A Base de Radiopatrulha Aérea de Praia Grande foi solitada mais uma vez para efetuar buscas de pessoas perdidas na Serra do Mar neste domingo (10/4). O pedido veio através do 6º GB do Corpo de Bombeiros, a fim de apoiá-los nas buscas de 30 pessoas que haviam adentrado na mata, região de Engenheiro Marsilac, no sábado (09/04) com previsão de saída às 15h, porém não chegaram ao local de destino (Fazenda Rio Branco) e havia a possibilidade de terem alternado para a Fazenda Mambú, na cidade de Itanhaém.
Segundo o Jornal A Tribuna o grupo que se aventurou na mata tinha a intenção de passear pela floresta e ao final comemorar com um churrasco, entretanto, essa ideia não prosperou e a Polícia Militar teve que ser mobilizada mais uma vez para localizar e resgatar esses aventureiros. Para o passeio, o grupo havia confeccionado camisetas com a inscrição 5ª Caminhada Parelheiros – Itanhaém e possuía até patrocinadores.
Chegando ao local, a equipe do Águia 05 efetuou sobrevoo na região das cachoeiras e trilhas da Fazenda Mambú, porém as vítimas não foram localizadas. Após reabastecimento da aeronave as buscas foram retomadas na região da Fazenda Rio Branco, onde foram localizadas as 30 pessoas perdidas na mata. Elas estavam divididas em 2 grupos e encontravam-se em locais diferentes e distantes.
O núcleo da aldeia indígena que fica na divisa entre São Paulo e Itanhaém foi definido como posto de comando da operação, para equipagem de cesto e material de salvamento em altura. Para o voo de salvamento das vítimas foram definidos três pontos de operação: dois locais em área restrita no leito do rio Capivari para embarque no cesto e embarque a baixa altura e o próprio local onde parte do grupo foi localizado.
Foi desembarcado no local um tripulante operacional para apoiar no solo a operação do cesto. Primeiramente foram resgatadas 8 vítimas. Na sequência foram retiradas mais 6 vítimas através do cesto e embarque a baixa altura em área restrita.
Após novo reabastecimento foram retiradas mais 10 vítimas através do cesto e embarque a baixa altura em área restrita, totalizado, ao final do dia, 24 vítimas retiradas. Todas elas encontravam-se estáveis, sem lesões, sendo atendidas inicialmente pela equipe da UT 04 do Corpo de Bombeiros.
Devido a proximidade do horário ao por-do-sol a operação foi encerrada para reinício no dia seguinte, assim as 6 vítimas restantes tiveram que pernoitar na mata com o apoio do Corpo de Bombeiros. A primeira fase da operação iniciou às 08:20h e encerrou às 17:43h, totalizado 7:55h de voo.
A equipe de serviço do Águia 05 no dia 10/04 era composta pelo Cap PM Gallo Rodrigues, 3º Sgt PM Leonardo, Sd PM Guelfi, Sd PM Menezes, Sd PM Vagner e Sd PM Inácio.
No dia seguinte (11/4) as 6 vítimas restantes foram salvas, retiradas através do cesto, de um barranco coberto de árvores, na escarpa da serra e conduzidas até uma clareira no meio do Rio Capivari, cerca de 400 metros rio abaixo.
Tendo em vista a altura da copa das árvores a equipe do Águia “alongou” o estropo do cesto, a fim de que ele atingisse 20 metros de altura, tornando mais ágil toda a operação. Esse alongador era composto pela própria corda de salvamento, dupla e ancorada pelo mosquetão de aço ao estropo do cesto.
Segundo informaram não foi possível realizar o Rapel com o Mc Guire, pois a operação iria se alongar mais do que o necessário, tendo em vista que poderia ser conduzida apenas uma vítima por vez.
Depois que todas as vítimas foram deixadas na clareira no meio do Rio Caivari, elas foram embarcadas a baixa altura e levadas em segurança até a Aldeia Indígena, onde o Corpo de Bombeiros e os familiares estavam aguardando. Ninguém se feriu, apenas arranhões e picadas de mosquitos.
Apenas às 12:00h do dia 11/04 a operação foi encerrada, sendo voado nesse dia mais 3:00h de voo, totalizado ao final dessa operação (10 e 11/4) 10:55 horas de voo.
A equipe de serviço do Águia 05 no dia 11/04 era composta pelo Cap Adriani, Sgt Walter – Homem SAR, Sgt André – Lançador, Cb Paulo Sérgio e Sd Renato – Apoio de solo.
Segundo o Jornal A Tribuna o gestor do Núcleo Curucutu do Parque Estadual da Serra do Mar, Thales Schmidt Calaça, além de não ter autorização para fazer a trilha, o grupo ainda pegou um caminho que não pode ser utilizado.
“Não foi estudada a melhor trilha para se fazer, que é a Trilha da Conceição, ou do Telégrafo, que estamos reativando”, explicou Calaça. “Essa que eles fizeram é proibida desde o começo porque passa pela linha férrea – e existe uma lei federal que proíbe passar pela linha férrea”.
Outra irregularidade apontada pelo gestor diz respeito ao número de pessoas que faziam parte do grupo. No máximo, seriam permitidas oito. “É uma imprudência”. Segundo Calaça, os dados da ocorrência serão encaminhados ao Ministério Público do Estado de São Paulo.
Confira os vídeos da TV Tribuna:
1) Termina resgate de pessoas que ficaram perdidas na Serra do Mar;
2) Grupo de 30 pessoas que se perdeu na Serra do Mar é resgatado nesta segunda.