NILTON CÍCERO ALVES
MBA em Gestão de Negócios
O objetivo deste trabalho é analisar o que é feito hoje em termos de treinamento para o voo sob IFR (Instrument Flight Rules – Regras de Voo por Instrumentos) e apresentar propostas para o treinamento visando o voo sob IMC
(Instrument Meteorological Conditions – Condições Meteorológicas Instrumento), especialmente para o chamado
IIMC (Inadvertent IMC – IMC Inadvertido). Ao final será discutido, também, o enfoque recomendado para as 10 horas de treinamento IFR que a ANAC passará a exigir para a formação do PCH (Piloto Comercial de Helicóptero).
Este estudo foi elaborado com base em pesquisa e análise de acidentes que tiveram entre seus fatores contribuintes a
deficiência na condução do voo sob condições IMC ou voo em ambiente visual degradado (DVE – Degraded Visual
Environment); e na experiência sedimentada na EFAI – Escola de Aviação Civil Ltda. na formação de pilotos para a
habilitação ao voo IFRH (Habilitação para voo por instrumentos em helicópteros).
Como forma de dar suporte à discussão, é apresentada uma breve descrição do Sistema de Orientação Espacial do ser humano e de suas limitações ao perder as referências de posicionamento vindas do sistema visual. Neste tópico são apresentados, ainda, os tipos de desorientação espacial, classificados segundo o grau de consciência situacional do piloto para com o problema e sua habilidade em agir nos comandos de forma a solucioná-lo.
A análise do treinamento parte do que é praticado hoje, com foco no voo sob IFR, e prossegue com a proposta do que deve ser praticado visando o voo sob IMC. No desenvolvimento deste tópico, são apresentadas as barreiras de prevenção à disposição dos pilotos, quais sejam: Planejamento, Decisão e Habilidades de Pilotagem para o voo sem referências visuais externas, com ênfase nesta última.
O treinamento das habilidades de pilotagem deve focar a sobrevivência em ambiente IMC, mais do que o voo sob IFR. Em meio às orientações para a sobrevivência sob tais condições, são apresentados os 4C, mnemônico para as ações que o piloto deve adotar ao perder as referências visuais com o terreno. O primeiro “C” (Control – Controle) é a base para os demais e deve ser treinado, principalmente, por meio da prática de recuperação de atitudes anormais.
Espera-se com esse trabalho reforçar a importância do efetivo e adequado treinamento como forma de se prevenir acidentes envolvendo o voo sob condições meteorológicas adversas. Ao identificar os fatores contribuintes presentes em um acidente e liga-los a ações mitigadoras adequadas, praticáveis e aceitáveis, estaremos cumprindo o fundamental papel da investigação, qual seja, extrair do acidente investigado os ensinamentos necessários para prevenir sua reincidência.
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NOTA SOBRE O ARTIGO
Esse artigo foi escrito para o 7º Simpósio de Segurança de Voo do IPEV – Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo realizado em Ago2014 e foi publicado nos Anais do referido Simpósio (ISSN : 2179-6823).
O artigo foi escrito em 2014, antes da entrada em vigor da exigência das 10 horas IFR no PCH, quando ainda vigorava o RBAC 61 EMD 03, sendo assim, na parte que trata desse tema, o texto encontra-se desatualizado.
BIOGRAFIA DO AUTOR
Nilton Cícero Alves, é Coronel Aviador da Reserva da Aeronáutica, oficial de segurança de voo e piloto de ensaios em voo de helicópteros. Foi Comandante do Esquadrão de Formação em Ensaios em Voo do GEEV (Grupo Especial de Ensaios em Voo, hoje IPEV). No DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), foi Gerente Técnico dos Projetos H-XBR e AH-X. Sua última função como oficial da ativa foi a de Diretor do IFI (Instituto de Fomento e Coordenação Industrial). É instrutor de aerodinâmica de asas rotativas do Curso de Segurança de Voo do CENIPA. Atualmente é Diretor de Ensino da EFAI – Escola de Aviação Civil Ltda.