Liberar os céus das cidades dos Estados Unidos para as aeronaves teleguiadas?
Apesar da FAA ter recebido ordens do congresso para integrar as aeronaves teleguiadas ao Espaço Aéreo dos EUA até 2015, será que as aeronaves teleguiadas sem piloto serão permitidas a operar nas cidades americanas algum dia?
A FAA sempre esforçou-se bastante para proteger o público das aeronaves voando sobre suas cabeças. É por isso que os helicópteros, geralmente, nã podem operar abaixo de 500’ acima do nível do solo enquanto estiverem sobre áreas superpovoadas e as aeronaves de asa fixa, não podem operar abaixo de 1000’ acima do nível do solo sobre as áreas povoadas.
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Ambas as altitudes estão baseadas na altitude mínima exigida para conduzir-se um pouso seguro no caso de falha do motor em qualquer uma das aeronaves, segundo a FAA. As regras da FAA também proíbem o piloto de operar um helicóptero ou uma aeronave de asa fixa dentro de 500’ ou 1000’ respectivamente, vertical ou horizontalmente, de qualquer pessoa, exceto quando estiver decolando ou pousando. A FAA leva muito a sério a segurança pública.
A fim de ter uma ideia de como as regras da FAA são e o que as fabricantes de aeronaves teleguiadas terão que fazer para cumprí-las, fiz uma pesquisa na internet e encontrei este artigo no site popularmechanis.com.
O Popular Mechanics fez um ótimo trabalho e foi direito à fonte das melhores respostas. John Walker é um ex-diretor da FAA e agora é o co-presidente de um conselho consultivo federal que está desenvolvendo as normas para as tecnologias dos sistemas aéreos não tripulados (UAS).
Como um ponto de partida, as regras atuais da FAA permitem aos UAS ou VANTs a voar desde que eles se mantenham dentro do campo de visão dos seus operadores, abaixo de 400 pés e evitem áreas povoadas e aeroportos. Estas são regras para as pequenas aeronaves teleguiadas que estão sendo fortemente promovidas para a polícia e as agências de aviação policial pela indústria dos VANTs. As agências do governo e de aviação policial têm também que registrar os seus VANTs e cumprir algumas outras exigências, mas são essas as regras geralmente.
Agora, desenvolver normas de segurança para aeronaves teleguiadas grandes que voam a uma altitude de 5, 10, 20,000 pés é muito mais complicado do que regular a operação de uma aeronave RC, que voa ao nível do topo das árvores ou um pouco mais alto, dentro do campo de visão do operador.
O artigo do site Popular Mechanics diz:
“As companhias aeroespaciais e o Pentágono estão desenvolvendo sistemas que integram radares, câmeras ou outros sensores com software que detectarão as aeronaves e modificarão a rota para esquivarem-se delas. Alguns sistemas baseiam-se nas estações em solo, enquanto as versões mais avançadas são incorporadas às aeronaves teleguiadas.
Porém, esta solução traz alguns inconvenientes.“Ao colocar esse tipo de tecnologia em uma aeronave não tripulada, você começa a acrescentar muito peso e a necessitar de uma potência maior”, diz Viva Austin, funcionária civil responsável pelo projeto do Exército que visa detectar e evitar aeronaves do solo.
John Walker, um ex-diretor da FAA e atual co-presidente de um conselho consultivo federal que está desenvolvendo as normas para a tecnologia do UAS, diz que as demandas técnicas provavelmente diminuírão o ritmo de adoção das aeronaves teleguiadas. Por exemplo, o conselho consultivo pode recomendar à FAA que exija os sistemas de detecção e evitação que desviarão as aeronaves teleguiadas de rotas com possíveis colisões, executando não apenas as simples instruções de “subir ou descer” que os sistemas atuais dão aos pilotos.
Isto exige um computador de controle de voo bastante potente que dê conta dos algoritmos complexos. “O que estamos falando para garantia de separação é suba, desça, vire à esquerda, vire à direita”, diz Walker. “Será necessário uma tremenda quantidade de modelagem e simulação.”
O resultado? Walker acredita que as fabricantes e os operadores terão que investir muito dinheiro e anos de trabalho para satisfazer as exigências pendentes da FAA.”
As declarações de John Walker no artigo mencionado acima parecem estar de acordo com a maneira como a FAA sempre tem tratado a segurança pública. Fica claro que o Sr. Walker não acredita que as tecnologias, que nem foram desenvolvidas ainda, satisfarão as regras da FAA que estão por vir.
Resumindo esta parte da discussão: é provável que, em algum momento no futuro, as aeronaves não tripuladas operem com alguma capacidade em cidades povoadas, mas acredito que demorará muitos anos para as agências locais de aviação policial verem a aeronave não tripulada como uma alternativa necessária ou eficaz e de custo vantajoso em comparação com os helicópteros da polícia tripulados, como conhecemos hoje. Em poucas palavras, se eu fosse uma pessoa jovem que tivesse interesse em construir uma carreira na aviação policial, não ficaria preocupado com a ideia das aeronaves teleguiadas substituirem os helicópteros da polícia um dia no futuro próximo.
As aeronaves teleguiadas já estão operando sobre áreas despovoadas nos EUA.
A título de prevenção, caso você ache que eu não percebi, sim, existem várias aeronaves teleguiadas de tamanho maior já operando nos EUA sobre áreas despovoadas. Inclusive, algumas já caíram.
Alfândega e Proteção de Fronteiras
Em outubro de 2005, o Departamento de Segurança Nacional organizou um único Predator B com o objetivo de proteger as fronteiras.
Mas, a função da aeronave teleguiada de proteger as fronteiras foi por água abaixo quando ela caiu no dia 25 de abril de 2006, quando o piloto em solo experenciou o bloqueio das telas do consolo do controle principal e trocou por um consolo de apoio. O motor da aeronave desligou-se inadvertidamente, a aeronave moveu-se para baixo e caiu perto de Nogales, no Arizona.
Hoje em dia, a Unidade de Alfândega e Proteção de Fronteiras Aérea e Marítima opera pelo menos sete aeronaves teleguiadas MQ-9 B Predator B (Reaper) tanto nas fronteiras do norte quanto nas do sul.
Segundo informações fornecidas pela Alfândega & Proteção de Fronteiras, atualmente são operadas as seguintes aeronaves teleguiadas:
A Agência Aérea e Marítima (OAM) opera três Predators B do Aeródromo do Exército de Libby em Sierra Vista, Arizona; e dois da Base da Força Aérea de Grand Forks, na Dakota do Norte.
A OAM também opera um UAS de variante marítima, chamado Guardian. Duas aeronaves Guardian da OAM voam da Estação da Força Aérea de Cabo Canaveral, na Flórida; e da Estação Aérea Naval de Corpus Christi, no Texas.
A OAM espera usar o Predator B em todas as regiões de fronteira com o comando e controle de uma rede de estações de controle de solo por todo o país.
Não há dúvida que a invasão das aeronaves teleguiadas aproxima-se. Mas, esperemos que a evolução dos céus seja razoável e segura.
Tenha um bom voo!
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Fonte: Police Helicopter Pilot/ Reportagem: Darryl Kimball