Morreu na tarde desta sexta-feira (27) o agente da Polícia Rodoviária Federal que se afogou na Praia de Intermares, em Cabedelo, na região metropolitana de João Pessoa. Fernando Luis de Sousa Pires, de 31 anos, estava internado desde de 17 de julho no Hospital de Emergência e Trauma da capital. Ele é agente do Paraná e participava de um treinamento da PRF na Paraíba. O estado de saúde era considerado grave e na noite da quarta-feira (25) passou para gravíssimo.
Segundo informações da equipe médica, repassadas a irmã do policial, Karla Sousa Pires, o agente teve a morte cerebral confirmada as 15h30 de sexta. Mas a informação só foi divulgada à noite. “O edema estava muito grande e o sangue já não irrigava mais o cérebro”, disse. A família, que é do Paraná, está na Paraíba há cerca de duas semanas e permitiu a doação do fígado, córneas e rins do policial.
Uma sindicância foi instaurada para apurar as causas do acidente com o agente. A assessoria de imprensa da Polícia Rodoviária Federal disse que uma comissão de Brasília estava desde o dia do acidente na Paraíba para investigar as causas do afogamento.
No entanto, a superintendente da PRF na Paraíba, Luciana Duarte, explicou que o processo de sindicância aberto para apurar o caso evoluiu para um processo administrativo disciplinar, que abre perspectiva de punição para o possível responsável pela morte do agente, que estava na polícia há 7 anos. Segundo Luciana, a pena varia entre uma advertência e até mesmo a demissão do funcionário.
“A gente não está nem pensando nas causas do acidente. Estamos mais focados na saúde de Fernando. O processo de sindicância é que vai apurar”, explicou Carla Pires, que é irmã do agente e está em João Pessoa acompanhando o Fernando. Estava prevista uma transferência do agente para Curitiba na quarta-feira (25), mas após as mudanças no estado de saúde a transferência foi cancelada.
Afogamento
O afogamento ocorreu no dia 17 de julho, de acordo com a assessoria da PRF, durante as instruções de resgate aquático que um dos módulos do treinamento do Curso de Operador de Equipamentos Especiais, ministrado pelo Departamento de Polícia Rodoviária Federal.
Segundo a PRF, os alunos estavam realizando atividades no mar, juntamente com uma equipe de sete instrutores e um bote de apoio do Corpo de Bombeiros Militar do Estado da Paraíba. Ao perceberem que o policial estava passando mal, os instrutores rapidamente retiraram o policial do mar e iniciaram os primeiros atendimentos, que contou com o apoio de uma equipe médica do Serviço Médico de Atendimento e Urgência (Samu). O policial foi removido de helicóptero para o Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa, onde foi internado após parada cardíaca.
Nota Oficial – DPRF
É com pesar que a Polícia Rodoviária Federal informa a confirmação do protocolo de morte encefálica do policial Fernando Luís de Sousa Pires na noite desta sexta-feira (27), no Hospital de Emergência e Trauma Humberto Lucena, em João Pessoa, na Paraíba.
Fernando Pires deu entrada na Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital na manhã do dia 17 de julho, após afogamento durante um treinamento para “Operador de Equipamentos Especiais”, que o habilitaria para trabalhar nos helicópteros da PRF.
Formado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Paraná, Pires, 31 anos, entrou PRF em janeiro de 2005. Estava lotado no Núcleo de Capacitação de Pessoal da superintendência paranaense.
A Diretora-Geral da Polícia Rodoviária Federal manifesta o seu pesar aos familiares e servidores da Superintendência Regional da PRF no Paraná. Da mesma forma, neste momento de consternação, coloca a Polícia Rodoviária Federal à disposição dos familiares para todas as providências que se fizerem necessárias no âmbito deste Departamento.
O Histórico do caso.
Na manhã do dia 17 de julho, durante um treinamento para operador de equipamentos especiais, realizado em João Pessoa, na Paraíba, o policial rodoviário federal Fernando Luís de Sousa Pires, 31 anos, lotado no Paraná, sofreu afogamento em exercício de resgate no mar.
O policial foi socorrido pelos instrutores do curso, com apoio de profissionais do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Removido pelo helicóptero da PRF para o Hospital de Emergência e Trauma Humberto Lucena, ele permaneceu na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
Na mesma data do ocorrido, a Diretora-Geral da Polícia Rodoviária Federal, Inspetora Maria Alice, determinou a rigorosa apuração dos fatos e enviou representação da Coordenação de Ensino e da Corregedoria para João Pessoa. No mesmo dia, as oitivas foram realizadas. Em um primeiro momento, o curso foi interrompido e retomado sem práticas operacionais complexas, até a avaliação das circunstâncias que envolveram os fatos. A Polícia Federal também foi comunicada da ocorrência.
Além disso, na tarde do dia 24 (terça-feira), o Coordenador-Geral de Recursos Humanos, Inspetor Adriano Furtado, chegou a João Pessoa para, juntamente com o instrutor de Relações Humanas e superintendente da PRF no Rio Grande do Norte, Rosemberg Alves, a Coordenadora de Ensino, Geovana Ferreira, e com uma servidora formada em Serviço Social, apoiar os familiares de Fernando Pires, que se deslocaram para a Paraíba e auxiliar a regional no que fosse necessário.
Eles também se reuniram com coordenadores, instrutores e alunos do curso para verificar a viabilidade da continuidade das instruções. Nesse encontro, com base nas informações colhidas e na avaliação da Administração, optou-se por suspender o curso por até 90 dias, para evitar prejuízo à formação dos novos operadores de equipamentos especiais.
A Polícia Rodoviária Federal apoiou os familiares do Policial Fernando Pires e não mediu esforços junto à Força Aérea Brasileira para, a pedido da família, realizar a transferência de Pires para a cidade de Curitiba, o que não foi concretizado devido à não liberação médica para o transporte.
Quando o protocolo de morte cerebral foi confirmado, a família decidiu pela doação dos órgãos de Fernando. Para o traslado do corpo e deslocamento da família até Curitiba, cidade natal do policial, a Direção-Geral da PRF solicitou um jato à Polícia Federal, pedido que foi prontamente atendido.
Até o momento não foram definidos horários ou locais dos ritos fúnebres.
Fonte: G1 (via Aviação PRF) e Assessoria de Comunicação Social – DPRF – Brasília/DF