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Resgate aéreo

GRAER/PR realiza transporte aéreo de recém-nascido com risco de vida para Curitiba

Mais um transporte de emergência foi realizado pelo Grupamento Aeropolicial e Resgate Aéreo (GRAER), da Secretaria de Segurança Pública do Paraná, na tarde desta quinta-feira (17/01). Um recém nascido, de apenas um dia, foi transferido em uma aeronave de Guaratuba (PR), litoral do estado, para Curitiba (PR), capital. A ação, que ocorreu por volta das 14h, contou com o apoio de policiais militares do Corpo de Bombeiros.

GRAER realiza transporte aéreo de recém-nascido com risco de vida do litoral para Curitiba

“O paciente é um recém-nato, de apenas um dia, do sexo masculino, com problemas intestinais e pelo seu estado de saúde requer um hospital com uma complexidade maior, por isso realizamos esta transferência com urgência”, explica o major Julio Cesar Pucci dos Santos, do GRAER.

“Recebemos esta ocorrência, através dos policiais militares atuantes na “Operação Verão Paraná”, solicitando o transporte urgente para Curitiba de um recém-nascido, devida a saúde debilitada consequência do nascimento antecipado. Iniciamos um contato imediato com as equipes da capital para que fossem agilizados os procedimentos referentes a hospital e também com o SAMU para o transporte”, conta o capitão Davi Daniel Simão do Corpo de Bombeiros.

Segundo o major Pucci, a agilidade deste transporte, que levaria duas horas e foi feito em 20 minutos, com certeza auxiliará na recuperação da criança. “Fomos buscar a incubadora em Paranaguá, seguimos até Guaratuba, onde pegamos a criança e trouxemos para Curitiba”, afirma.

GRAER realiza transporte aéreo de recém-nascido com risco de vida do litoral para Curitiba

O recém-nascido foi encaminhado para o Hospital Pequeno Príncipe e segundo o capitão Simão caso ele fosse transferido de outra maneira correria risco de não sobreviver. “Vale ressaltar que cada incubadora possui uma bateria e trazê-lo de ambulância se tornaria arriscado, pois a bateria poderia acabar no caminho colocando a vida da criança em risco”, ressalta.

Fonte: PM/PR

Guardiões do Ar: O esforço para salvar vidas das equipes de resgate no Sul do País

Quando o pedido de socorro para um helicóptero vem das estradas quase sempre a situação é muito grave. Na última reportagem da série Guardiões do Ar, acompanhe o esforço das equipes de resgate no sul do País.

Esse episódio mostra a atividade de resgate aeromédico realizado pela Polícia Rodoviária Federal e Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina. Esse episódio mostra ainda o transporte de órgão realizado pela Polícia Civil de São Paulo e finaliza com ocorrências da Polícia Militar de São Paulo.


Guardiões do Ar, veja a série completa das reportagens do Jornal da Record


Fonte: Rede Record

Acidente com helicóptero aeromédico nos EUA

Um helicóptero aeromédico que fazia uma viagem entre dois hospitais do estado de Illinois, nos Estados Unidos, caiu nesta terça-feira (11/12/12), causando a morte do piloto Andy Olson e duas enfermeiras de voo, Karen Hollis e Dillow Jim.

O acidente aconteceu em Rochelle, perto de Chicago/EUA. Não havia nenhum paciente a bordo da aeronave no momento do acidente. Segundo um porta-voz do hospital Rockford Memorial, o helicóptero estava se deslocando para buscar um paciente no hospital Mendota.

O helicóptero acidentado era do modelo BK117A-3, prefixo N911BK. Ainda não foi divulgado o relatório preliminar do acidente pelo NTSB.

Fonte: G1 e CBS.

 

Departamento de Polícia de Nova Iorque em apoio as vítimas do furacão “Sandy” – veja o vídeo

Em um vídeo, um oficial se encontra em cima do telhado de uma residência onde uma pessoa está aguardando ajuda. O oficial se encolhe sobre a vítima, que logo em seguida se senta. Uma cesta é aproximada aos dois, a qual faz com que a vítima seja puxada para o helicóptero. Ao todo, cinco adultos e uma criança foram resgatados em segurança.

A polícia disse que o helicóptero utilizados nesse resgate foi o  “Helicóptero 23”. A aeronave leva esse nome em homenagem aos 23 policiais nova iorquinos mortos na tragédia de 11 de Setembro. Os vídeos foram liberados no canal do Departamento de Polícia. Essa é uma das aeronaves mais equipadas da Polícia de Nova York.

Confira os vídeos:

Fonte: Newser

Falcão 02 resgata criança ferida em Joaquim Távora/PR

O helicóptero do Grupamento Aeropolicial – Resgate Aéreo do Estado do Paraná (GRAER) foi extremamente necessário no dia 22/10 para o socorro de um menino de apenas 11 anos que se feriu gravemente ao brincar com sua bicicleta na cidade de Joaquim Távora. Quando perdeu o controle e caiu da bicicleta, o guidão atingiu e perfurou o abdômen do garoto. 

Devido a gravidade dos ferimentos, o garoto foi encaminhado para o Hospital Universitário (HU) de Londrina pelo helicóptero Falcão 02 do GRAER. Para um dos socorristas que ajudou no resgate, é muito importante que uma equipe competente seja acionada, como foi o caso. O socorro, se fosse feito via ambulância, levaria em média de 2 a 3 horas para ser feito, já com o Helicóptero, foi feito em 1 Hora. O estado de saúde do garoto inspira cuidados.

Confira a reportagem da TV Tarobá:

Fonte: NP Agora e TV Tarobá.

Bombeiro 01 apoia operação de combate a incêndio na Chapada dos Veadeiros/GO

Na   segunda-feira,  dia 17/09,  o Helicóptero Bombeiro 01 do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás atuou na região do Alto do Paraiso de Goiás, na área de reserva da Chapada dos Veadeiros para dar apoio aos trabalhos de combate a incêndio na região.

O helicóptero atuou na busca de 19 brigadistas do Parque que estavam perdidos a quase 48h. Conforme orientação de terceiros que haviam encontrado-os em uma estrada vicinal, a guarnição do Bombeiro 01 localizou-os, levando comida e água. Em seguida o resgate foi realizado, transportando os brigadista até a base de operação no aeródromo de Alto Paraíso, distante 15NM do local onde foram encontrados.

Além do trabalho de busca, o helicóptero atuou no transporte dos militares e brigadistas do aeródromo até os locais de combate ao incêndio, em uma área de difícil acesso com altitudes de até 5.000fts.

No incêndio estavam atuando 25 bombeiros militares, 80 brigadistas do parque, 4  aviões de combate a incêndio e 2 helicópteros, sendo um do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás e outro do IBAMA.

Confira as fotos:

 

Fonte: CBMGO

Segurança de voo em Operações de Resgate Aeromédico do GRPAe/SP

JOSÉ ALEXANDER DE ALBUQUERQUE FREIXO

INTRODUÇÃO

Para a realização de Operações Aeromédicas, diversas ações preparatórias devem ser desenvolvidas visando o cumprimento da missão dentro de um nível aceitável de segurança operacional. Estas ações englobam o estabelecimento de procedimentos operacionais padrão, treinamentos específicos e um constante gerenciamento do risco durante a execução dos voos.

Um voo de resgate envolve uma série de variáveis que o Comandante de aeronave deve gerenciar, como o peso da aeronave, quantidade de combustível e potência disponível para o voo, condições meteorológicas, entre outras. Mas os pontos mais críticos da operação, sem dúvida, são o pouso em área restrita e a segurança da aeronave no solo.

Quando ocorre o acionamento da equipe, a tripulação não sabe aonde realizará o pouso, essa análise é feita quando da localização da ocorrência, onde de uma maneira dinâmica, a equipe realiza o gerenciamento de risco, optando pelo local mais seguro, dentro de parâmetros pré-estabelecidos em um procedimento operacional padrão.

O RESGATE AEROMÉDICO

Atualmente o GRPAe realiza o serviço de resgate aeromédico nas Bases de Radiopatrulha Aérea (BRPAe) de São Paulo e Campinas, atuando diariamente no período diurno, mantendo aeronave e equipe das 06:30 h ao pôr do sol. Esta limitação operacional não é imposta pela regulamentação aeronáutica, ela ocorre por uma doutrina operacional do GRPAe, que privilegia a segurança do voo, tendo em vista os vários perigos presentes nas operações de resgate aeromédico, que no período noturno são potencializados.

A baixa luminosidade ou a sua ausência dificultam a visualização de obstáculos e também podem contribuir para a desorientação espacial do piloto, dentre outros problemas que o pouso e decolagem noturnos em áreas não preparadas para este fim podem ocasionar.

