Paraíba – Na Paraíba, o SUS tem asa e voa pela vida por meio do Grupo de Resgate Aeromédico Estadual (GRAME). O serviço, implantado pelo Governo da Paraíba em 2020, é realizado de forma conjunta pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), Corpo de Bombeiros e Secretaria de Estado da Segurança e da Defesa Social (Sesds).
Nos últimos 12 meses, já realizou 277 horas de voo. São mais de 80 mil km voados e um total de 65 ocorrências. O médico e coordenador do Grame, Elvio Lieverte, destaca que, além do serviço de UTI aérea para o transporte de pacientes de maneira programada, o GRAME também transporta órgãos e tecidos, repatriação de cidadãos paraibanos, transporte para fora de domicílio e no apoio às operações institucionais do Governo.
Ele explica que a regulação do serviço é toda realizada por meio da Central Estadual de Regulação Hospitalar. O uso do transporte aéreo vai depender da gravidade e da estabilidade do paciente.
- Saiba mais sobre o serviço: Arquivos Paraíba – Resgate e Transporte Aeromédico.
“O hospital ou unidade solicitante entra em contato com a Central de Regulação e solicita a vaga. Depois que essa vaga é cedida, a Central viabiliza o melhor transporte, terrestre ou aéreo. Nós temos médicos que fazem parte do GRAME e também da Central de Regulação para que façam junto conosco essa avaliação se o paciente tem viabilidade de transporte aéreo. Sendo viável, a solicitação é preenchida pela unidade solicitante e enviada para o Centro de Operação de Frotas e de lá é enviado para o GRAME para então iniciar a operação”, explica.
A Paraíba foi o primeiro estado do Nordeste a implantar este tipo de atendimento com aeronave de asa fixa. No início, em 2021, o GRAME atuava com uma única aeronave, o Bombeiro 01, modelo Piper Saratoga II. Em 2023, o Governo da Paraíba ampliou a oferta do serviço com mais uma nova aeronave, o Bombeiro 02, modelo Cessna 208B Grand Caravan. O novo avião é mais amplo, tem espaço para o acompanhante do paciente e pode realizar voos diurnos e noturnos.
A equipe do GRAME é formada por médico, enfermeiro, piloto, copiloto e os operadores aerotáticos. De acordo com a médica Alana Albuquerque, o serviço está colocando também um profissional de fisioterapia para acompanhar nas missões. “Somos pioneiros em colocar a fisioterapia, especialmente a respiratória, nos traslados aéreos, principalmente nas repatriações que tem uma demanda maior. Dessa forma, conseguimos dar maior assistência ao paciente que está intimado e daquele que precisa do suporte ventilatório”, destaca.
O capitão e comandante da aeronave, Alisson Soares, ainda lembra da primeira missão de repatriação do GRAME. Um paciente pediátrico precisou realizar uma cirurgia cardíaca pelo SUS em São Paulo e o resgate aeromédico trouxe a criança de volta para a Paraíba para terminar o tratamento ao lado da família.
“Nossa primeira repatriação foi bem marcante. Foi montada toda uma estrutura para realizar a operação. Para realizar a missão foi necessária uma articulação com outros estados para garantir a retaguarda, pois a aeronave precisava fazer paradas estratégicas para abastecimento em Minas Gerais e na Bahia. Foram 11 horas de missão: o voo saiu de São Paulo às 9h e chegou na Paraíba às 20h. E deu tudo certo”, lembra.