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Brasil – Muitos estados e empresas estão investido e acreditando no desenvolvimento do serviço aeromédico no Brasil. Dentre as organizações do terceiro setor, o destaque fica para a Associação Brasileira de Operações Aeromédicas (ABOA). Nos últimos anos, alguns eventos também tiveram influência nesse crescimento, como a pandemia e a publicação de alguns marcos regulatórios.

Atualmente, há dois modelos de serviço aeromédico no Brasil, um realizado pela Aviação Pública (RBAC 90) e outro pelas empresas de Táxi Aéreo (RBAC 135 | IS 135005-A). Segundo dados da ANAC, são 57 operadores de Táxi Aéreo aprovados para missões aeromédicas.

UNIAIR realizou durante a pandemia mais de 260 remoções aeromédicas de pacientes com COVID-19.

Esses operadores aéreos (135) são contratados por particulares, convênios, seguradoras ou pelo próprio estado para transporte de pacientes SUS (Serviço Único de Saúde). O serviço aeromédico da Aviação Pública integra o SUS e é realizado pelo SAMU, Corpos de Bombeiros Militares e Polícias, por meio de convênios com secretarias de saúde.

Destaques Nacionais da Aviação Pública

A Aviação Pública do Paraná, Santa CatarianaMinas Gerais e São Paulo vem apresentando números expressivos como prestadores de serviço aeromédico do SUS. Em termos de atendimento, o aeromédico do estado do Paraná tem a dianteira. Desde sua implantação, em 2007, já realizaram mais de 30,7 mil atendimentos.

Em 2023, o Paraná bateu o recorde histórico de atendimentos, registrando mais de 4 mil no ano. De janeiro a agosto de 2024, já são quase 2,7 mil atendimentos. O Paraná possui 5 bases aeromédicas e conta com 6 helicópteros e 1 avião dedicados ao serviço. Além disso, o aeromédico do Paraná realiza transfusões de sangue em pacientes graves no local da ocorrência desde 2023.

Profissionais do serviço aeromédico do Paraná fazem reunião técnica em Curitiba. Foto: SESA-PR
Profissionais do serviço aeromédico do Paraná fazem reunião técnica em Curitiba. Foto: SESA-PR

Santa Catarina também é destaque nacional. Além da Polícia Civil e da Polícia Militar, somente o Batalhão de Operações Aéreas (BOA) do Corpo de Bombeiros Militar, em parceria com o SAMU, realizaram desde a criação do serviço, em 2010, 13.344 atendimentos aeromédicos, com 2 helicópteros e 3 aviões. Em 2023 realizaram 1.454 atendimentos. Além disso, possuem o Programa Sangue Total para atendimento de pacientes graves na cena.

A Polícia Civil, com 2 helicópteros, foi responsável por 3.737 missões aeromédicas desde 2014, com 444 atendimentos em 2023. A Polícia Militar, com 4 helicópteros e 2 aviões, foi responsável por 2.869 atendimentos desde 2016, com 409 atendimentos em 2023. No total, Santa Catarina realizou mais de 19.950 missões aeromédicas. A Polícia Civil e a Polícia Militar também trabalham em parceria com o SAMU.

Minas Gerais nesse contexto também vem apresentando números expressivos com o Suporte Aéreo Avançado de Vida (SAAV). Com 4 bases, 6 aeronaves dedicadas e uma de prontidão, desde sua criação em 2012, atenderam 11.140 pacientes. Em 2023 foram 1.285 pessoas resgatadas, voaram 2.350 horas e transportaram mais de 20 órgãos em apoio ao MG Transplantes.

Em 2024, foram 885 atendimentos e quase 2 mil horas de voo. Além disso, há previsão de mais duas novas bases aeromédicas, uma em Governador Valadares e outra em Juiz de Fora (MG).

Para se ter uma ideia da magnitude dos números do Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais, o Comando de Aviação da Polícia Militar de São Paulo, pioneiro no aeromédico e também com números expressivos, realizou em 40 anos, cerca 3 mil salvamentos, 13 mil resgates aeromédicos e 900 transportes de órgãos humanos.

Em 2023 realizaram 477 resgate aeromédicos em 253 horas de voo. Com a maior frota da Aviação Pública do Brasil, 11 bases distribuídas no estado, 27 helicópteros e 3 aviões, mantém 4 helicópteros dedicados ao aeromédico no estado e não recebem o incentivo financeiro de custeio do SUS.

Modelos de gestão

Nesses estados há modelos diferentes de gestão. No Paraná, a Secretaria de Estado da Saúde possui convênio com o Batalhão de Polícia Militar de Operações Aéreas (BPMOA) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) e contrata uma empresa de Táxi Aéreo que fornece todo suporte logístico para a operação aeromédica do SAMU.

Em São Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais, a operação é realizada pela Polícia Militar e pelos Corpos de Bombeiros Militares, respectivamente, com suporte financeiro das Secretarias de Saúde e de suas organizações.

Outros estados também vem investindo e acreditando no serviço aeromédico, beneficiado pacientes do SUS. O Programa Coração Paraibano, o Transporte Neonatal do SOAER/RJ Salva Mais de Alagoas são serviços que apresentam resultados positivos aos pacientes do SUS.

Segundo dados do Ministério da Saúde, atualmente 20 aeromédicos recebem o incentivo financeiro de custeio do SUS – SAIPS, totalizando um custeio mensal de R$ 1.171.952,99 e anual de R$ 14.063.435,88. Os serviços aeromédicos da Aviação Pública que recebem o custeio do SUS são SC, DF, PR, CE, AL, MG, RN, PE, AC, PI e ES.

Sobre os números de atendimentos aeromédicos realizados pelas empresas de Táxi Aéreo ainda é um desafio, pois os dados não são públicos. Sobre esse levantamento, a ABOA vem se empenhando para aglutinar esses números e ter um melhor diagnóstico do setor.

Para especialistas do setor, ainda há muito a ser feito em prol dos pacientes do SUS, especialmente em investimentos públicos, na atualização de regulamentos da saúde e da aviação, infraestrutura hospitalar, incremento de parceiras público-privadas (PPP) e participação mais ativa dos consórcios regionais e das secretarias municipais de saúde.

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