Após quatro meses de denúncia, aeronave da PF ainda está inutilizada

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Virou o ano e a Polícia Federal (PF) ainda não tem pilotos com capacitação específica para comandar o helicóptero Agusta Westland AW139. Em setembro do ano passado, o Correio denunciou que a aeronave, comprada há um ano e oito meses por R$ 28,9 milhões para ser utilizada em missões policiais, nunca levantou voo.

Na época da denúncia, a Polícia Federal afirmou que o curso de capacitação dos pilotos duraria 30 dias. Quase quatro meses depois, ainda não existe uma data para que o equipamento seja utilizado. Por não sair do chão, o AW139 virou piada e é chamado por agentes da PF de “paralelepípedo”.

AW139-Policia Federal

O contrato de manutenção da aeronave, imprescindível para que o helicóptero entre em operação, também não foi assinado. No ano passado, a Polícia Federal utilizou o argumento de que só poderia firmar o contrato após o recebimento oficial da aeronave. “A instituição é impedida legalmente de pagar pela manutenção de um bem que oficialmente ainda não lhe pertence”, justificou em setembro. No entanto, de acordo com a própria instituição, o AW139 foi recebido oficialmente em outubro de 2013.

Em resposta encaminhada na segunda-feira ao Correio, a divisão de Comunicação Social da PF ressaltou que “a compra de uma aeronave do porte da Agusta Westland AW139 não se assemelha à de outros equipamentos que são entregues imediatamente”. O helicóptero chegou ao Brasil em maio do ano passado e permaneceu inicialmente no Rio de Janeiro e em São Paulo para atendimento das exigências da autoridade reguladora da aviação civil no Brasil. Durante esse período, de acordo com a PF, a responsabilidade em relação à aeronave era da empresa fornecedora.

O AW139 chegou ao hangar da PF em Brasília em 9 de setembro do ano passado. “Entretanto, o recebimento oficial da mesma somente poderia ocorrer após o voo de aceitação e recebimento, bem como posterior checagem de que todos os itens contidos em contrato tenham sido cumpridos. A aceitação oficial do helicóptero ocorreu em outubro de 2013″, alegou. Desde então, o equipamento, apesar do alto investimento, permanece parado.

Treinamento

Em relação à preparação dos pilotos, a Polícia Federal forneceu, quatro meses depois, praticamente igual a informação que havia prestado em setembro do ano passado. “É imprescindível que os mesmos (pilotos) sejam capacitados para pilotarem especificamente essa espécie de aeronave. Eles já passaram por treinamento de voo por instrumento conhecido como IFRH, pré-requisito para o treinamento específico para operar a aeronave, após contrato específico assinado em 7 de março de 2013″, salientou. A PF informou que iniciou os procedimentos necessários para a contratação da empresa que será responsável por realizar a capacitação. “A aeronave somente voará com os pilotos devidamente capacitados”, alega.

No entanto, não existe previsão para assinatura do contrato. A Polícia Federal não detalhou em que fase está o processo de licitação para que os pilotos sejam devidamente capacitados. Também não forneceu informações em relação ao contrato de manutenção.

Inicialmente, a corporação pagou apenas 40% do valor da aeronave. Os outros 60% só foram quitados após o recebimento oficial. O Departamento de Polícia Federal assinou o contrato número 14/2012, em 14 de maio do ano passado. O pregão presencial ocorreu em 16 de dezembro de 2011. A aeronave é utilizada normalmente para transporte de pessoas e equipamentos. Comercialmente, é bastante usada para levar funcionários às plataformas de petróleo em alto-mar. O AW139 tem capacidade para levar até 15 pessoas e atinge velocidade máxima de 310 quilômetros por hora.

Tem autonomia de 1.250 quilômetros e a altitude máxima de operação é de 20 mil pés.

Fonte: Correio Brasiliense, via FENAPEF.

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