A possibilidade de pousar em áreas não homologadas ou registradas para este fim é fundamental para o cumprimento das missões de resgate. A autorização para a realização de algumas condições especiais de operação, tal como o pouso em locais não homologados, é prevista na legislação e regulamentação aeronáutica, para aeronaves em missões de segurança pública e/ou defesa civil, desde que o objetivo da missão seja a proteção e o socorro público ou o combate a incêndios florestais.

Além disso, o Órgão de segurança pública e/ou de defesa civil responsável deve ter estabelecido procedimentos padronizados de operação e de segurança de voo, com a finalidade de orientar a conduta das tripulações nestas condições especiais.

Atualmente o GRPAe utiliza a aeronave AS350- Esquilo, para as missões de Resgate Aeromédico. O helicóptero conta com os equipamentos exigidos para uma ambulância aérea e sua tripulação é composta por dois pilotos, um médico e enfermeiro.

Por contar com dois pilotos, um comandante de aeronave e um comandante de operações, a maca é instalada na transversal do aparelho, diferente da configuração de transporte inter hospitalar, onde a maca é montada na longitudinal, obrigando a retirada do assento do copiloto e os respectivos comandos de voo.

Durante todo o voo e em especial no pouso em área restrita, o enfermeiro e o médico devem orientar o piloto no posicionamento da aeronave.

A visão do piloto é muito limitada e somente com o trabalho da tripulação como uma equipe é possível efetuar um pouso nestas condições com segurança.

Com as portas traseiras abertas, o médico e enfermeiro tem visão das extremidades do rotor e da cauda da aeronave. A utilização da fraseologia operacional padrão é fundamental para uma comunicação clara, objetiva e precisa, não permitindo interpretações ou entendimentos equivocados, principalmente nas fases mais críticas.

A outra grande preocupação é a segurança da aeronave no solo. Assim que o helicóptero pousa, o copiloto, médico e enfermeiro desembarcam imediatamente e fazem o isolamento até a parada total dos rotores, evitando desta forma a aproximação de pessoas, animais e veículos.

POUSO EM ÁREA RESTRITA

Para a realização do pouso em área restrita, a tripulação deve observar os seguintes critérios:

a) Operação entre o nascer e o pôr do sol;
b) Atentar para a presença de obstáculos;
c) Observar materiais que possam ser danificados ou deslocados pela ação do vento do rotor;
d) Atentar para dimensão de no mínimo 20×25 metros da área de toque (referência para aeronave AS350);
e) Identificar tipo de solo, prevendo a formação de nuvens de poeira;
f) Atentar para objetos que possam atingir o rotor de cauda; e
g) Caso as condições de segurança não existirem, escolher outro local nas proximidades e fazer nova verificação. CASO NÃO EXISTA UM LOCAL SEGURO, ABORTAR A MISSÃO.

EMBARQUE/DESEMBARQUE A BAIXA ALTURA

A técnica de desembarque e embarque a baixa altura é utilizada quando há a necessidade da extração e/0u infiltração de efetivo em um determinado local onde o helicóptero não tem condições de pousar (esquis no solo), devido às irregularidades no terreno, presença de pequenos obstáculos no solo ou vegetação alta.

Tal técnica não é considerada como um procedimento isolado e sim um meio para a realização de determinados procedimentos, tais como o desembarque de tripulantes e embarque de vítimas em encostas, desembarque de tripulantes em locais de difícil acesso por terra, como ilhotas, morros, matagais, lajes etc.

Igualmente a todas atividades desenvolvidas em “Operações Aéreas de Segurança Pública e/ou Defesa Civil”, se faz necessário e fundamental a realização prévia de treinamento com pessoal envolvido na missão, visando estabelecer padrões de segurança compatíveis com o risco assumido. Os objetivos a serem alcançados neste tipo de treinamento são:

a) Ambientação à cabine da aeronave;
b) Conhecimento das regras gerais de segurança em operações embarcadas; e
c) Execução com proficiência do embarque/desembarque a baixa altura.

Para a realização do referido treinamento é necessário apenas a instalação de alças de embarque para auxiliar os tripulantes na operação.

Vale lembrar que todas as atividades aéreas, ainda mais as de Segurança Pública, envolvem riscos, tais riscos podem ser reduzidos a níveis aceitáveis com o treinamento adequado dos envolvidos.

Em 2004 um helicóptero em operação de Segurança Pública teve perda total e duas pessoas tiveram ferimentos leves, após um acidente em uma missão de apoio à Polícia Federal, onde os Agentes não tiveram treinamento e, devido a característica da missão, foi necessário o embarque com a aeronave a baixa altura em uma área onde o pouso não era possível, sendo que um dos Agentes apoiou-se indevidamente na alça do cinto de segurança do Piloto, resultando numa atitude brusca no comando do helicóptero, vindo a colidir o rotor de cauda com obstáculo.

DESCIDA DE RAPEL DA AERONAVE

O rapel é uma técnica utilizada para o desembarque de tripulantes descendo até o solo por meio de cordas, partindo do helicóptero.

Esta técnica não é muito comum de ser empregada em operações aeromédicas, porém já ocorreram situações onde a equipe médica teve que descer de rapel da aeronave para acessar à vítima, por esta razão, é fundamental que os médicos tenham conhecimento dos procedimentos a serem utilizados neste tipo de missão, bem como pratiquem a técnica, permitindo uma familiarização com os equipamentos e o conhecimento das particularidades a serem executadas.

O treinamento de descida de rapel do helicóptero somente será realizado após um detalhado briefing com os pilotos e tripulantes lançadores e a realização de descidas em torre de treinamento.

CONCLUSÃO

A operação de resgate Aeromédico envolve vários perigos que devem ser identificados pela Organização de Aviação de Segurança Pública (OASP).

Características como a urgência, imprevisibilidade, voo a baixa altura, pousos e decolagens em áreas restritas e a pressão “auto-imposta” tornam esta atividade uma das mais críticas desenvolvida pelos operadores de Segurança Pública e/ou Defesa Civil.

Mais do que identificar as ameaças, a Organização deve ter a capacidade de gerenciar os riscos associados e estabelecer defesas para realizar a operação dentro de níveis aceitáveis de segurança de voo.

Uma missão segura pressupõe a existência de uma doutrina operacional, procedimentos padronizados e a capacitação dos tripulantes.


Autor: O Cap PM Freixo é Comandante de Aeronave e Chefe da Seção de Segurança de Voo do Grupamento de Radiopatrulha Aérea da Polícia Militar de São Paulo.


Ensaio sobre Aviação de Bombeiros e outras considerações

Com o objetivo de perpetuar ainda mais a memória do Comandante Luiz Henrique Andrade Barbosa, piloto de helicóptero do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, publicamos três excelentes artigos que escreveu em junho de 2007 no seu Blog, denominado Resgate Aéreo.

Os artigos são, além desse, “E o fio estava lá” e “Como Montar uma Unidade Aérea de Bombeiros“. O seu Blog era voltado aos temas relacionados a aviação de Bombeiros no Brasil e no mundo e hoje encontra-se inativo.

O Comandante faleceu em um acidente aeronáutico em 09 de agosto de 2007, por volta de 14:00h, no Setor P-Sul da cidade de Ceilândia – DF, envolvendo um helicóptero do Corpo de Bombeiros (AS350BA, PT-HLZ). Estavam a bordo, além dele, o Cap BM José Frederico Assunção Magalhães e do 1.º Sgt Lélio Antônio da Rocha.

Esse ensaio é intrigante, desafiador e corajoso. Merece ser lido.

Luiz Henrique Andrade Barbosa (em memória)

Há algum tempo venho tentando escrever a respeito da aquisição da nova aeronave EC 135T2 feita pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal no final de 2004 e entregue no início desse ano (2007). Esse tema em especial, nos leva a discutir também outros assuntos inter-relacionados e que eu sempre quis explorar na forma de texto, mas nunca tive tempo nem coragem de abordar.

A vontade de discutir esse assunto vem da grande quantidade de questionamentos de toda a ordem feitos a mim e a outros pilotos da Corporação, sobre os “porquês” dessa compra. Muito desses questionamentos foram feitos por pessoas ligadas a aviação para-pública. Para ser sincero, fico preocupado quando pessoas com algum conhecimento na área levantam esse tipo de questionamento. Não sei se perguntam por desconhecimento ou por despeito. Aposto nas duas hipóteses.

Na verdade, sinto que ocorre no Brasil, especificamente na aviação de segurança pública, uma “miopia” sobre as missões de bombeiros. Não sei se o termo correto seria miopia, mas vou manter assim. Todos enxergam a missão, mas para alguns, essa imagem é um pouco embaçada e distorcida, nem tanto por despeito, mas por puro desconhecimento de causa.

Na prática, todas as unidades aéreo-policiais realizam tanto missões policiais quanto missões de bombeiros. Em tese, portanto, alguma experiência e vivência nessa atividade eles possuem. Esse fato decorre em parte, pela história dessas Corporações que sempre possuíram em suas estruturas organizacionais a presença do Corpo de Bombeiros.

