e são proficientes com os procedimentos de saída de emergência da aeronave que você está operando antes de decolar.

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● Use um cabo intermediário compatível entre o conector do capacete de voo e a porta ICS da aeronave para facilitar a desconexão em uma saída de emergência.

● O cabo intermediário é um cabo que se conecta à porta ICS da aeronave em uma extremidade e ao conector do capacete ligado a outra extremidade, permitindo que o cabo seja desconectado com uma tensão pequena na direção da saída.

● Certifique-se de que os cabos ICS estejam protegidos contra possíveis enroscos ou emaranhados com outros componentes da aeronave, como por exemplo controles de voo.

Interessado em mais informações?

As seguintes fontes abordam os riscos de conexão do capacete de voo com o sistema ICS da aeronave:

  • O Aviso de Segurança Operacional da MD Helicopters OSN2015-001 discute o
    perigo de conexões diretas do cabo do capacete de voo com o sistema ICS da aeronave (referenciando o relatório NTSB GAA15LA217).
  • O artigo da autoridade de investigação canadense intitulado “Debrief: Post-Accident Survivability— Direct‑to-Airframe Helmet Cord Connections” na Carta de Segurança de Aviação 4/2006 aborda o perigo das conexões do cabo do capacete de voo diretamente no ICS da aeronave (referenciando o relatório TSB A05A0155).
  • Um informativo do exército americano discutindo a segurança em operações sobre água e o risco das conexões dos capacetes de voo que impedem uma saída adequada em uma emergência.

O NTSB produziu um vídeo sobre esta questão, que inclui algumas dicas do investigador sobre o que você pode fazer para se preparar e mitigar o risco do cabo do capacete de voo ficar preso no conector ICS da aeronave.

YouTube player

Fonte: NTSB Safety Alert 068 / Tradução e adaptação: Piloto Policial

Gestão da Segurança com ênfase nos requisitos organizacionais para operações com aeronaves remotamente pilotadas no CBMDF

LÚCIO KLEBER BATISTA DE ANDRADE
Major do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal

Trabalho monográfico apresentado ao Centro de Estudos de Política, Estratégia e Doutrina (CEPED) como requisito para conclusão do Curso de Altos Estudos para Oficiais (CAEO) Combatentes, do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF).

A presente pesquisa aborda a gestão da segurança com ênfase nos requisitos organizacionais para operações com aeronaves remotamente pilotadas (RPA) no Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal.

RPAS do CBMDF – Asas Rotativas. Foto: Subtenente N.Santos, Comunicação Social do CBMDF
RPAS do CBMDF – Asas Rotativas. Foto: Subtenente N.Santos, Comunicação Social do CBMDF.

O objetivo geral foi apresentar os requisitos para a adequada gestão da segurança das operações com RPA no CBMDF, com o intuito de propor o aprimoramento de requisitos visando a melhoria da segurança das operações com RPA na Corporação.

Os dados obtidos por meio de questionários aplicados aos órgãos de segurança pública que operam RPA e responderam aos questionamentos, bem como as entrevistas feitas junto aos responsáveis pela Comissão de Regulamentação das atividades com RPA no CBMDF e pela Comissão de Pesquisa das atividades com RPA no CBMDF, foram levados em consideração, o que possibilitou diagnosticar o contexto que envolve do emprego de RPA na Corporação.

O estudo permitiu concluir que o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal deve investir na capacitação de seus recursos humanos, bem como em seus requisitos organizacionais quanto a estrutura, padronização e contratação de seguro, visando o aprimoramento da segurança da operação com RPA.

Clique e leia a Monografia

 

Grupamento Aéreo de Alagoas participa de processo de revalidação de pilotos de Pernambuco

Alagoas – O Grupamento Aéreo da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) foi escolhido para participar, em Recife, do processo de revalidação da habilitação dos pilotos que atuam na Secretaria de Defesa Social de Pernambuco. O processo é obrigatório para que os profissionais possam atuar e é acompanhado pela Agência Nacional de Aviação (ANAC).

Grupamento Aéreo da SSP participa de processo de revalidação de pilotos de Pernambuco

Segundo o comandante do Grupamento Aéreo da SSP, coronel André Madeiro, que participou do processo, a ANAC escolhe em cada Estado representantes da Segurança Pública para revalidar as habilitações dos pilotos. Como havia a necessidade de análise dos registros em Pernambuco, os integrantes de Alagoas foram escolhidos.

“O procedimento é necessário para poder voar. Se não houver a revalidação, eles não estão autorizados a fazer nenhum tipo de voo. Ao todo faremos a avaliação de três pilotos do Aéreo da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco”, explicou.

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O procedimento para revalidação consiste em submeter os pilotos a treinamento e avaliação de um instrutor de voo, que irá autorizar ou não na base de dados da ANAC que o profissional desempenhe suas atividades.

As atividades são realizadas na base do Grupamento Aéreo da SDS/PE, que fica no Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes Gilberto Freyre.

Governo de Alagoas, por Vanessa Siqueira.

FAA aponta para queda na taxa de acidentes com helicópteros pelo terceiro ano consecutivo

Dados do FAA (Federal Aviation Administration) mostram que a taxa de acidentes com helicópteros nos EUA e a taxa de vítimas fatais permanecem em queda pelo terceiro ano consecutivo.

