Aeromédico do Brasil – O portal Resgate Aeromédico iniciou uma série de entrevistas com os protagonistas do aeromédico brasileiro para conhecer melhor o funcionamento dos operadores aeromédicos públicos e privados.
No Brasil, segundo a ANAC, o serviço aeromédico privado é explorado por 44 empresas de táxi-aéreo (RBAC 135). A ALLJET Táxi Aéreo é uma delas. Nesse setor há também operadores públicos e que seguem regulamentação específica (RBAC 90).
Com uma média de 30 transportes aeromédicos mensais, a ALLJET vem se consolidando no mercado de remoções de pacientes críticos. Homologada em novembro de 2019, a empresa conta com aproximadamente 50 profissionais experientes, com mais de 20 anos atuando no setor; capacitados para prestar o serviço, desde o atendimento, planejamento e realização das missões.
O transporte aeromédico em aeronaves privadas possui peculiaridades que vão desde a necessidade e o interesse da família em transferir um paciente para um local, o mais próximo possível de sua convivência; ou até seguradoras pretendendo transferir um paciente credenciado para centros melhor preparados para o tratamento.
Ocorrem ainda situações em que pacientes necessitam de remoção, algumas vezes de locais com pouca ou nenhuma infraestrutura de saúde, sem condições de prestar o suporte necessário e é nessas horas que o transporte aéreo, por sua agilidade, equipamentos e medicamentos específicos, incluindo a qualificação e especialização da equipe multiprofissional, pode representar maior chance de sobrevida para aquele paciente.
Cada caso passa por uma minuciosa triagem, quando a Coordenação Médica, avalia se o paciente tem condições de remoção, mediante contato com o profissional de saúde que esteja prestando suporte ao paciente na origem. A familiarização com o caso é fundamental.
É preciso saber quais medicamentos e procedimentos o paciente foi submetido, juntamente com consulta aos últimos exames disponíveis, quando possível, para garantir que a remoção seja adequada, segura e represente um benefício com possibilidade de melhora na evolução do quadro clínico em que o paciente se encontra.
A logística do voo é baseada em circunstâncias operacionais de aeroportos, características físicas e homologação para pouso/decolagem de determinado tipo de aeronave, horário de funcionamento, distâncias terrestres dos hospitais de origem e destino do paciente, instabilidades meteorológicas, combustível e detalhes técnicos pertinentes à segurança de voo.
A ALLJET conta atualmente com três aeronaves de asa fixa homologadas e aptas para realizar o transporte aéreo de enfermos. Está em fase de aquisição de outras de maior porte para cobertura de trechos mais longos, incluindo voos internacionais.
As aeronaves possuem equipamentos básicos de monitoria e suporte de vida encontrados em uma UTI hospitalar, passando por um mini laboratório (i-stat que realiza exames e fornece resultados imediatos), a PID (cápsula de isolamento) utilizada para pacientes mais graves, com diagnósticos infectocontagiosos e aparelhos de alta performance como ECMO, que é uma espécie de pulmão artificial que promove oxigenação extracorpórea.
Nos voos realizados pela ALLJET, o paciente é acompanhamento por três profissionais de saúde, incluindo um fisioterapeuta, além de médico e enfermeiro. Isso proporciona a possibilidade da utilização de técnicas terapêuticas complementares, quando o diagnóstico está relacionado a alterações no sistema respiratório.
Também foram elaborados POPs (Procedimento Operacional Padrão) para procedimentos pré e pós-voo, que incluem uso e manipulação de EPIs, desinfecção das aeronaves por empresas especializadas, descontaminação de equipamentos e material utilizado, destinação de material contaminante proveniente destes transportes e ainda, cuidado com equipes de bordo e de solo, incluindo tripulantes e pessoal de apoio.
Além disso, foram desenvolvidos protocolos e treinamentos simulados, específicos para o manejo de pacientes com COVID-19. Nesse momento de pandemia, a empresa observou aumento representativo nos fretamentos para este fim. No último trimestre, cerca de 90% dos transportes foram de casos suspeitos ou confirmados de SARS-COV-2 / COVID-19.
Foi preciso adaptar-se para atender essa demanda e isso fez com que a empresa buscasse aprimoramento em seus processos, incluindo nos que já possui mais uma capacidade operacional de transporte seguro de pacientes críticos.