Nas décadas de 80 e 90, muitos Corpos de Bombeiros se desvencilharam das Policias Militares, tornando-se independentes tanto operacionalmente como administrativamente. As exceções são os Corpos de Bombeiros do Distrito Federal e do Rio de Janeiro, que desde a suas criações são independentes, não havendo nenhuma inter-relação histórica com a Policia Militar. De lá pra cá, pouquíssimos foram os Corpos de Bombeiros, que alcançaram uma plenitude operacional a ponto de se aventurar no mundo da aviação. Infelizmente essa é uma dura realidade.

Nesse mesmo período, ao contrário dos Bombeiros, um bom número de Corporações policiais introduziram ou ampliaram a atividade aérea em sua doutrina operacional, especialmente com o emprego de helicópteros. Consequentemente, elas não só realizavam missões policiais como também missões típicas de bombeiro. Cabe ressaltar, que as atividades de salvamento e resgate, sempre renderam uma boa imagem as Policias Militares, justificando a existência desse investimento e impulsionando o crescimento de todas as unidades aéreas no Brasil.

Nessa época, legitimamente as Corporações policiais realizavam tais operações, pois os bombeiros faziam parte da mesma organização. A questão que se levanta atualmente, antes de retornarmos ao assunto da compra de uma aeronave biturbina para o Corpo de Bombeiros, é que, na maioria dos Estados onde já existem Corpos de Bombeiros independentes, as operações aéreas realizadas hoje pelas Policias Militares, ocorrem à revelia dos Bombeiros.

Quanto à miopia geral que se abateu sobre as unidades aéreas policiais, eu entendo que o foco principal dessas unidades sempre foi e sempre será a missão policial, e com o passar dos anos e o natural afastamento da vivência das atividades dos Bombeiros, esse foco ficou ainda mais forte. Essa miopia ocorre por serem, antes de tudo, unidades policiais puras. Constituídas em sua totalidade por policiais, formados e doutrinados para essa atividade.

Por mais que se diga, “eles também realizam missões de bombeiro”, eles não são bombeiros. Na verdade, durante um momento, eles estão bombeiros. Eu também, em minha unidade, esporadicamente realizo missões aeropoliciais. Mas eu não sou policial! Por mais que eu me esforce e, com toda a minha bagagem operacional em aviação, sempre faltará algo para que eu possa potencializar em toda a plenitude o que uma missão policial requer.

Missões de bombeiro são mais bem executadas por bombeiros, missões policiais são mais bem executadas por policiais! Isso é óbvio. Só não enxerga que não quer.

Há exceções!

Em São Paulo, por exemplo, o Corpo de Bombeiros ainda é parte integrante da Policia Militar, e no Grupamento aéreo daquela Corporação, existem bombeiros em seus quadros, o que dá aquela unidade o espírito e a vivência de que falei anteriormente. Motivo pelos quais tantos são os avanços em nossa atividade oriundos daquele grupamento.

Dessa forma, unidades policiais puras, jamais se esforçarão para alcançar a excelência na missão que não lhe compete. E jamais compreenderão as necessidades da atividade realizada pelos Bombeiros.

Certo dia, conversando com um piloto policial – “Puro sangue”, começamos a conversar a respeito de alguns equipamentos essenciais para as nossas missões e a necessidade urgente que tínhamos de adquirir tais materiais. Ao longo da conversa, percebemos que divergíamos cada vez mais, cada um defendendo o seu ponto de vista a respeito de qual equipamento era mais imprescindível do que o outro.

Depois de muito tempo de discussão, percebemos que defendíamos corretamente o nosso ponto de vista, com o foco em nossas necessidades. Porém, as necessidades de uma unidade aérea de Bombeiro são bem diferentes das necessidades de uma unidade aérea policial. Desde a utilização de equipamentos e de treinamento de pessoal até das características de suas aeronaves!

Nós, Bombeiros, jamais compraremos equipamentos tipicamente policiais para melhorar nossa eficiência quando esporadicamente realizamos missões em apoio às polícias civil ou militar. Se tivermos que utilizar nossos recursos, utilizaremos em equipamentos que tornarão as nossas missões mais efetivas.

Seguindo esse raciocínio, qual Corporação policial investirá na compra de um helicóptero ideal para missões de Bombeiro se tal missão não lhe compete?

Em Brasília, a história da aviação de segurança pública remonta de meados dos anos 80, quando foi adquirido pelo governo do Distrito Federal o seu primeiro helicóptero. Esse por sinal, foi destinado ao Corpo de Bombeiros que a época, repassou a Secretaria de Segurança Pública para utilização conjunta com todos os demais órgãos integrantes daquela secretaria.

Durante mais de 10 anos, Brasília operou sua aviação de maneira “integrada”. A partir de 1996, ocorreu a divisão das aeronaves e o inicio das operações independentes. Nessa época, o Governo do DF já possuía 03 helicópteros modelo esquilo. Cada um destes foi destinado a um segmento.

Desse período, ficaram vários ensinamentos importantes. Um deles é que todos nós da área da aviação de segurança pública ocupamos a mesma “grande árvore”, mas cada macaco no seu galho! Policia é policia, bombeiro é bombeiro.

Durante esses mais de 10 anos operando “integrado”, todos os pilotos atuaram nos diversos tipos de missão, tanto missões policiais quanto de bombeiro. Desse período, restou a confirmação de que não basta ter uma boa tripulação, se essa não conhece profundamente a missão a ser executada, se não veste a camisa da Corporação apoiada e se não tem a vivência e a experiência necessária daquela profissão. A operacionalidade de uma tripulação se faz muito mais com o conhecimento da profissão do que propriamente com a proficiência de vôo.

Devemos lembrar que o helicóptero é apenas mais um recurso disponível entre tantos outros para que a Corporação execute a sua missão. Portanto, um experiente piloto de helicóptero, que não é policial ou bombeiro, até irá executar uma atividade operacional, mas certamente, o aproveitamento não será igual à de um profissional da área. O mesmo exemplo se aplica a um Piloto Policial ou Bombeiro atuando pela primeira vez em uma missão offshore.

O que ocorre, portanto, é que existem muitas unidades policiais realizando missões de bombeiro, mas, sem o compromisso real de desenvolver essa atividade. Soma-se a isso, o desconhecimento profundo sobre as minúcias de nossa profissão.

Em unidades aéreas “integradas”, a teoria e a prática caminham em lados opostos. Na teoria, a integração existe e todas as Corporações estão felizes e satisfeitas em trabalharem juntas em prol da sociedade. Na prática, uma verdadeira guerra de vaidades e disputas sobre de quem é a missão mais importante.

O poder político junto à secretaria e ao governo do Estado, dita a regra de quem dá as cartas. Nesse jogo, a missão do bombeiro é a menina dos olhos, mas os bombeiros estão no fim da fila das prioridades. Isso aconteceu em Brasília durante quase 11 anos. Eu sei o que estou falando.

Vamos voltar ao nosso assunto inicial.

Recentemente, um piloto policial, em tom bastante soberbo, disse a mim que não entendia o porquê da utilização pelo CBMDF de uma aeronave no padrão do EC 135? Iniciei minha resposta, voltando a ele outra pergunta. Porque você acha isso? Ele me respondeu apenas o seguinte:

O Distrito Federal é muito pequeno para a utilização de uma aeronave biturbina. Uma aeronave do tipo esquilo é mais do que suficiente para as “nossas” missões.

Respondi mais ou menos assim:

Nossas missões? Mas as nossas missões são diferentes!

Concordo que o esquilo é realmente uma plataforma ideal para as missões policiais e até cumpre, em parte e com ressalvas, uma boa parcela das missões dos Corpos de Bombeiros. Devemos todos entender, que na verdade não existe helicóptero ruim, todos os helicópteros são muito bons. Existem sim, helicópteros sendo utilizados em missões para as quais ele não foi projetado. Erradamente, passamos a condenar um helicóptero porque ele não faz o que queremos ou da maneira que queremos.

Nós forçamos a barra. O errado somos nós.

O esquilo foi durante muito tempo para o CBMDF a sua tábua da salvação, a sua coluna mestra. Era o que tínhamos e não tivemos escolha nesse caso.

Ao longo de mais de 20 anos de operação, nossa aeronave realizou de tudo um pouco. De resgates espetaculares a transporte de papai Noel. Somando mais de 6000 horas de vôo e de bons serviços prestados a comunidade do Distrito Federal. Nenhum acidente ou incidente grave registrado.

