Aviação, uma atividade risco

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HILTON RAYOL

O risco existente na atividade da aviação é fator relevante que merece atenção especial neste segmento. Ao fazer o curso de SGSO (Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional), observei vários aspectos que estão relacionados na questão de como gerenciar o risco durante as operações do voo.

A aviação, não deixa de ser um risco presente que precisa estar sempre bem gerenciado. Na ocasião tive a oportunidade de analisar alguns conceitos e definições que são considerados fundamentais quando tratamos da segurança na aviação.

Uma dessas definições refere-se ao que chamamos de Segurança Operacional. Qual a importância quando aplicamos os procedimentos contidos neste sistema? Na sua definição destaca-se como o estado no qual o risco de lesões à pessoas ou danos a bens se reduzem e se mantêm em um nível aceitável.

O estado direciona para o conjunto de circunstâncias em que se está e se permanece, isto é, a condição ou a situação de estar seguro, ausência de experimentar ou causar dor, ferimento ou prejuízo, por meio de um processo contínuo de identificação de perigos e gerenciamento dos riscos.

O processo de identificação, está relacionado a vários aspectos. Dentre eles estão, entender o perigo, desenvolver procedimentos e práticas operacionais, suas defesas, treinamento, otimizar recursos, etc.

O gerenciamento de risco, é definido como o processo de mensurar o risco e desenvolver estratégias para gerenciá-lo.

Observem os dois pontos importantes neste sistema que estão envolvidos na nossa atividade: o perigo e o risco . O perigo é algo em potencial, é a condição, objeto ou atividade que potencialmente pode causar lesões às pessoas, danos a bens, perda de pessoal ou redução da habilidade para desempenhar uma função determinada.

O risco é descrito como a avaliação das conseqüências de um perigo, expresso em termos de probabilidade e severidade tomando como referência a pior condição possível. A probabilidade é a possibilidade de que um evento ou uma situação insegura que possa ocorrer, chances de ocorrência, ou incertezas.

A severidade, está relacionada as possíveis consequências de um evento ou de uma situação insegura, tomando como referência a pior condição previsível, ou seja, a gravidade de um evento.

E como podemos gerenciar essas duas condições na aviação?

Uma delas é tomando ações preventivas que, eliminam o perigo potencial ou que reduzem a probabilidade e a severidade (gravidade), ou seja, mitigando o risco, melhorando as suas defesas, utilizando a tecnologia, o treinamento e regulamentos, como recursos que irão contribuir para a proteção quando nas operações das nossas atividades durante o voo.

Durante meus estudos sobre o assunto, em um dos meus apontamentos, observei o seguinte relato: o fundamento principal para controlar e gerenciar os riscos está na aplicação efetiva das ações corretivas e preventivas endereçadas para corrigir, eliminar ou reduzir deficiências e perigos identificados, em especial os riscos de níveis aceitáveis.

Ou seja, a definição acima não só faz referência em controlar e gerenciar os riscos, mais trata dos aspectos relacionados a uma política operacional aplicada pela empresa, fundamental para estabelecer uma cultura de segurança operacional positiva, sendo uma fusão de diversas culturas – informativa, flexível, comunicativa, instrutiva e justa dentro da organização.

Por último, a questão relacionada sobre a responsabilidade das lideranças nas organizações, o trabalho em equipe, suas tarefas, estabelecendo padrões adequados para operações seguras em níveis aceitáveis.


Autor: Piloto de Linha Aérea; Bacharel em Aviação Civil pela Unicesp Brasília; MBA em Gestão Aeroportuária; Pós-graduação em Segurança de Voo e Aeronavegabilidade Continuada pelo ITA; Curso de Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional SGSO pela ANAC; Direito Aeronáutico pela Academia Brasileira de Direito Aeronáutico – ABDA; Perito Judicial Aeronáutico pelo Instituto J. B. Oliveira; Curso de PBN pela ANAC.


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