Minas Gerais – A Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, por meio da Academia de Polícia Civil/ACADEPOL, promoveu nos meses de setembro e outubro de 2017, o primeiro Curso de Tripulantes Operacionais de Voo, trazendo um marco para a história da Coordenação Aerotática da PCMG – antigo Núcleo de Operações Aéreas/NOA. Dentre os formandos está a investigadora da Polícia Civil, Fernanda de Oliveira Costa.
O Delegado-Geral da Polícia Civil, João Octacílio Silva Neto, o Chefe-Adjunto, Delegado Raimundo Nonato Gonçalves, a Diretora da Academia de Polícia Civil, Delegada Ana Cláudia Oliveira Perry e o Coordenador da CAT, Delegado Felipe Moraes Forjaz de Lacerda, entregaram, nesta segunda-feira (06), os certificados e os brevets aos formados da 1ª turma do curso de Tripulantes Operacionais de Voo.
Sobre o curso
Após processo de seleção interno, cinco alunos foram aprovados, recebendo conhecimentos atualizados das áreas de aviação policial, resgate e defesa civil, através de instruções teóricas e práticas. Como pré-requisitos para a inscrição no curso, foram exigidos Certificado Médico Aeronáutico válido e a habilitação em curso de Atendimento Pré-Hospitalar, emitida por instituição oficial.
A qualificação técnica do Tripulante Operacional exigiu elaboração de grade curricular específica, de forma a abranger atividades como a de atirador em voo policial, socorrista em resgates, rapelista ou fiel em desembarque com cordas, escolta de presos, técnico de pátio em taxiamentos das aeronaves ou em apoio em solo durante os transportes de autoridades, de brigadistas ou de órgãos para transplantes.
Além disso, os policiais receberam instruções sobre configuração das aeronaves, gerenciamento de cabine (CRM), segurança de voo e fraseologia nos padrões aeronáuticos, dentre outros procedimentos afetos à teoria de voo, navegação, meteorologia, regulamentos e noções de mecânica em aeronaves de asa fixa e rotativa.
A atuação do Tripulante Operacional em solo pode ocorrer e por isso treinaram novas técnicas de abordagem de suspeitos e veículos, além da prática de invasão a ambientes confinados, progressões em áreas de risco, manejo e emprego de fuzil no calibre 7,62mm, carabina 5,56mm, espingarda tactical no calibre 12 e pistola .40.
O curso foi ministrado pelo corpo docente da ACADEPOL e por policiais voluntários da própria Coordenação Aerotática, com pilotos e mecânicos certificados pela Agência Nacional de Aviação Civil. Foi utilizada extensa literatura aeronáutica e, sobretudo, o Manual Técnico-Profissional dos Tripulantes Operacionais da PCMG.
Para o Coordenador da CAT, Delegado Felipe Moraes Forjaz de Lacerda, o Curso de Tripulantes Operacionais trouxe impactos positivos na qualidade dos trabalhos prestados às demais unidades operacionais que recorrem ao apoio aéreo.
“O resultado do primeiro curso refletiu, inclusive, na boa imagem da PCMG perante outras instituições, pois, sendo uma das pioneiras no Estado a utilizar aeronaves em suas operações, demonstrou que tem plena capacidade de formar seus policiais para o desempenho da atividade tão singular de apoio aéreo em ambiente hostil, com o eventual emprego de armas de fogo, em voo a baixa altura e em áreas habitadas”, complementou.
Um dos instrutores do curso, o piloto Danilo César Vieira Carneiro, contou que o trabalho do Tripulante Operacional é desenvolvido em aeronaves que custam milhões aos cofres públicos, não havendo margem de tolerância para qualquer erro que comprometa a segurança de voo. Durante o seu trabalho, o tripulante está sujeito a situações de riscos que podem resultar em ocorrências de natureza penal e administrativa/disciplinar, além de responder subjetivamente por seus atos e omissões na esfera civil.
Sobre esse aspecto, ponderou: “é fundamental investir na capacitação desses servidores juntamente com o treino dos pilotos, de forma que estejam sempre aptos a executar quaisquer atividades incumbidas às aeronaves, sejam elas de voo policial, resgate ou defesa civil”.
O aluno e Investigador de Polícia Guilherme Elias de Oliveira e Silva falou sobre a importância de ter participado do curso: “a aprovação exigiu bastante preparo físico e controle emocional”, avaliou. Os cinco alunos poderão atuar como multiplicadores dos conhecimentos aprendidos dentro da PCMG.