No inicio de nossas atividades independentes, lá em 1996, tínhamos a necessidade de justificar a nossa existência. O que importava acima de todas as outras coisas era a quantidade de operações e a visibilidade resultante dessas. Tínhamos que solidificar a atividade. A qualidade do atendimento pouco importava no inicio, motivo pelo qual, para nós, o esquilo continuava a ser o ideal. Tínhamos um helicóptero! Acreditávamos cegamente que ele por si só já era um recurso que agregava qualidade ao atendimento.

Com o passar dos anos, conseguimos solidificar a existência de nossa unidade aérea. A Corporação começava a se acostumar com a presença do helicóptero e se ambientar com a atividade. Com o conhecimento, veio logicamente uma visão mais crítica e analítica sobre o que estávamos fazendo. Quando começamos a nos acostumar com a atividade, começamos também a percebê-la com outros olhos. Ela era boa, facilitava as coisas, ganhávamos tempo, reduzíamos as distâncias, mas, e a vítima? A qualidade do atendimento em relação à vítima e aos procedimentos de emergência não estava adequada.

A missão sempre era realizada, mas tínhamos a impressão que algo não estava certo, faltava principalmente espaço. Espaço pra vítima, espaço pros tripulantes, espaço para os equipamentos. Esses aspectos levavam a eficiência do socorro lá pra baixo. Muitas vezes uma das portas traseiras tinha que ir aberta. Isso agravava o quadro clínico do paciente por conta da queda da temperatura. Pouquíssimos eram os médicos se sentiam a vontade e confortáveis com o ambiente de cabine. Eles passaram a questionar a viabilidade do transporte aéreo naquelas condições. A segurança de vôo também ficava comprometida.

Sempre tivemos também, um volume muito grande de missões no período noturno, e nessas missões, ficava sempre a impressão que também faltava-nos algo, a aeronave não transmitia a segurança necessária para a execução dessas operações.

Passamos a questionar a nossa eficiência e a buscar um culpado. O helicóptero era sempre o culpado.

Quando então consolidamos realmente a atividade, nossa preocupação passou a ser a qualidade do nosso atendimento. A quantidade já pouco importava. Não queríamos voar nem mais nem menos do que voávamos. Queríamos voar o necessário quando necessário. Mas com qualidade.

Nesse período já registrávamos uma demanda de atendimentos que já justificaria a aquisição de mais uma aeronave. Voávamos bem e com uma constância que garantia uma média de mais de 60 ocorrências ao mês. E um detalhe, esse número não é de vôos realizados, e sim de ocorrências atendidas. Com o nome da vítima transportada, local da ocorrência, hospital conduzido, hora de início e término da operação, etc. Para nós, cada hora voada representa pelo menos duas ocorrências atendidas.

Falo isso, porque é muito fácil acharmos unidades aéreas policiais que festejam recordes de horas voadas ao ano. Quando vamos aos registros desses vôos, todas essas horas produziram números pífios em relação à produtividade desejada. E quando são questionados a respeito, sempre apresentam resultados subjetivos e pouco convincentes.

“Realizamos um trabalho ostensivo e preventivo, que resultou na redução dos números da criminalidade e no aumento da sensação de segurança da população”. Pergunto então: Todas essas horas resultaram em quantos criminosos presos pela ação objetiva e direta da aeronave? Quantos veículos deixaram de ser roubados pela ação ostensiva do helicóptero? Essa unidade tem como provar a relação de causa e efeito entre ação da aeronave e a melhoria dos números da criminalidade?

Pessoalmente acredito na importância do helicóptero para as polícias. Mas somente tenho a “sensação” de que efetivamente o helicóptero produz melhorias técnicas objetivas e subjetivas na qualidade do policiamento.

Na verdade, já ouvi de muitas pessoas que quando vêm o helicóptero da Policia voando baixo e em círculos sobre algum local, com os tripulantes à porta com seus fuzis à mostra, a sensação real é de completa insegurança. Passa-se a impressão de que algo está errado, aconteceu algo ruim e perigoso, o problema está aqui bem perto da minha casa! A criminalidade já chegou até aqui!?

Essas ações ao contrário do esperado, produzem mais medo. O leigo, o cidadão comum não vê nessas ações, o poder dissuasor do estado, a pro-atividade da polícia no emprego de uma tecnologia de ponta. Só enxergam a reatividade tardia do estado e a confirmação de que a segurança está falha.

Por outro lado, as operações dos Bombeiros são vistas como “obra de heróis”. O fato de pousar aquele helicóptero “tão grande” no meio da via pública para resgatar uma pessoa ferida é quase a providência divina. Nesse caso, o Estado se apresenta positivamente, pois mesmo sendo reativo ao acontecimento trágico, ele demonstra eficiência técnica e disponibilidade de meios em prol da comunidade. Todo mundo gosta de saber que se tiver a infelicidade de se envolver em um grave acidente, poderá contar até com um helicóptero para o seu resgate.

A grande diferença em relação às operações de Bombeiros e as missões policiais, é que o emprego do helicóptero em qualquer missão de bombeiro, produz efeitos objetivos, visíveis e mensuráveis. A ação pode ser rapidamente catalogada e rende números positivos às estatísticas operacionais. Motivo pelos quais as unidades aéreas policiais não querem deixar de realizar as missões típicas de bombeiro.

Felizmente ou infelizmente, essa é a realidade entre essas duas atividades.

Voltando ao assunto, passamos a entender então, que a melhoria da qualidade não viria se não buscássemos uma solução ideal. Nada paliativo resolveria.

Comprar mais um esquilo ou outra aeronave similar seria apenas comprar mais do mesmo. E pior, o que já era um problema passaria a ser dois problemas. Teríamos dois helicópteros, mais as dificuldades permaneceriam. Na verdade as dificuldades dobrariam.

De todo esse longo processo de aprendizagem, vi que, na fase inicial de aquisição de uma aeronave, nunca podemos nos ater ao modelo. Hoje, a grande falha nas compras de aeronaves no segmento da segurança pública está no fato das pessoas olharem primeiro para as aeronaves e só depois para a missão.

– É isso que você está fazendo agora. Você questiona a aeronave sem olhar para a nossa missão. Disse ao companheiro policial.

Todo vez que surge a possibilidade de alguma Corporação adquirir um helicóptero, somos todos forçados, quase que obrigados a acreditar e a aceitar dos representantes, que o seu produto é o ideal para as nossas missões. Quando surge alguma limitação no helicóptero, eles não buscam solucionar os problemas de seu produto, ao contrário, a empresa passa a questionar os nossos métodos operacionais e a nossa doutrina. Nós é que estamos fazendo a coisa errada.

Desse modo, e sem perceber, passamos a ajustar nossas operações às limitações das aeronaves oferecidas no processo licitatório. O que é completamente errado e inverte a lógica da compra. “Agora não vamos mais operar guincho como recurso de resgate, pois nossa nova aeronave não pode operar esse equipamento”. “O Bambi Bucket ideal para as nossas missões é o de 545 litros, pois o guincho de nossa aeronave só pode suportar essa carga”. “Não podemos mais voar de portas abertas, pois essa aeronave não possui portas corrediças”.

Quando surgiu a possibilidade de adquirimos mais um helicóptero, foi nos dada à missão e a liberdade para escolhermos uma aeronave que atendesse plenamente às nossas necessidades operacionais. Essa é a lógica que devemos seguir e foi á lógica que seguimos.

Primeiro, devemos definir claramente nossas missões:

– O que fazemos?
– Como fazemos?
– Quais as nossas necessidades e limitações atuais?

Considere tudo que possa influenciar negativa e positivamente a sua operação.

Respondida essas perguntas iniciais, podemos então desenhar o perfil da aeronave ideal para as nossas atividades. Veja que o foco da escolha está na missão e não na aeronave. Primeiro devemos definir a missão pra depois escolhermos as ferramentas! Muitos escolhem as ferramentas pra depois definir a missão. É um grande erro.

Vale ressaltar que quando nos referimos as ferramentas, ainda não estamos falando do modelo da aeronave, do fabricante, etc. Estamos falando das características técnicas que essa aeronave deverá possuir para que possa atender aos requisitos técnicos de nossa Corporação.

Antes de iniciarmos o nosso processo, definimos que uma aeronave para as missões do Corpo de Bombeiros deve possuir de um modo geral, no mínimo, as seguintes características: Grande versatilidade operacional; dimensões externas e internas compatíveis com as características de operação da Corporação sejam em áreas urbanas como florestais; disposição interna das macas que facilite o trabalho das equipes médicas e dos Tripulantes Operacionais; capacidade de transporte de até 02 pacientes mais tripulação com pelo menos 01 tripulante operacional e 02 pilotos, capacidade de realizar partidas rápidas e consecutivas; grande reserva de potência; grande capacidade de carga interna, assim como, no gancho e no guincho; boa velocidade de cruzeiro; bom alcance operacional; boa autonomia; baixo nível de vibração; baixo nível de ruído; manutenção fácil e custo compatível; presença de tecnologias que reduzam a carga de trabalho e elevem a segurança de voo; grande segurança nas operações com baixa altura e baixa velocidade fora do efeito solo.