No ano passado, a taxa americana de acidentes ficou em 3,19 acidentes para cada 100.000 horas de voo, em comparação com a taxa de 3,67 em 2015. A taxa de acidentes fatais caiu para 0,51 acidentes a cada 100.000 horas de voo em 2016, em comparação com 0,52 acidentes em 2015.

Em números brutos, ocorreram 106 acidentes com helicópteros em 2016, incluindo 17 acidentes fatais. Isso representa uma diminuição de 12% em relação ao ano anterior e uma queda de 27% em relação a 2013.

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“O FAA e a indústria de helicópteros trabalharam juntos para educar a comunidade de helicópteros civis sobre práticas seguras, para impulsionar esses melhores resultados”, disse o administrador da FAA, Michael Huerta. “O FAA e a indústria também estão tomando um papel ativo no avanço da segurança através de novas tecnologias, mudanças de políticas colaborativas e divulgação pró-ativa”.

O FAA e a indústria de helicópteros têm trabalhado em conjunto através de grupos como a International Helicopter Safety Team e a US Helicopter Safety Team para prevenir acidentes. O esforço é alcançar o sucesso através de uma série de medidas pró-ativas:

Criando uma cultura de segurança – A FAA incentivou empresas de helicóptero e pilotos individuais para promover a segurança no local de trabalho. Esforços incluem o estabelecimento de um sistema onde qualquer pessoa pode relatar uma condição insegura sem medo de represálias, tornando cada funcionário um campeão de segurança e estabelecendo programas de treinamento de segurança para mecânicos, pilotos e outros funcionários.

Redução da burocracia – O FAA emitiu a política de equipamento de segurança não exigida em 2013 após consultas com a indústria. A política permite que os operadores e fabricantes instalem equipamentos de segurança através de um processo de aprovação simplificado e menos dispendioso. A política procura encontrar um equilíbrio entre risco e segurança através de uma abordagem de “bom senso”.

Novas tecnologias – Tanto o FAA como a indústria estão usando avanços tecnológicos para promover voos de helicóptero mais seguros. Por exemplo, a FAA determinou que o Sistema de Transmissão de Vigilância Dependente Automática (ADS-B) seja instalado em helicópteros dos EUA até 1 de janeiro de 2020. A tecnologia ADS-B baseada em satélite oferecerá informações tridimensionais (latitude, longitude, altitude) sobre a localização, direção e tamanho de um helicóptero.

Elaboração de regras colaborativas – A FAA está trabalhando com representantes da indústria para garantir que os helicópteros recém-fabricados possam ajudar a prevenir ferimentos, incêndios pós-colisão e danos catastróficos causados por colisão com pássaros. Alguns fabricantes e operadores já estão intensificando voluntariamente e instalando o equipamento de salvamento. Além disso, a FAA exigiu em 2014 que certos operadores de helicópteros comerciais (Parte 135), incluindo as ambulâncias aéreas e os táxis aéreos, tenham regras e procedimentos de voo mais rigorosos, melhores comunicações, formação e equipamento adicional de segurança a bordo.

Conferência Internacional de Segurança de Helicópteros do FAA – Nos últimos dois anos, com apoio da indústria, o FAA organizou uma reunião de três dias focada em uma variedade de tópicos de segurança. A conferência inclui apresentações sobre tomada de decisão, fadiga, autorrotações seguras, equipamento de proteção, uma cultura de segurança e experiências em primeira pessoa.

Fonte: FAA.

Ministério Público denuncia agente da EPTC que apontou laser contra helicópteros em Porto Alegre

Rio Grande do Sul – A Justiça deve decidir até o final de semana se aceita denúncia apresentada pelo Ministério Público recentemente contra um agente da EPTC de 33 anos flagrado apontando laser contra helicópteros da Brigada Militar que acompanhavam manifestações em Porto Alegre. O caso ocorreu em abril deste ano, quando o servidor, em seu horário de folga, subiu ao terraço de seu prédio e mirou a luz contra um helicóptero da Brigada Militar que monitorava uma mobilização. Um outro helicóptero chegou a ser acionado para auxiliar na manobra, e também teria sido alvo da luz.

Ministério Público denuncia agente da EPTC que apontou laser contra helicópteros em Porto Alegre

Conforme o MP, o agente foi enquadrado no artigo 261 do Código Penal, que considera crime expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea. A pena varia entre dois e cinco anos, mas pode aumentar pois a ação foi praticada contra dois helicópteros O Ministério Público descartou, no entanto, a proposição feita pela Polícia Civil, que havia indiciado o agente por tentativa de homicídio com dolo eventual.

De acordo com a Polícia Civil, o homem já lançou o laser contra helicópteros em várias oportunidades. No entanto, em 17 abril deste ano, um dos pilotos da Brigada Militar foi prejudicado após a luz atingir seus olhos, provocando o risco de acidente. O homem foi flagrado por helicópteros no terraço do seu apartamento. Após investigação, a Polícia Civil identificou e prendeu o suspeito. Na residência do homem, foram encontrados dispositivos de laser.

EPTC

A reportagem da Rádio Guaíba procurou a EPTC, que afirmou que o servidor está exercendo uma função administrativa. A instituição, no entanto, salientou que só vai se posicionar sobre o afastamento ou exoneração do agente, após a conclusão do processo judicial. (Eduardo Paganella / Rádio Guaíba).

Fonte: Correio do Povo.

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