Ceará – “É um dos instrumentos mais importantes que dispomos na Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS)”. O titular da Pasta, Delci Teixeira, não esconde a admiração que nutre pela Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas do Ceará (Ciopaer). E não é para menos. Completando 20 anos de criação, já são mais de 22 mil horas voadas, com 542 resgates apenas nos últimos oito anos.
O ‘Esquadrão Fênix’, como também é conhecido o grupamento aéreo, possui 102 servidores, entre policiais civis, policiais militares e bombeiros militares. Destes, 25 são pilotos. Para auxiliar nas missões, são sete helicópteros de três modelos, todos de fabricação franco-germânica da AIRBUS Helicópter.
Início
A Coordenadoria nasceu oficialmente em 4 de julho de 1995. Ao longo destes 20 anos, passou por mudanças. Criada como Grupamento de Policiamento Aéreo da Polícia Militar do Ceará (GPAer).
Em 04 de julho de 2001, mudou de nome para Centro Integrado de Operações Aéreas, que foi alterado para Coordenadoria em 2006.
O major PM Nóbrega dedicou os últimos 15 anos à Ciopaer. Com 27 anos de experiência na Polícia Militar, ele relembra os primeiros momentos do grupamento aéreo. O primeiro helicóptero, relembra, foi herdado da Companhia de Energia Elétrica do Ceará (Coelce), há época, quando ainda era uma empresa estatal.
“O importante é que esse pontapé foi com a aeronave que pertencia à Coelce, que era um órgão do Estado e estava sendo privatizada. A aeronave estava em manutenção e veio a ideia de passar para o Estado (antes da privatização). Na época, foi formado com efetivo do Batalhão de Choque. Veio uma equipe do Grupamento Aéreo de São Paulo para dar treinamento e começamos a voar nessa única aeronave, com o pessoal que já trabalhava nela, da Coelce. O grupamento recebeu companheiros da Polícia Civil e Bombeiros e a nomenclatura passou para Centro Integrado de Operações, virando Coordenadoria e sendo ligado à SSPDS”.
O major não esconde a satisfação em fazer parte da Ciopaer. Ele diz conciliar uma antiga paixão pela aviação com a realização pessoal em ajudar quem mais precisa.
“Lembro das enchentes de 2009, 2010, não exatamente as cidades, mas lembro de ter voado bastante em Sobral, levando cestas básicas e assistência médica às pessoas ilhadas. Em Lavras da Mangabeira também. Não sei fazer outra coisa. Cresci ao lado do Aeroporto, no bairro Vila União, e acabei respirando esse negócio de aviação. Fazer polícia e voar é um negocio muito interessante. Requer muita dedicação, muito trabalho diário de especialização, dedicação. Não trocaria por outra profissão”, revela.
Histórias
É impossível não se emocionar com as histórias e relatos de salvamentos feitos por quem lida no dia a dia com o lema de ‘voar para proteger e salvar’.
O relações públicas da Ciopaer, major Marcus Costa, conta uma dessas histórias marcantes. Uma menina, que durante visita da escola à sede da Ciopaer, fez os agentes desabarem em lágrimas de emoção.
“Em 2004, uma mulher grávida de seis meses voltava do ultrassom com o marido quando eles sofrem um acidente de moto, colidindo com um carro. A mulher teve hemorragia. Devido a dificuldade de ambulâncias, a aeronave é acionada, e transporta o casal até o IJF. Pela eficiência e rapidez, são todos salvos. Dez anos depois, a criança vem pela escola, faz uma visita, e reconhece a aeronave que salvou ela e a mãe. Ela contou a história e, não tenho vergonha de dizer, choramos todos”, admitiu o oficial, com olhos marejados.
Fonte: Diário do Nordeste, por Levi de Freitas – Repórter.