Mato Grosso do Sul – O Exercício Operacional Tápio, realizado na Base Aérea de Campo Grande, teve início na segunda-feira (17/08) e tem como diferencial as medidas adotadas para combate e prevenção à COVID-19. A estrutura foi toda planejada para não sobrecarregar o sistema de saúde de Campo Grande (MS).
Esta edição conta com a execução de um Plano de Biossegurança, instalação de uma Unidade Celular de Saúde (UCS), aeronaves adaptadas para Evacuação Aeromédica, locais designados para eventual isolamento social e um Esquadrão de Saúde equipado para receber pacientes com agravamento do quadro clínico. Todas essas ações fazem parte do planejamento de saúde elaborado para o Exercício.
São cerca de 25 profissionais de saúde, entre médicos, farmacêuticos, dentistas e técnicos de enfermagem, que se somam aos cerca de 70 militares da área médica já alocados na Base Aérea. A estrutura da UCS conta com três módulos, leitos adaptados e 12 profissionais de saúde, para possibilitar o atendimento durante todo o Exercício.
O Plano de Biossegurança conta com testagem, monitoramento dos participantes, orientações frequentes sobre as medidas sanitárias, isolamento social, adaptações de estruturas para eventual recebimento de casos confirmados, pronta-resposta para eventual controle de disseminação do vírus e Evacuação Aeromédica em casos específicos.
H-60L Black Hawk, C-105 Amazonas e H-36 Caracal são algumas das aeronaves da FAB que podem ser adaptadas para realizar Evacuação Aeromédica. No Exercício Operacional Tápio, uma aeronave está de prontidão para eventual transporte de pacientes com coronavírus. No caso de pacientes acometidos por doenças com alto grau de contaminação, o transporte é feito em cápsula de isolamento (maca-bolha), com o objetivo de isolar o paciente do meio externo.
“Ter todo esse planejamento e incremento na estrutura nos dá autonomia para atender aos militares do treinamento, evitando deslocá-los para outras unidades médicas fora do Sistema de Saúde da Aeronáutica”, explica a Comandante do Esquadrão de Saúde da Ala 5, Tenente-Coronel Médica Hellen Patrícia Renda dos Santos.
Além de prestar pronto-atendimento aos integrantes do Exercício, a participação de profissionais de saúde em exercícios militares possibilita o treinamento para emprego em situações operacionais reais, tanto no Brasil quanto no exterior.
“Nós, profissionais de saúde militares, podemos atuar em Missões de Paz, nas quais o risco biológico é alto e o sistema de saúde é precário. Por exemplo, áreas de malária, febre amarela, cólera, Ebola e, atualmente, casos de COVID-19. Também podemos prestar assistência a refugiados vulneráveis com doenças endêmicas e levar apoio humanitário em geral, principalmente no atendimento ao Sistema de Cooperação das Forças Aéreas Americanas (SICOFAA)”, ressalta o Major Médico Pascale, responsável pela elaboração do Plano de Biossegurança do Exercício.