Minas Gerais – O uso dos drones vem auxiliando os bombeiros nas operações de busca e recuperação de corpos em Brumadinho, por ocasião do rompimento de uma barragem de rejeitos, no dia 25 de janeiro.
Os helicópteros foram muito importantes no resgate e no transporte de bombeiros, pois era praticamente impossível caminhar sobre a lama e retirar vítimas e corpos sem o auxílio das aeronaves. A operação chegou a ter 31 helicópteros, agora te apenas um. Com o espaço aéreo livre, os drones começaram a operar e trazer excelentes resultados mesmo depois de quase dois meses de operação.
O Batalhão de Operações Aéreas (BOA) trabalha em Brumadinho operando seis drones profissionais (Mavic 2 Enterprise Dual), que tem acessórios que aumentam a interação do drone com o ambiente, como: lanterna de led, alto-falante, luz de identificação que ajuda a evitar a colisão com helicópteros (beacon) e câmera termal que consegue diferenciar a temperatura dos materiais e já ajudou a encontrar um container enterrado onde foi localizada uma das vítimas da tragédia.
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Os pilotos de drone são originalmente pilotos de helicóptero e avião do BOA, tripulantes operacionais e mecânicos de voo que utilizam seus conhecimentos da aviação embarcada para a aviação remotamente pilotada. Os drones são conhecidos na aviação pela sigla RPAs (remotely piloted aircrafts – aeronaves remotamente pilotadas).
O uso de drones profissionais tem ajudado de diversas maneiras nas operações em Brumadinho. Os pilotos realizam buscas em uma determinada aérea e depois comparam as imagens com as da câmera termal e, dessa forma, conseguem identificar áreas com calor pela variação de cores apresentada na tela. Com esse recurso, na lama é possível identificar possíveis corpos ou diferenciar galhos, borrachas e materiais metálicos.
Durante a semana do Carnaval, em um voo noturno com o drone, foi possível identificar, pela variação de temperatura na lama, uma área que apresentava calor. O ponto foi marcado e os bombeiros realizaram uma escavação, encontrando no local um container metálico e, dentro dele, o corpo de uma vítima.
As imagens geradas pelos drones são transmitidas ao vivo para o Posto de Operacional dos bombeiros em Brumadinho, onde são analisadas e servem de material de apoio para novas buscas e para o planejamento de novas ações.
Além das buscas por corpos, os drones auxiliam na visualização de toda a área afetada, poupando o deslocamento da tropa para locais que podem, por exemplo apresentar perigo ou dificuldade de locomoção. Também auxiliam na escolha e acompanhamento de áreas de drenagem de água que permitirão, posteriormente, o acesso de bombeiros no local.
O Ten Cel BM Alexandre Gomes Rodrigues, comandante do Batalhão de Operações Aéreas, destaca que o emprego de drones no cenário operacional propicia mais segurança para tropa em determinadas ocorrências, além de aumentar a efetividade das ações de busca e salvamento.