Encima desses requisitos, montamos o nosso processo. Logicamente, outros aspectos muito importantes foram lembrados. Sendo esses tão importantes quanto aos citados anteriormente.

Lembro ainda, que os Corpos de bombeiros de um modo geral sempre tiveram grandes dificuldades para adquirir suas viaturas. As viaturas de Bombeiro são caríssimas, grandes e na maioria dos casos são importadas. Isso sempre foi um grande empecilho para as Corporações. Enquanto as policias compram centenas de viaturas de uma só vez, nós Bombeiros, compramos dois carros de combate a incêndios a cada década! Passando para a atividade aérea, essa realidade se repete. Tudo é mais complexo, tudo é mais caro.

Em 2005 tive a oportunidade de conhecer pessoalmente o serviço aéreo do Corpo de Bombeiros da Cidade de Los Angeles, do Condado de Los Angeles e da Guarda Costeira Americana. Foi uma experiência incrível, pois pude perceber as semelhanças e diferenças entre aqueles serviços aéreos e o nosso.

Em relação às aeronaves, percebi que os helicópteros de todos esses serviços eram de porte médio pra cima. Perguntei ao Piloto Chefe do serviço aéreo do Corpo de Bombeiros da Cidade de Los Angeles, Capt. Paul Chester, porque eles não utilizavam aeronaves menores? Porque não nos serve! Respondeu ele diretamente.

A única aeronave de porte pequeno que é utilizada naquele serviço é um BELL LONG RANGER III, utilizado como plataforma de observação e comando, dotada de imageador térmico e transmissão de TV. As demais aeronaves são BELL 412 (04 helicópteros). Já os Bombeiros do Condado de Los Angeles utilizam 03 FIREHAWK e 01 BELL 412. A base de Los Angeles da Guarda Costeira é dotada por 04 DAUPHINS.

Veja que em todos os serviços aéreos citados, a missão principal é o resgate. E em todos eles, a plataforma é uma aeronave de porte elevado. Essa é a realidade e o padrão ideal para as missões de resgate.

Na Europa, tive a oportunidade de conhecer o serviço alemão de Resgate, o ADAC, e verifiquei que a aeronave padrão daquele serviço, considerado o melhor da Europa e um dos melhores do mundo, é o EC 135. Eles ainda utilizam o modelo BK 117, o MD 902 e o moderno EC 145. São mais de 30 helicópteros espalhados por toda a Alemanha.

Você pode dizer: Mais você citou exemplos de primeiro mundo. Lá a realidade é outra. Mas essa é a questão! É essa realidade que temos que perseguir.

Temos que olhar para o primeiro mundo se quisermos alcançar a excelência de que tanto procuramos. Quando começamos a nos preocupar com a qualidade de nosso serviço, tínhamos que observar o que existia de melhor no mundo. E achamos nos estados unidos e em vários países da Europa as respostas que procurávamos. É possível chegar lá e estamos já bem próximos disso.

Só pra exemplificar, qual foi a minha surpresa, durante um seminário de resgate aeromédico em Barcelona, quando constatei que existem serviços aéreos de resgate na Europa muito menos estruturados e equipados do que o serviço aéreo do Corpo de Bombeiros de Brasília. Parece exagero mais é a pura realidade.

Na Espanha, por exemplo, a grande maioria dos serviços sofrem com a falta de estrutura em suas bases operacionais. Faltam centrais de comunicação e alojamentos adequados para as tripulações, falta coordenação entre as equipes de socorro em terra e as aeronaves. Eles não se comunicam na mesma frequência!

Quando mostrei as fotos de nossa base em Brasília e de algumas missões reais, os espanhóis não acreditaram que em Brasília tínhamos essa capacidade, esse nível de organização e coordenação. Portanto, não estamos longe da excelência desejada. Alcançá-la é difícil, mas não impossível. A compra dessa aeronave e a sua entrada em operação inaugura a fase final que almejamos na melhoria da qualidade de nosso atendimento.

Estamos operando o EC 135T2 desde o começo desse ano (2007). E operacionalmente desde maio. A diferença entre o ESQUILO BA e o EC 135T2 é brutal. Tivemos que remodelar nossa Doutrina operacional em quase 80%. Muitas das dificuldades que tínhamos foram sanadas e os problemas que hoje encontramos estão relacionados muito mais com a adaptação ao novo equipamento do que com a existência de alguma limitação da aeronave.

Hoje é possível transportarmos até dois pacientes, mais os nossos 02 tripulantes e os 02 pilotos. Voamos sempre com as portas fechadas. A aeronave é toda configurada para o transporte aeromédico, o que mantém todos os equipamentos necessários em seus devidos lugares, sem ocupar espaços que prejudicam os trabalhos junto ao paciente.

A disponibilidade de potencia é confortável mesmo operando a 4500’ de altitude. A velocidade é outro aspecto importantíssimo para nós. O ESQUILO BA era muito limitado nesse aspecto. Já o EC, cruza muito mais rápido, o que amplia em muito as chances do paciente.

Nas operações noturnas, o EC 135 é realmente incomparável. A estabilidade em voo fornecida pelo Sistema de Estabilização Automática – SAS é uma tranquilidade para a tripulação que aliada ao potente NIGHTSUN, fazem do voo noturno apenas mais um voo. Por fim, a segurança de ter dois motores ao seu comando, torna tudo mais fácil e tranquilo.

Estamos convencidos que o caminho para a excelência está traçado. É uma questão de tempo e ajustes normais. Temos uma boa base, bons profissionais e bons equipamentos. Temos uma Doutrina de operações e de segurança de vôo sólidas. Temos recursos orçamentários para mantermos nossa atividade. Então, Nos resta voar, pairar, salvar!!!!

Bom companheiro. Espero que eu tenha respondido o seu questionamento.

O policial meio sem jeito e com um sorriso um pouco amarelo, respondeu que estava bem explicado. Mas, sinceramente, acho que ele não gostou muito da explicação. Na verdade, acho que ele descobriu que não conhece nada de missão de bombeiro. E eu, descobri que ele sofre de uma forte dor de cotovelo por não possuir uma segunda aeronave do porte do Corpo de Bombeiros.

A vida é assim.

Por fim, acredito firmemente no futuro da aviação de segurança pública. Seja policial ou de Bombeiros. Ambas possuem potencial para crescer independentemente uma da outra. Para isso, problemas estruturais graves devem ser resolvidos.

Precisamos corrigir as falhas existentes na legislação que nos regula. Precisamos acabar com as disputas e guerras de vaidades entre as Corporações para que possamos juntos, alcançar objetivos comuns.

Para os Bombeiros do Brasil fica o meu recado:

Só uma coisa torna um sonho impossível. O medo de realizá-lo.

O Autor: Esse artigo foi publicado em 04 de junho de 2007 pelo Comandante Luiz Henrique Andrade Barbosa do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal em seu Blog. Ele era Oficial de Segurança de Voo e voava EC135 e AS350BA do CBMDF.

E o fio estava lá!!!!

Com o objetivo de perpetuar ainda mais a memória do Comandante Luiz Henrique Andrade Barbosa, piloto de helicóptero do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, publicamos três excelentes artigos que escreveu em junho de 2007 no seu Blog, denominado Resgate Aéreo.

Os artigos são, além desse, “Ensaio sobre aviação de Bombeiros e outras considerações” e “Como Montar uma Unidade Aérea de Bombeiros“. O seu Blog era voltado aos temas relacionados a aviação de Bombeiros no Brasil e no mundo e hoje encontra-se inativo.

O Comandante faleceu em um acidente aeronáutico em 09 de agosto de 2007, por volta de 14:00h, no Setor P-Sul da cidade de Ceilândia – DF, envolvendo um helicóptero do Corpo de Bombeiros (AS350BA, PT-HLZ). Estavam a bordo, além dele, o Cap BM José Frederico Assunção Magalhães e o 1.º Sgt Lélio Antônio da Rocha.

Essa rica experiência certamente aumentará o nível de alerta de todos os aeronavegantes.

Luiz Henrique Andrade Barbosa (em memória)

No ano passado (2006), por muito pouco o helicóptero em que eu pilotava não colidiu com uma fiação que cruzava a BR 060, rodovia que liga o Distrito Federal a cidade de Goiânia – GO. Foi por muito pouco mesmo. O interessante é que todo o procedimento operacional e de segurança adotado por minha unidade aérea foi cumprido.

Ao bloquear o local, circulei o ponto do lado do Co-piloto para que ele e o tripulante da esquerda “clareassem” a área identificando os obstáculos significativos como fiação, torres, antenas, veículos, pessoas, áreas e ou situações de perigo em potencial para a nossa operação.

