NOVA YORK – O aumento da popularidade dos drones nos Estados Unidos começa a incomodar as autoridades. Segundo o Departamento de Polícia de Nova York, alguns incidentes envolvendo as aeronaves não tripuladas revela que há riscos potenciais no uso indiscriminado dos aviões não tripulados. O chefe do Departamento de Contraterrorismo da Polícia de Nova York afirmou que nenhuma ocorrência até agora foi grave, mas sugeriu que os aparelhos podem ser usados como instrumentos de conspiração por forças terroristas.
Até agora, o incidente mais grave ocorreu na segunda-feira (14/07) , quando um helicóptero da polícia teve que desviar sua rota após avistar um drone na sua direção. Os donos do dispositivo eletrônico, Wilkins Mendoza, de 34 anos, e Remy Castro, de 23, foram presos e acusados de negligência devido ao perigo causado.
– Nós não tínhamos a intenção de causar qualquer dano. Eu sei das consequências e não vou arriscar a vida de ninguém – afirmou Castro ao “New York Post”, ressaltando que vai aposentar o seu aviãozinho.
Segundo um amigo, os aparelhos custaram entre US$ 500 e US$ 700, cada e foram comprados apenas para diversão. Os dispositivos tinham a capacidade de voar até uma altura de 600 metros.
Um dos policiais que comandava o helicóptero sobre a ponte George Washington contou que ficou surpreso ao cruzar com a aeronave não tripulada e disse que, a principio, não sabia com o que estava lidando. Em outro caso, os pilotos de dois aviões que se aproximavam do aeroporto La Guardia, em Nova York, se queixaram de um grande drone que estava voando perto deles no sul de Manhattan, contou uma fonte que não quis se identificar. O caso ocorreu em 29 de maio deste ano.
Segundo uma lei aprovada em 2012, a Agência Federal de Aviação (FAA na sigla em inglês) tem até o próximo ano para promulgar as regras oficiais para sistemas não tripulados. Por enquanto, as regras proíbem “qualquer conduta que ponha em perigo pessoas e prédios na superfície, ou a segurança de outra aeronave no espaço aéreo”. Além disso, os aparelhos não podem voar a menos de cinco quilômetros de um aeroporto.
– Apoiamos o uso desta tecnologia, mas apoiamos o uso responsável – disse Daniel Schwarzbach, o diretor-executivo da Associação para a Aplicação de Lei de Aeronaves.
Já há grupos para fãs que pretendem promover o uso responsável das aeronaves não tripuladas com fins artísticos, empresariais e de lazer. No entanto, mesmo sabendo das proibições, a maioria dos usuários ignora as regras ou decide não segui-las. Segundo as autoridades, isso acontece porque os cidadãos sabem que não serão responsabilizados pelos atos.
DRONES MAIS BARATOS E FALTA DE REGRAS
Em uma loja de Manhattan, os quatro modelos de drones comercializados custam entre US$ 479 e US$ 959, e alguns são equipados com câmeras. Segundo um funcionário, antes do boom dos aparelhos, 15 aeronaves eram vendidas por dia. Hoje, o número chega a 200. Além de se tornarem mais baratos, os aparelhos estão mais eficientes e capazes de voar mais alto.
– É apenas uma questão de tempo antes que (os terroristas) comecem a usar isso com explosivos – disse uma fonte de contraterrorismo.
Apesar dos riscos, especialistas acreditam que as normas envolvendo os drones só sejam regulamentadas em 2016. O conselheiro geral da Associação Internacional de Drones em Washington disse estar preocupado com a situação e afirmou que tenta apressar as normas.
– Somos a única indústria que está implorando para uma agência federal nos regular – afirmou Gielow.
Fonte: Agência O Globo.