Criado em outubro de 2010, o Grupamento Aeropolicial e Resgate Aéreo (GRAER) do Paraná pode sofrer mudanças. Os quatro helicópteros e os dois aviões do grupamento que hoje estão sob a gestão da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) passaria para o comando da Polícia Militar. As bases aéreas, atualmente sediadas em Curitiba e Londrina, poderão ser reproduzidas nas cidades que possuem comandos regionais da PM no interior, como em Foz do Iguaçu, que por estar na fronteira, teria prioridade de instalação.
O comando do Graer informou, por meio da assessoria de imprensa da Sesp, que os projetos ainda estão em análise e que nenhuma mudança está confirmada. Mas a discussão já levanta críticas na Polícia Civil.
O presidente do Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (Sinclapol), André Gutierrez, lembra que a transferência da estrutura da Sesp para a PM iria prejudicar a Polícia Civil. “Um dos helicópteros foi comprado com recursos do Funrespol [fundo da Polícia Civil] e o Estado não teria condições de criar um Graer só para a Polícia Civil”, informa.
O presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Paraná (Sidepol), Jairo Amodio Estorilio, concorda. Ele lembra que há oito policiais civis que atuam no Graer e que a integração é fundamental para o recebimento de recursos federais e o desenvolvimento de operações policiais. “É importante manter como está, já que não haveria recursos disponíveis para criar outra estrutura para a Polícia Civil”, opina.
Um helicóptero custa entre R$ 6 milhões e R$ 20 milhões de acordo com a capacidade de passageiros, segundo informações da Sesp. Um helicóptero tem o mesmo potencial de observação de 35 viaturas em solo, conforme um estudo norte-americano.
Serviço
O Graer é empregado de forma integrada entre a estrutura da Polícia Militar, incluindo Corpo de Bombeiros e Polícia Rodoviária Estadual, e a Polícia Civil. A Sesp informou que além do policiamento preventivo, os helicópteros são usados na captura de criminosos, na busca de desaparecidos, no transporte de órgãos para transplantes e no socorro de acidentados. O serviço também foi disponibilizado nos desabamentos e alagamentos de 2011 no litoral do Paraná, bem como no transporte de vítimas da boate Kiss, em janeiro deste ano, no Rio Grande do Sul.
Uma das cidades que pode ser beneficiada com a expansão do Graer para o interior é Ponta Grossa, nos Campos Gerais, que, no início de maio, realizou uma operação integrada entre as polícias com o uso do helicóptero da base aérea de Curitiba. “Seria importantíssimo porque dentro de alguns anos nossa cidade vai dobrar o número de habitantes com as indústrias que estão chegando. Vamos brigar por uma base do Graer”, afirmou o secretário municipal de Segurança, Ary Lovato.
Demais estados do Sul têm grupamentos independentes
Em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, os grupamentos aéreos de policiamento já pertencem a estruturas distintas da Polícia Militar e da Polícia Civil. Com três helicópteros e dois aviões, o Batalhão de Aviação da PM de Santa Catarina atua em bases aéreas em Joinville e em Florianópolis, capital do estado. O serviço existe desde 1986. As aeronaves, que antes eram locadas, foram adquiridas pelo governo. Conforme o major Antônio Fernando Pinheiro, que é chefe da seção de operações, a aquisição gerou economia de cerca de R$ 1 mil por hora de voo. A Polícia Civil já tem uma base aérea em São José, para atender o litoral catarinense, e lançou edital para montar uma outra base área da Polícia Civil em Chapecó.
A PM do Rio Grande do Sul possui cinco helicópteros e um avião divididos entre as bases aéreas de Porto Alegre, Caxias do Sul e Uruguaiana. Além das bases aéreas, a PM mantém desde 2004 um centro de formação de tripulantes em Capão da Canoa, na região metropolitana de Porto Alegre. O centro forma pilotos de outros estados e de outras corporações policiais. A Polícia Civil inaugurou a primeira base aérea em Porto Alegre em outubro do ano passado.
Fonte: Gaveta do Povo