Terminada essa primeira passagem, circulamos na direção oposta para que todos os tripulantes posicionados do outro lado, incluindo eu, tivessem também o conhecimento sobre a área sobrevoada, confirmando a presença de todos os obstáculos anteriormente observados. Feito isso, confirmei se toda a tripulação tinha identificado à área de pouso, se todos tinham visto os obstáculos e se havia alguma outra observação a mais a ser feita.

Imagens: Utilities Aviation Specialists, INC - USA.
Imagens: Utilities Aviation Specialists, INC – USA.

– Então podemos pousar? Sempre faço esse questionamento.

Por último, informei qual seria a entrada para o pouso baseado no vento predominante, nas condições do terreno e na situação do acidente lá embaixo.

Como nada mais foi dito ou perguntado, então informei que ingressaria na final para o ponto definido. Eu costumo fazer minha final pra pouso e minha posterior decolagem, mantendo-me sempre sobre a rodovia. Geralmente não costumam “plantar” postes no meio da pista. Aproximo para um ponto imaginário na vertical da área escolhida sempre em uma altura superior a uma possível fiação que esteja cruzando a via. Na curta final, se já for possível garantir que realmente não há fiação cruzando, prossigo direto até o toque no solo.

Tudo isso parece um processo longo e demorado, mas não é. Com o tempo ele passa a ser executado de forma natural e bastante dinâmica.

O mais importante de todo esse procedimento, e de qualquer outro envolvendo missões operacionais, é não nos envolvermos demais com os acontecimentos lá de baixo, para que não deixemos de executar algo necessário a segurança do vôo.

Isso realmente pode acontecer e influencia demais as atitudes a serem tomadas pela tripulação como um todo. O envolvimento emocional com a situação em terra pode nos levar a cometer falhas durante uma operação. O fato da vítima está em estado crítico ou por se tratar de uma criança, por exemplo, pode gerar no piloto e na tripulação, uma ansiedade de pousar logo para resolver a situação, o que acaba fazendo com que ele negligencie a segurança, pulando etapas importantes ou passando rapidamente por outras. Isso é uma verdadeira armadilha!

No meu caso, a presença do fio só foi notada na decolagem. Apesar de todos os cuidados relatados acima. Ninguém durante o reconhecimento visualizou a fiação que cruzava a rodovia. A bem da verdade, ela era quase invisível, “imperceptível a olho nu”.

Após o embarque das vítimas, iniciamos os procedimentos para a decolagem. O Piloto, durante esse momento, deve se manter muito atento à presença de fios, e foi isso que o nosso Co-Piloto fez (Graças a Deus!). Mas o que chamou a sua atenção foi um poste ao lado da rodovia. Quando ele percebeu a sua presença, ele buscou visualizar se havia alguma fiação que partia ou chegava nesse poste. Não tem aquele ditado, onde há fumaça há fogo. Então, onde há poste há fio. Ele acabou notando a presença de uma fiação e tentou ver pra que lado ela ia.
A aeronave já estava na decolagem!

Quando ele viu que essa fiação não seguia paralela à via, e sim, que ela cruzava a pista, só deu tempo de dizer:

Olha o Fiiiioooo….oooooo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

A fiação já estava bem a nossa frente.

Instintivamente dei uma cabrada na aeronave e um “gás” de coletivo. Foi o suficiente para ultrapassarmos o maldito fio.

Fomos salvos pelo poste!!!!!

Cada vôo que eu faço e cada missão que eu cumpro, aprendo algo novo. Nesse, descobri que temos que acreditar desconfiando. Jamais acredite nos seus sentidos. Nem sempre conseguiremos ver tudo. Nesse caso, todos nós achávamos que não havia fiação, pois fizemos tudo que tinha de ser feito, mas ela estava lá e por pouco não causou um grande problema.

Imagine se fosse à noite? Certamente não iríamos perceber a fiação.

Portanto, nós que atendemos a centenas de ocorrências todos os anos, de dia e de noite, pousando nos lugares mais improváveis que existem, vamos atentar para o fato que nem sempre vemos o que queremos ver. E o fato de não vermos alguma fiação, não quer dizer que ela não esteja lá. Acredite desacreditando, confie desconfiando. Pois “seguro morreu de velho”.

Sempre acredite na existência de um obstáculo nas proximidades de seu ponto de pouso, se pensar assim, você certamente não vai tomar um susto como eu tomei.

Bons vôos, bons reconhecimentos e pousos e felizes decolagens.

O Autor: Este artigo foi publicado em 04 de junho de 2007 pelo Comandante Luiz Henrique Andrade Barbosa do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal em seu Blog. Ele era Oficial de Segurança de Voo e voava EC135 e AS350BA do CBMDF.

Como montar uma Unidade Aérea de Bombeiros

Com o objetivo de perpetuar ainda mais a memória do Comandante Luiz Henrique Andrade Barbosa, piloto de helicóptero do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, publicamos três excelentes artigos que ele escreveu em junho de 2007 no seu Blog, denominado Resgate Aéreo.

Os artigos são, além desse, “Ensaio sobre aviação de Bombeiros e outras considerações” e “E o fio estava lá!”. O seu Blog era voltado aos temas relacionados a aviação de Bombeiros no Brasil e no mundo e hoje encontra-se inativo.

O Comandante faleceu em um acidente aeronáutico em 09 de agosto de 2007, por volta de 14:00h, no Setor P-Sul da cidade de Ceilândia – DF, envolvendo um helicóptero do Corpo de Bombeiros (AS350BA, PT-HLZ). Estavam a bordo, além dele, o Cap BM José Frederico Assunção Magalhães e o 1.º Sgt Lélio Antônio da Rocha.

Luiz Henrique Andrade Barbosa (em memória)

Desde o ano passado (2006) tenho recebido muitos questionamentos sobre como montar uma unidade aérea de Bombeiro? que aeronave comprar? como estabelecer uma doutrina de operação? etc.

Hoje, a vontade de se adquirir uma aeronave e começar a voar é muito grande em todas as Corporações. Estamos passando por um grande momento de nossa aviação após a criação do Conselho Aeropolicial e da efetiva participação dele nas operações de segurança do Pan do Rio de Janeiro.

Porém, não se tira uma aeronave da cartola. Não se monta uma unidade aérea em “toque de caixa” e nem se consegue administrar essa atividade sem um mínimo de estrutura e experiência. Como estrutura, entenda um quadro de pilotos com experiência, mecânicos, hangar, seguro aeronáutico e um bom contrato de manutenção, peças e serviços.

Foto: Eduardo Alexandre Beni.
Foto: Eduardo Alexandre Beni.

Senhores, não dá para se aventurar na aviação da mesma forma que os “antigos” fizeram lá na década de 80. Eram outros tempos, outras visões e oportunidades. Hoje as coisas estão muito mais complexas e os investimentos devem ser feitos com base em argumentos sólidos e em um planejamento correto.

Algumas Corporações estão buscando suas próprias aeronaves, mas não sabem bem ao certo nem por onde começar a errar. Sabem que e é importante esse tipo de atividade, mas não sabem como demonstrar isso. Hoje as Polícias Militares compartilham muito desse processo sempre que uma Corporação busca criar a sua atividade.

Os Corpos de Bombeiros ao contrário, se cercam de precauções e de uma auto suficiência inacreditável (coisa de bombeiro sabe tudo e faz tudo) que acaba levando todo o projeto para o buraco. Recentemente um Oficial que está muito empenhado em adquirir uma aeronave para o seu Estado se espantou com o orçamento necessário para se manter uma unidade aérea.

Isso depois de terem garantido a ida de alguns pilotos para a formação básica em São Paulo. Entraram numa festa sem saber o quanto vão pagar na saída. E agora? Isso é um grande erro e um grande perigo para o sucesso dessa empreitada. Um bom exemplo da nova metodologia para implantação de uma unidade aérea se deu na Bahia onde foi realizado um trabalho longo de planejamento e um processo sem atropelos de implantação e desenvolvimento da unidade.

Hoje já estão operando conforme o previsto. Em todo processo de mudança organizacional como é o caso da implantação de uma unidade aérea, o maior risco é a pressa na execução dessa mudança. Em grande parte das vezes, a velocidade da mudança é a chave para o insucesso do projeto.

Deve-se lembrar ainda, que em nossas Corporações, existem muitas resistências sobre a utilização de aeronaves tendo em vista os custos que elas envolvem. Somos unidades terrestres, não temos em nossas raízes a cultura da aviação. Não pensamos como aeronautas. Pensamos como Bombeiros! Então, não se deve deixar de lado um trabalho muito difícil que é o do convencimento e esclarecimento sobre a importância da atividade para a Corporação.

Por último, não inicie a criação de sua unidade olhando para um determinado modelo de aeronave. Olhe para a sua missão, foque nas suas necessidades atuais e futuras, observe as características de sua região e a cultura de sua Corporação.

