Ciopaer realiza aula inaugural do 5º TOM-M
Mato Grosso – Uma polícia moderna precisa de todas as ferramentas para conseguir atuar, desde os meios de tecnologia, informação, comunicação, até o apoio aéreo. Com quatro aviões e 23 helicópteros atuando nas missões de resgate e de operações policiais, São Paulo é o estado brasileiro com a maior frota de aeronaves na Segurança Pública do Brasil.
A experiência da aviação policial paulista, que neste ano completará 32 anos de atuação, foi tema da primeira aula do 5º Curso de Tripulante Operacional Multimissão (5º TOM-M) do Centro Integrado de Operações Aéreas da Secretaria de Segurança Pública, que começou nesta segunda-feira (02.05), em Cuiabá.
Palestrante convidado, o comandante geral da Polícia Militar de São Paulo, coronel Ricardo Gambaroni falou sobre a importância das aeronaves no salvamento de vidas e no combate à criminalidade no Estado.“O objetivo principal do policiamento aéreo é apoiar as ações do policial em terra”, disse o comandante.
Para Gambaroni, a capacitação e o treinamento são fundamentais para garantir o sucesso da missão. “Na atividade humana, quanto mais se vive, mais se aprende. Na aviação, quanto mais se aprende, mais se vive, porque envolve meios aéreos, riscos, tecnologias, salvamento de vidas em situações perigosas”, observou.
Tripulante Operacional
Vinte e sete candidatos entre policiais militares, civis e bombeiros de Mato Grosso e dos estados de Alagoas e Mato Grosso do Sul participam do 5º Curso de Tripulante Operacional Multimissão (5º TOM-M).
A capacitação, dividida em módulos de aulas práticas e teóricas, vai até o dia 4 de julho. Bombeiro militar há 10 anos, o soldado Juliano Henrique Rego Dias é um dos três militares de Alagoas que participam do curso.“É uma área que possibilita ao profissional atuar com maior amplitude, por conta da aeronave”, falou.
Segundo o militar, em Alagoas existe um grupamento aéreo, mas não é tão grande e não tem a mesma logística de Mato Grosso.“A gama de conhecimento que o curso disponibilizará é muito grande e vamos levar tudo para Alagoas”, comentou.
Entre os representantes de Mato Grosso está o soldado PM Renner Barreto Menezes, que atua no Batalhão de Trânsito em Cuiabá. O militar afirmou ser um sonho participar do curso.“Quem ganha com essa capacitação é a sociedade, que poderá contar com o serviço policial aéreo qualificado”, destacou.
Ampliação
A capacitação chega em boa hora, uma vez que uma das metas da Secretaria de Segurança Pública é descentralizar as atividades do Ciopaer para o interior do Estado. Sorriso será o primeiro município contemplado com uma unidade descentralizada.
A conclusão do curso possibilitará reforço no efetivo do Ciopaer, que atualmente conta com 70 profissionais, entre policiais militares e civis e bombeiros.
“Há seis anos o Centro Integrado não realizava novas formações de tripulantes. A ampliação do efetivo vai permitir fixar o patrulhamento noturno diário e descentralizar a unidade, através de bases fixas implantadas em outros locais do Estado”, explicou o comandante do Ciopaer, tenente-coronel PM Henrique Correia da Silva Santos.
O secretário da Casa Civil, Paulo Taques, disse que o Governo do Estado tem os olhos voltados para a Segurança Pública, pela importância que tem no combate à criminalidade e na função de dar segurança ao cidadão.
“Transformar o Estado passa pela implementação de equipamentos e aprimoramento do profissional de segurança”, destacou Paulo Taques.
O secretário de Segurança Pública, Rogers Elizandro Jarbas, lembrou que o Ciopaer tem contribuído para que as instituições de segurança prestem um melhor serviço à população.“O curso reforça a importância que a Secretaria de Segurança Pública dá à atuação especializada e qualificada das forças nas ações no Estado de Mato Grosso”, finalizou o gestor na aula inaugural.
Visita ao Centro Integrado de Comando e Controle (CICC)
Em Cuiabá, após participar da aula inaugural do 5º TOM-M, Garamboni fez nesta terça-feira uma visita de cortesia ao secretário de Segurança Pública de Mato Grosso, Rogers Elizandro Jarbas. Além de conhecer estruturas vitais da secretaria, como as instalações do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), o militar acompanhou uma reunião de avaliação e planejamento com todas as forças de Segurança Pública.
Novas estratégias de enfrentamento da criminalidade, como a operação Bairro Seguro, foram apresentadas ao militar, que elogiou a política de ações integradas com amparo em dados da inteligência.
“Segurança Pública é sempre enfrentar desafios. E muitas soluções não dependem de recursos, mas de mudança de modelos. Nenhum estado, seja São Paulo ou Mato Grosso, tem efetivo suficiente para colocar um policial em cada esquina para que não ocorra o crime”, disse.
“Há diferenças geográficas, mas o caminho é o mesmo. O desafio de todas as instituições, em qualquer lugar do país, é analisar o tecido social, ver onde podem ser potencializadas as ações das polícias, investir em integração e naquelas tecnologias que trazem retorno ao cidadão”, disse.
Serviço ao cidadão
Com mais de 30 anos de experiência na Polícia Militar, Gambaroni, de 51 anos, defendeu uma polícia que atue não apenas nos papéis de prevenção e repressão aos crimes, mas também como prestadora de serviços e de apoio aos cidadãos.
“O papel da polícia não é só combater o crime. Sempre que o cidadão tem necessidade, a presença mais visível do Estado é a PM, que chega muita vezes para um apoio de emergência. A função do policial, e a gente incentiva muito isso, é a de proteger o cidadão.E isso é um manto que envolve várias áreas”, disse.
Como exemplo dessas frentes de atuação, o coronel citou o elevado número de partos realizados dentro de viaturas da PM paulista em 2015. “Em São Paulo, a despeito dos meios de Saúde, no ano passado foram feitos 56 partos dentro de viaturas da PM. Um por semana, praticamente. Ou seja, em muitos casos, quem está mais perto do cidadão é a PM”.
Sobre a queda nos índices de violência em São Paulo, que hoje tem o melhor retrospecto do Brasil, Gambaroni disse que o cenário é resultado de 25 anos de ações integradas.
“Tínhamos o quarto pior índice de homicídios do Brasil. Investimos em tecnologia, prevenção e de inteligência policial, de mudança de modelos. São pequenas ações que vão trazendo grandes resultados”.
O secretário considera que o atual cenário de crises política e econômica, embora exija atenção redobrada por parte das forças de segurança, é também uma oportunidade para desenvolver estratégias alternativas de ação.
“Temos sempre que evoluir. Se todas as organizações estiverem sempre pensando 10, 20 anos à frente, a melhoria é contínua. Esse é um trabalho que nunca termina”, disse.
Fotos: Lenine Martins e Gabriel Aguiar, Sesp-MT.