Acre – Criado oficialmente em 11 de setembro de 2009, a fim de modernizar as atividades operacionais da Segurança Pública, o Centro Integrado de Operações Aéreas do Acre (Ciopaer) completou este mês 10 anos. Ao longo da década foram mais de 300 missões cumpridas, sem quaisquer registros de incidentes.
Atualmente com uma equipe técnica de 18 homens compostos por pilotos, copilotos, mecânicos e tripulantes armados, todos integrantes das forças de segurança do Estado, o Centro Integrado de Operações Aéreas começou os trabalhos utilizando-se apenas de um helicóptero, adquirido com recursos da União, o chamado Harpia 01.
Em 2011, avançou conquistando seu espaço físico, com pista em anexo ao Aeroporto de Rio Branco. Realizou a capacitação de profissionais com cursos fora do estado e, este ano, ganhou mais uma aeronave, doada pela Polícia Rodoviária Federal, que já começou a dar reforço as ações de interesse público para proporcionar serviço de melhor qualidade.
“Ao longo desses 10 anos é claro que tivemos grandes avanços, mas é bom que se destaque o que aconteceu nos últimos sete meses. Em pouco tempo ganhamos um avião bimotor, consolidamos as parcerias com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e também com a Secretaria de Meio ambiente para a fiscalização de crimes ambientais. Para os próximos meses o governador já nos deu um indicativo e devemos receber, ainda, a doação de mais um avião e outro helicóptero para otimização dos serviços. Hoje, com certeza, temos muito o que comemorar”, disse o comandante do Ciopaer, coronel Cleiton Almeida.
Mais que voar, cada saída de aeronave do hangar carrega consigo uma história. O risco sempre é alto e nos céus não pode haver erros. “Lembro da primeira ocorrência que atendemos nas proximidades de Manoel Urbano. Eram duas pessoas vítimas de acidente de trânsito e nos deslocamos para fazer o resgate.
Tive que ir ao pronto-socorro pessoalmente para informar que lá chegariam feridos em um helicóptero e todos ficaram surpresos. Pousamos onde hoje é a churrascaria do Oscar. Foi inédito, todos acompanharam entusiasmados a chegada da aeronave que começava ali sua trajetória”, lembrou coronel.
Entre as muitas histórias o Harpia 01 foi fundamental em momentos críticos vivenciados pelo Estado, a exemplo da enchente do rio Madeira em 2014 que deixou o Acre isolado do resto do país e, também, da enchente histórica do rio Acre, em 2015, deixando centenas de famílias com suas moradias debaixo d’água. O helicóptero foi utilizado para resgate e salvamento de pessoas, além de distribuir água e alimentos aos desabrigados.
Profissional atuante nas operações aéreas desde a criação do centro, o piloto Erivan Santana destaca que é o tipo de serviço que exige controle psicológico, preparo, muita coragem e sintonia entre os operadores, se todos os integrantes essenciais não estiverem prontos a aeronave não decola.
“Aqui não tem margem para erro. Quando decola, tudo tem que estar 100%. Se acaso não estiver, não decola. Um erro e podemos pagar com a própria vida. Tem que gostar, tem que estar em perfeita sintonia, desde o cidadão que presta serviço de manutenção, ao piloto, tripulante e mecânico, o risco sempre existe”, destacou Santana.