Busque uma aeronave tendo com base a sua operação e a sua capacidade de gestão de pessoal e de recursos. Lembre-se também das parcerias, elas podem ajudar e muito. Antes de voar, ponha os pés no chão e a cabeça no lugar. Não se aventure olhando simplesmente o que está acontecendo em Brasília, Rio de Janeiro e Minas Gerais e copie os nossos modelos.

São realidades diferentes, Corporações diferentes, regiões diferentes, missões diferentes, orçamentos diferentes. Não se pode copiar e colar simplesmente. O que funciona em Brasília pode não funcionar no Rio de Janeiro e vise e versa. Muita coisa se aproveita, mas nem tudo.

Podemos sim ajudar e muito, especialmente na identificação dessas necessidades, no perfil, mas adequado de aeronaves segundo suas operações, na elaboração de um projeto de implantação e no treinamento e qualificação de pessoal. Quem quer crescer não pode se fechar.

Estamos à disposição e torcendo pelo sucesso dos nossos Bombeiros em todo o Brasil.

Boa sorte.

O Autor: Este artigo foi publicado em 04 de junho de 2007 pelo Comandante Luiz Henrique Andrade Barbosa do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal em seu Blog. Ele era Oficial de Segurança de Voo e voava EC135 e AS350BA do CBMDF.

Serviço de resgate aeromédico DRF Luftrettung alemão registra 38.000 missões durante 2011

Helicópteros do operador de resgate aeromédico alemão, DRF Luftrettung, baseados em 31 locais na Alemanha, Áustria e Dinamarca, voou um total de 38.366 missões, com 35.075 horas voadas só na Alemanha – um aumento de 3% em relação ao ano anterior.

De acordo com a DRF, cerca de 16% das missões na Alemanha envolveram vítimas de acidentes de carros ou em lazer.

“Todo paciente de emergência tem que ser transportado para um hospital por um helicóptero. Durante vários anos o sistema de saúde alemão vem sofrendo alterações estruturais, por exemplo, uma especialização de clínicas. Nossos helicópteros podem cobrir grandes distâncias rapidamente e, portanto, têm uma vantagem crucial para fornecer aos pacientes um tratamento ideal, especialmente em áreas rurais, portanto, o resgate aeromédico na Alemanha está ganhando cada vez mais importância. “, disse Steffen Lutz, CEO da DRF Luftrettung.

A DRF também tem impulsionado suas operações à noite. Oito das 31 bases já estão em operação 24/7 com os pilotos usando óculos de visão noturna (NVG). Durante 2011, uma em cada cinco missões foi conduzida durante a noite.

Fora da Alemanha, DRF Luftrettung voou, em 2011, 2.379 missões com seus helicópteros (duas bases na Áustria e uma base na Dinamarca).

O helicóptero dinamarquês com o sinal de chamada: “Rescue Air 01” voou 683 missões. A DRF diz que o número de missões prova que a primeira base HEMS dinamarquesa, em Ringsted, na ilha de Zelândia, tem sido bem sucedida. A aeronave dinamarquesa é operada pela Falck DRF Luftambulance A/S, um consórcio da DRF Luftrettung e o serviço dinamarquês de resgate Falck A/S.

As duas aeronaves austríacas, baseado em Reutte no Tirol e Fresach na Caríntia, voou um total de 1.696 missões. A maioria das missões na Áustria estão relacionadas a emergências neurológicas, como a apoplexia e ataque cardíaco. Eles também são acionados para vítimas de acidentes de esqui nas montanhas.

A DRF opera atualmente uma frota de helicópteros Bk117s e EC135 e EC145. Em novembro, a DRF encomendou 25 EC145 T2s em um negócio de 200 milhões de euros. As cinco primeiras aeronaves entrarão em operação em dezembro de 2013 e irão substituir progressivamente os antigos BK117s.

Fonte: RotorHub, por Tony Osborne em Londres.

Tradução: Mauro Beni.

BRPAe de São José dos Campos deverá implantar o resgate aeromédico

A equipe do helicóptero Águia da Polícia Militar no Vale do Paraíba deve ganhar o reforço de médicos e enfermeiros para socorro de vítimas em estado grave. A implantação do projeto está em estudo pela Secretaria de Segurança Pública e pode começar a funcionar já em 2012. Hoje, o Águia só atua em acidentes quando o local é de difícil acesso para o resgate terrestre.

O resgate aeromédico já é realizado na capital e, desde julho de 2010, em Campinas como projeto piloto. A proposta, apresentada pelo secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, também visa credenciar uma rede de hospitais para onde as vítimas serão levadas após o atendimento. A ideia é que até 2014, todos os helicópteros Águia do Estado possuam a equipe especializada em atendimentos médicos. Segundo apurou O VALE, a região pode ser a primeira a receber o resgate.

Proposta

Hoje, o Águia possui duas funções principais na região: suporte aéreo a operações de prevenção da PM e resgate de vítimas em local de difícil acesso, principalmente, pessoas perdidas em matas.

O atendimento à pessoas feridas, no entanto, ocorre apenas em último plano. “Há casos em que uma ambulância não consegue chegar no local, então fazemos o resgate e levamos a um lugar onde a vítima pode ser atendida”, diz o major Sérgio Henrique Togashi Toma, comandante do Águia no Vale do Paraíba.

O grupo de resgate visa tornar o atendimento de emergência mais rápido. Um médico ou enfermeiro iria até a vítima, faria o primeiro socorro. O médico também faz um diagnóstico do ferimento e seleciona em uma rede de hospitais qual o melhor local para atender a vítima. “O levantamento dos hospitais está sendo feito pelo governo. É uma parceria. Mas precisamos ser muito cuidadosos, porque quando houver uma emergência, o hospital precisa ter condição de atender” diz.

Atendimento

Em 2011, até 15 de dezembro, o Águia resgatou 28 pessoas no Vale do Paraíba. Destes, 20 foram pessoas em áreas de risco e oito pessoas feridas em acidentes foram levadas para algum lugar para receber atendimento. No reforço à segurança, a aeronave ajudou na recuperação de 20 veículos, seis armas e 49 pessoas foram detidas.

O Águia no resgate

Como é hoje
Em caso de pessoas feridas, o Águia só age quando uma viatura de resgate terrestre não consegue chegar ao local. A vítima é levada a um local para receber os primeiros socorros

Como vai ficar
Com médico e enfermeiro, os atendimentos de urgência serão feitos em qualquer lugar. A vítima recebe os primeiros socorros do especialista.

Rede de atendimento
Será criada uma rede de hospitais. Na hora do atendimento, o médico escolhe o hospital mais adequado para a vítima receber o tratamento mais adequado para a situação.

Projeto piloto
O trabalho já é realizado na capital e em Campinas, onde houve o projeto piloto para que o atendimento fosse estendido para todo o Estado.

Andamento
Segundo apurou O VALE, a região deve ser a primeira entre as demais áreas do interior a receber o resgate.

Prazo
A Secretaria da Segurança Pública quer implantar o projeto em todo o Estado até 2014.

Velocidade é diferencial do resgate aéromédico

O exemplo de Campinas:

No primeiro ano de implantação do resgate aeromédico na região metropolitana de Campinas, que inclui 38 municípios, o Águia foi acionado para 221 ocorrências, sendo que dessas, realizou o atendimento médico em 183 e realizou o transporte de vítimas para hospitais de referência em 121 ocorrências. Segundo a corporação, uma outra vantagem trazida pelo resgate aeromédico é a possibilidade de transportar pessoas e/ou órgãos em casos de transplante urgente.

Na cidade, o programa foi implantado em 30 de junho de 2010 e, com isso, os médicos do Grau (Grupo de Resgate e Atendimento às Urgências) de São Paulo passaram a trabalhar também na cidade de Campinas. O primeiro resgate aeromédico da região de Campinas aconteceu logo no dia da implantação, em Americana, após uma colisão de auto com um caminhão. O resgate chegou em quatro minutos e transportou a vítima para um hospital de referência.

Fonte: Piloto Policial e O Vale, por Filipe Rodrigues.

GAvOp atua em acidente com grua na cidade de Ceilândia-DF

O helicóptero Resgate 03 do CBMDF, atuou na manhã do dia 15Set11, em um acidente na cidade de Ceilândia, às margens da BR070. Um funcionário da construção civil ficou gravemente ferido quando um guindaste usado na obra de um empreendimento residencial cedeu, tombando parcialmente sobre um operário de 19 anos de idade.

O funcionário sofreu traumatismo no crânio, fraturas múltiplas e escoriações, sendo atendido inicialmente pelas guarnições do 8º GBM, do 2º GBM e do SAMU/DF.

O Resgate 03 chegou ao local visando proporcionar suporte avançado e transporte ao Hospital de referência (Hospital de Base). Na análise inicial a vítima apresentava elevada agitação e fortes dores, sendo sedada para viabilizar a condução aérea ao hospital.

