Minas Gerais – O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), no final de agosto, avançou numa das áreas mais promissoras da tecnologia: formou 18 pilotos de aeronaves remotamente pilotadas (RPA). O cenário futuro chegou e em breve os primeiros pilotos de RPA bombeiros militares mineiros utilizarão as Vespas (Veículo Especial de Supervisão e Proteção Aérea) para aumentar a segurança operacional no trabalho dos militares, além de servir como plataforma de observação e excelente ferramenta junto ao Sistema do Comando de Operações.
Popularmente conhecidas como “drones”, as aeronaves remotamente pilotadas (ou RPAs – Remotely Piloted Aircrafts) são compreendidas pela Agência de Aviação Civil (ANAC) como parte integrante de todo um sistema de veículos aéreos que acessam o espaço aéreo, por isso o termo adequado a quem opera essas máquinas é “piloto de RPA”.
Além da habilidade em pilotar o equipamento, o piloto também portará grandes responsabilidades, pois deverá seguir a risca o protocolo de segurança, seja da própria RPA, seja principalmente das pessoas que estão abaixo ao voo do drone, ou até mesmo outras aeronaves tripuladas que utilizam o mesmo espaço aéreo.
Os novos drones do CBMMG possuem duas câmeras: uma visual e outra termal, o que demandou muitas aulas teóricas: Legislação, Teoria de Voo, Navegação, Meteorologia, Sistemas Digitais e Interface, Atuação em Desastre e muitas outras. A principal matéria foi sobre Segurança de Voo, com dois tempos e várias discussões em sala de aula.
Já na parte prática, desde o primeiro dia de curso o aluno executa voos, iniciando por manobras básicas e comando simples, com gradual elevação da cobrança de novos exercícios e desenvolvimento de novas habilidades para então executar manobras complexas de forma segura para a missão.
Foram 40 horas/aula de muita integração, estudos e dedicação para aprender como aplicar as RPAs nas mais diversas missões bombeiro militar: combate a incêndio urbano, combate a incêndio florestal, busca de pessoas perdidas em matas, salvamentos diversos, emergências com Produtos Químicos, Biológicos, Radiológicos e Nucleares (QBRN), atuações em desastre e muitos outros.
Um drone não substitui um helicóptero, mas pode ser um complemento eficiente. Por isso, os militares do Batalhão de Operações Aéreas (BOA) ficaram incumbidos de transmitir seus conhecimentos aeronáuticos para os bombeiros militares das Unidades Operacionais de Área. Nesse primeiro curso foram 12 vagas para militares do BEMAD – Batalhão de Emergências e Desastres, 4 vagas para o 10º BBM (Divinópolis) e 2 vagas para o 8º BBM (Uberaba). Acontecerão nesse ano mais 4 cursos.