Ascom SES AL
Alagoas – Um ato de amor ao próximo. Essa é a frase mais usada para definir a doação de órgãos, por parte de uma família que, mesmo em um momento de sofrimento, toma uma atitude que salva e assegura melhor qualidade de vida e esperança para outras pessoas. E quando essa decisão é tomada, entra em ação a equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), que é acionado pela Central de Transplantes de Alagoas para cuidar de todo o processo de captação de órgãos, que deve ocorrer de forma ágil.
“Quando a família autoriza a doação, todo o processo de captação dos órgãos deve ser feito de maneira ágil. Então, temos como parceiro o Samu, que é acionado para esses casos, fazendo o transporte do doador em morte encefálica que está no HGE [Hospital Geral do Estado], até a unidade credenciada pelo Ministério da Saúde (MS) para a cirurgia de captação”, explicou a coordenadora da Central de Transplantes em Alagoas, Daniela Ramos.
Para a realização desse procedimento, o Samu Alagoas libera uma Unidade de Suporte Avançado (USA), com uma equipe formada por médico, enfermeiro e condutor socorrista. Para Marcos Ramalho, médico e supervisor do Samu Alagoas, a presença da instituição no processo de doação é indispensável para que a captação dos órgãos seja feita.“A equipe do Samu garante as condições clínicas, estáveis e ideais do doador até a unidade hospitalar credenciada para a captação dos órgãos.”, explicou Marcos Ramalho.
A exemplo do que ocorre frequentemente, no sábado (4) o SAMU voltou a atuar, depois que uma família alagoana autorizou a doação de órgãos de um jovem que morreu vítima de um acidente automobilístico. Além do fígado, foram captados os dois rins e o coração, depois do diagnóstico da morte encefálica.
Segundo a coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas, Daniela Ramos, além do transporte para a captação, o SAMU também fez o deslocamento do fígado doado até a cidade de Recife (PE), onde o receptor estava internado a espera do órgão. “Pelo curto tempo de isquemia do fígado, caracterizado pelo período que o órgão pode suportar fora do corpo humano, solicitamos que o SAMU Aeromédico transportasse o órgão até a capital pernambucana, o que ocorreu em menos de uma hora”, destacou.
Essa foi a sétima família neste ano que autorizou a doação de órgãos de um parente, depois do diagnóstico de morte encefálica. “Até o momento, esse foi o quarto transplante de coração e de rim feito em Alagoas e a sexta captação de fígado no Estado”, explicou Daniela Ramos.
Autorização
A coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas ressaltou, ainda, que “para se tornar um possível doador, é necessário que a cada pessoa converse com os familiares, pois a única forma de acontecer a doação é com a autorização da família, após a comprovação da morte encefálica”, disse.
Com a doação realizada no sábado (4), ainda existem 230 pessoas na fila de espera por um transplante rim em Alagoas. Um paciente aguarda um coração e 2016 esperam por um transplante de córnea. De janeiro a abril deste ano já foram realizados em Alagoas 12 transplantes de córneas, quatro de coração e quatro de rim.