Os acessos venosos já haviam sido obtidos pela equipe do SAMU e a remoção do local do acidente para o local de pouso, o isolamento da área e o acionamento da aeronave feitos pelas guarnições do CBMDF.

Tudo pronto, vítima sedada, a aeronave decolou para o Hospital de Base. No trajeto, via rádio, o Hospital foi informado do caso, com a análise inicial do médico do Resgate 03, preparando todos os recursos para receber o paciente.


Fonte: Blog Resgate Aéreo.


Início dos treinamentos de salvamento aquático pela Polícia de Maryland/EUA

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Os guarda-vidas da cidade de Ocean City, em Maryland/EUA têm uma nova ferramenta para auxiliar em ocorrências de afogamento em mar agitado: um helicóptero da Polícia Estadual de Maryland.

Um grupo de guarda-vidas experientes foram selecionados para o treinamento de operação de salvamento aquático a ser implantado com a utilização de um helicóptero da Polícia estadual.

O Capitão Butch Arbin, da equipe de guarda-vidas, disse que é a maneira mais rápida de retirar uma vítima com segurança para fora da água e levá-los de cuidados médicos quando o tempo é crítico. E, para os guarda-vidas que passaram décadas a trabalhar na areia, é uma oportunidade estimulante para treinar algo novo.

“Isso nos dá um recurso que nunca esteve disponível antes”, disse Arbin. “Se acontecer um acidente de barco no mar, ou um acidente na corrente de retorno da baía, nós poderemos realmente chegar até a vítima mais rápido.”

Seis técnicos de surf-resgate em calções de banho azul e óculos de sol passaram por um treinamento em terra, guiados por pilotos de helicóptero e paramédicos do MSP.

Guarda-vidas com nadadeiras vermelhas usavam cintos ligados a um guincho do lado do helicóptero e treinaram o içamento, exatamente como isso iria acontecer durante uma emergência real sobre a água.

Carl Hardcastle, paramédico de voo do MSP efetuou o primeiro treinamento com o guarda-vida Sargento Ryan Cowder.

Hardcastle acionou um interruptor, e Cowder passou de sentado dentro do helicóptero para pendurado no guincho, como um alpinista pendurado em um penhasco íngreme.

Quando as lâminas do helicóptero estão zumbindo e os motores estão rugindo, a comunicando por gestos com as mãos é crucial. Os pilotos ensinaram aos guarda-vidas os comandos como a forma de dizer que eles estão OK, enquanto na água (toque na cabeça), quando eles precisam ser levantadas (girando o dedo na vertical) ou quando é hora de interromper (garganta movimento barra).

Após o treinamento em terra, os pilotos embarcaram os guarda-vidas, dois de cada vez, onde praticaram resgate puxando um simulacro de vítima pela Enseada. O helicóptero tem um tempo mínimo possível para passar, pois a posição pairada exige mais potência dos motores da aeronave, disseram os pilotos.

No início deste ano, a Unidade de Aviação do MSP começou a explorar as melhores formas de implantar com sua frota de helicópteros a evacuação aeromédica em todo o estado, com o objetivo de posicionamento dos recursos onde eles são mais necessários, e para reduzir o tempo de resposta.

Como resultado, MSP decidiu enviar seu helicóptero baseado em Salisbury, chamado de Trooper 4, para operar do Aeroporto de Ocean City aos finais de semana, pois é onde os volumes de chamadas são mais elevados.

A parceria entre a unidade de guarda-vidas e sua unidade de resgate aéreo tem como espectativa de encurtar o tempo resposta e ajudar a salvar vidas, disse o tenente Walt Kerr, porta-voz da unidade de aviação.

Kerr disse que é a primeira tentativa dos helicópteros da Polícia estadual de operar com a unidade de guarda-vidas. “Estes são especialistas em água”, disse ele. “Nós não vamos nos atrever na água. Sabemos que eles fazem isso melhor”.

Segundo declarações do Sargente Brent Weingard, “Eu acho que é um ótimo programa. É apenas uma nova evolução para a Patrulha Beach. Torna uma organização ainda mais profissional, trabalhando com os melhores oficiais da polícia de Maryland. É uma oportunidade incrível. “

Confira o vídeo:


Fonte e fotos: Delmarvanow.com / Tradução e adaptação: Alex Mena Barreto / Piloto Policial


Resgate Aeromédico em Campinas/SP completa 1 ano

Depois de um ano de instituição do Serviço de Resgate Aeromédico em Campinas há muito o que comemorar, foram 227 acionamentos: 127 vítimas atendidas pela equipe médica do GRAU – Grupo de Resgate e Atendimento às Urgências e transportadas pela aeronave; 60 vítimas atendidas pela equipe e removidas por viaturas terrestes e mais 40 ocorrências em que não houve necessidade de atendimento médico.

Este é um caso de sucesso, o convênio das Secretarias de Segurança Pública (Policia Militar: Bombeiros e Grupamento de Radiopatrulha Aérea) e da Saúde (GRAU), permitiu ações que atendem a uma população de aproximadamente 3 milhões de pessoas, num dos maiores conglomerados urbanos do país, atingindo 49 municípios, um raio de 20 minutos de voo a partir da Base de Radiopatrulha Aérea de Campinas.

Integrando os mais diversos atores (serviço público estadual de saúde, serviços públicos municipais de saúde, concessionárias das rodovias, guardas municipais, Polícia Militar, Bombeiros, etc…) o serviço tem proporcionado atendimento médico de urgência em variados cenários e no mais diversificado rol de ocorrências: queimados, afogados, acidentes automobilísticos, vítimas de acidentes com animais peçonhentos, eletrocutados, dentre muitos outros, inclusive casos clínicos (AVC, PCR).

O serviço, que no primeiro momento pretendia trazer o Águia para a atividade aeromédica, acabou agregando uma equipe que atua também no período noturno, estendendo pelas 24 horas do dia, o atendimento emergencial, tanto com helicóptero, quanto com viatura terrestre.


Fonte: GRPAe.


Seminário sobre Operações de Resgate Aéreo e Defesa Civil – Confira as palestras

A ANAC realizou o Seminário de “Operações de Resgate Aéreo e Defesa Civil” na cidade do Rio de Janeiro, nos dias 20 e 21 de setembro de 2010, no auditório do Arquivo Nacional. O objetivo de divulgar as melhores práticas em operações de resgate aeromédico foi plenamente alcançado.

Este seminário cumpriu o RSVA 018/C/05 (do CENIPA) e o Seminário foi organizado pela Gerência de Fatores Humanos na Aviação e Medicina de Aviação (GFHM) da Superintendência de Segurança Operacional (SSO) e contou com a presença de mais de 120 participantes de diversos Estados, Órgãos e empresas do ramo de atendimento pré-hospitalar.

Marcos Afonso Braga Pereira, Gerente da GFHM, Hugo de Lemos Haas, Especialista em Regulação de Aviação Civil e equipe coordenaram brilhantemente os trabalhos e cumpriram uma agenda muito bem organizada, com palestras interessantes e de excelente conteúdo, agregando muita informação aos participantes.

A ANAC, representada no evento pela GFHM, interessada em colaborar com o desenvolvimento da Aviação de Segurança Pública, disponibilizou todas as palestras para publicação e divulgação, com autorização dos palestrantes.

Dia 20 de setembro de 2010

1. Regulamentação – Subparte K do 91 – ANAC
Palestrante: João Luis Barbosa Carvalho (Gerente de Operações Av Geral)

2. Aeronaves
Palestrante: Ten Cel BM Antonio Carlos Graça (CBMERJ)

3. Apoio ao Resgate – Regulação de leitos Hospitalares
Palestrante: Dr. Chaves (Superintendente de Regulação-RJ)

4. Atuação da Equipe Médica
Palestrante: Cap Med BM Raphael Bastos (GOA- CBMERJ)

5. Equipamentos Médicos
Palestrante: Cel Med BM Sidney Franklin (GOA-CBMERJ)

6. Transporte Aeromédico
Palestrante: Dr. Benesson Rodrigues de Souza (ANAC)

Dia 21 de setembro de 2010

1. Operações de Resgate em Mata e Montanha
Palestrante: Cap BM Nelson Santana Camargos (BOA-CBMMG)

2. Operações Policiais
Palestrante: Márcio Saibro (SAER – Polícia Civil RJ)

3. Prevenção de Acidentes em Operações de Defesa Civil
Palestrante: Ten Med Pascale (CENIPA)

4. Operações de Resgate em Praia / Superfícies Aquáticas
Palestrante: Maj BM Vinicius Silva (GOA-CBMERJ)

5. Resgate Aeromédico Offshore
Palestrante: Dr. Antônio Bento (Petrobras)

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RESGATE AEROMÉDICO

 

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