Fotos tiradas minutos antes da queda do helicóptero da Secretaria de Defesa Social (SDS) contrariam a informação da perícia do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA 2), de que o acidente tenha ocorrido por falta de combustível no tanque da aeronave. O helicóptero, de modelo Schweize 269 C-1, prefixo PR-SCO, caiu em um terreno no Tabuleiro do Martins na última segunda-feira (19) e dois militares ficaram feridos.
De acordo com o Major do Corpo de Bombeiros, Ricardo Cruz, o painel indicou que havia sete galões de combustível, o que equivale a aproximadamente 40 minutos de voo. “Como eles estavam a apenas três minutos do aeroporto, dava para decolar com segurança”, explicou o oficial.
Cruz também explicou que o piloto tenente-coronel, Antônio Sotto do Cabo Júnior, foi quem tirou a foto, quatro minutos antes do acidente, para mostrar a velocidade do vento, que chegou a 30 km/h. “Ele queria fazer esse registro e não poderia imaginar o quanto ela seria necessária para a perícia”, enfatizou o militar.
Falha mecânica
Para o piloto no comando da aeronave, Antônio Júnior, a explicação mais provável para o acidente é falha mecânica. “Tudo indica que houve falha mecânica no indicador de combustível”, resumiu ele, que ainda se recupera num dos quartos de um hospital particular de Maceió. Ele está em observação e aguarda avaliação médica para saber se precisará passar por uma cirurgia na área da 2ª vértebra torácica, que foi atingida pelos ferimentos.
Ao jornal Gazeta de Alagoas, o Tenente Coronel contou que o helicóptero tinha sobrevoado a cidade de Maceió durante toda a segunda-feira, fazendo o patrulhamento de rotina. “Tudo estava bem até ouvirmos um estouro. De repente, o motor parou no ar. Aí, foi o susto, porque o helicóptero começou a cair”, relembrou o oficial, que, por conta da sua experiência com mais de 1.500 horas de voo, conseguiu fazer um pouso forçado sem atingir nenhuma pessoa que morava no Residencial Recanto dos Pássaros, na Via Expressa.
Idéia de tirar a foto
“O Vento lá em cima estava muito forte e o helicóptero balançava muito. Aí tive a idéia, por sorte, de registrar os velocímetros para apresentar depois aos nossos colegas a diferença que a força do vento pode fazer na nossa velocidade”, disse ele à reportagem.
Apesar do painel ter registrado uma quantidade razoável de combustivel no tanque da aeronave, a perícia já trabalha com a hipótese de vazamento da gasolina de aviação (Denominações: GAV 100, GAV 130, GAV 100 / 130, Gasolina de Aviação 100/130, Avgas, Aviation gasoline).
A perícia da Secretaria de Defesa Social também investiga as causas do acidente.
Nota do site Piloto Policial:
Essa pane de indicação de liquidômetro é algo que pode ocorrer e pode ser mais comum do que possa parecer. A informação dada pelo liquidômetro pode variar e apresentar problemas, como, por exemplo, ocorreu com o EMB-201A “IPANEMA”, conforme Diretriz de Aeronavegabilidade Nº 86-04-01R1 – EMBRAER – Emenda 1301/01-454 e EMB-202, EMB-202A, EMB-201 e EMB-201A, conforme Diretriz de Aeronavegabilidade de Emergência. (clique e leia as DA), disponíveis no site da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).
Fonte: Gazetaweb